quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Sonhos nocauteados - 290906

Sibila o vento em marés ondulantes
eriçando sonhos nocauteados pelo alvorecer
das ilusões desnudas que ribombam nas trevas da mente


Sugando os liames do saber
em ruptura com o cosmos
pronto a eclodir no sarau do pensamento
força centrípeta forja a sabedoria do universo
cadente recluso na infinidade do tempo

O tempo redemoinha fios
enredados na aura translúcida


O tempo sublima ondas pictóricas do canto
condutor jubiloso encenando a peça da vida

Regrados de totens extra-sensoriais
em tempos dispersos nas efinges de batalhas


Centradas nos deuses de luz e saber
enclausurados na era perdida dos cavalos
de tróia voam deuses e musas

Em busca do portal das emoções
que abriga jóias da meditação


Tríades de idéias no píncaro extremado
das visões medievais
envoltas em ritos platônicos
de soberanos
metamorfoseados
com máscaras sedentas
de orgias virulentas

Dependente da fera que o cerca
o bicho-homem empobrecido de crenças
recolhia-se aos ritos de magia


Quiromancia vileza epopéica dos bruxos
que infestavam o mar das idéias

Proporções rejeitas pela galáxia
consomem a aurora perdida
no vasto ceticismo do poder


Suspira o poeta na margem das letras

Detona a maresia e rebenta a poesia


Resvalando da mente a poesia suplica
o retorno em coro efusivo e recai
no abismo deslumbrante do prisma
que se bifurca em cores

Nuanças esteladas pipocam
celestes odes engaioladas na surpresa
espocada de luzes cintilantes


Chispas dispersas no estertor cantante
envolvem poema sublime

Liberdade de canoras asas rufantes
brilham efêmeras viandantes
de ilusões eladas no degelo virtual
secretado pela esfumaçante iríade


Circundando o túnel misterioso
culcado de reflexos místicos
de todos os lados

Fluem resplandecentes


Isolados aromas musicais
num vendaval de ilusões.

Nety Maria Heleres Carrion

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