sábado, 29 de setembro de 2012

Mil e uma conjecturas - 29092012

Voo com o tempo
sem tempo de refletir
o que acontece
ao meu redor

O tempo alou
meu destino e com ele
perpetuo meu chão
escorregadio ou não

Fatia deslumbrante
de felicidade

Doação divina
que me consome
sem retrocesso

Cada vez mais
me firmo no apêndice
desse destino
que me carrega pelos ares
vibra com o meu pensar
me abraça e me consola
nessa rota
cheia de surpresas

E nesse voo projeto ideias
projeto minhas falas
meus consensos

Frutos adocicados
recheados de sabedoria

Nesse voo alinho minha vida
no tapete alado e com ele
me disperso sem dizer adeus
asas açoitadas
pelo vento poético

Existência que desencadeia
fatias deslumbrantes de vida
na cadeia pendular do tempo
que pende para cá e para lá
na ânsia de encontrar respostas
às indagações que circulam
no pensamento e semeiam
mil e uma conjecturas

Nety

domingo, 23 de setembro de 2012

Tempo lúdico/lírico - 19092012

Os tempos mudam
são outros
tempos
dentro de um tempo
que não volta
mais

Tempos de lembranças
jogadas ao léu
sem previsão que o céu da alma
possa dar opinião

Sopro de vida
que se esvai
na ânsia de agarrar
a corda bamba da maturidade
que desfia emoções
que desata os nós cegos dos anos
criados num labirinto de ideias
desencontradas

Falhas de um tempo
criado ao sabor do vento
destronado
largado
ao deus dará

Desdobro
o pano da vida e nele aconchego
minhas raízes
meus engodos meu sossego

E a sobra
embrulho nos castelos
dos sonhos
para que me devolva uma fração
desse ópio
para ser acarinhado

Tempo lúdico
lírico
que se me apresenta
feito lembrança e dispersa
e cresce dentro de mim e ilumina
o meu pensar

Dá toque
no meu querer
no meu fazer e me empurra
sempre para a frente

Nety

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Nó facetado - 10092012

Nessa parada louca
exponho sentimento
sempre na mira do asfalto

Me atiro nessa arte
cheia de surpresas

Beiro o chão da realeza
durmo na grota da esperança

Com medo ou sem medo
balanço a rudeza
de tempos em tempos

De nada adianta ficar
de tocaia
mesmo que dali saia
o remendo
que tapará a miséria
do ser ou não ser
gerado nas rotas peregrinas
sem apoio
que segure essa parada
vazia de argumentos

Proposta que cheira
a tempo bom e traz
suspense e agito
na sombra do meu eu
que soluça ao vento
com sotaque
de todas as cores

Ouço a voz do violão
que me convida
a um bate-papo musical
com direito à balada
sacudida por notas
cheias de estilo

Brilho
que chega a todo o vapor

Mostra
que sob o manto das estrelas
ainda soa uma canção
no gozo austero
da manhã

Clama
pelo duelo da paz
onde o nada impera e o tudo
carcome a vida a passos largos

Os desejos
se confundem e o mistério
continua e se alicerça
na teia de cristal
que pende
sem eira nem beira

Emana da mente
clara e objetiva
o presságio
vivido nas florestas virgens
que encrespa
sons e ares

O ser vaga
sem pousada e na curva da alegria
recebe sinal amigo

Na luxúria do tempo
sujeita à intempérie
dos passos falsos do porvir
o tolo anda sem consolo

Na reta e na curva
comete dolos
sem pena
sem pé
nem cabeça

Salamaleques do pensamento
Grude na tela da vida consome o dia
na passagem estreita
de folhas de rosas

Estampido de vozes
burla a quietude da alma

A ponta mais fraca do fio
se desfaz e cria nó
facetado em mil partes

Aponta luzes
com ramos camuflados.

Nety




quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Orquestra das rimas - 05092012

Como pode
um poeta
viver fora
da poesia e deixar
de orquestrar
suas rimas

Um poeta
que dá corda
anima e orquestra
os poemas
pelas veredas
da natureza

Nety