quarta-feira, 29 de junho de 2011

Gentes minhas - 25 e 26/06/2011 - DG

Na soma dos dias
auferidos ao meu eu
não deixo nada para trás
do meu pensar

Junto espaços
vividos no bom
ou mau tempo

Esperanças e sonhos
no amanhecer das horas

Não tenho pressa
tenho todo o tempo do mundo

Faço valer o segundo
que se achega sem falha e fala
com promessa de tudo

Reverto o meu tudo
em versos mirabolantes
que trazem assombro e aquecem
as gentes minhas

Nety Maria Heleres Carrion

terça-feira, 21 de junho de 2011

Histórias - 18012010

O tempo
conta
histórias

José Eduardo Carrion

Sombra - 18092010

Fui ver
ali na frente
umas caminhadas

Era o sol
que projetava sombra
dos passantes

José Eduardo Carrion

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Pigmentos do verbo - 17062011

Crio
invento
dou trela
ao meu verso
nesse trajeto
inverso

Esqueço agruras
amontoo lembranças

Provoco acordes
nos mares e neles
me diluo

Desenganos
sabedoria
na taça dos anos

Giro em busca
dos astros
que acompanham
o campo magnético
da terra

Digo não
à guerra e fixo meu contorno
em torno
do meu eixo

Visito estrelas
com o pretexto de lhes deixar
óbulos de luz


As palavras conduzem
mimos poéticos

Pigmentos do verbo
de todos os lugares
embarcam na barca encantada
da poesia

Nety Maria Heleres Carrion

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Idades do tempo - 13062011

Em mim
o gosto pelo jasmim
atravessou meus retalhos
de cetim

E é assim
que o conto de cada dia
vira torre de marfim

Dose certa
empresta roteiro místico
na coleção dos anos

Aventura
onde o tempo desliza
na fofura dos panos

Aos suspiros
nesse trajeto milenar
costuro o meu eu
às nuances do mundo

Variedades de sonhos
nas idades do tempo


Retirei meus guardados
da caixa dos sonhos

Desvendei mistérios
embalsamados
nos panos

Me vi
nos passeios
no trabalho e no lar

Anseios
rodeados de lembranças

Juntei tudo e colei
no painel da vida

Nety Maria Heleres Carrion

sábado, 11 de junho de 2011

Guardados - 23042011

A pena mancha
os meus guardados

Aos olhos
do amanhã rebenta
carregada
de sons e cores
feito pássaros
exibindo-se
ao mundo

Nety Maria Heleres Carrion

Diferenças - 24112011

O sol
bebeu as águas

Estou
vendo
as diferenças

José Eduardo Carrion

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Elegias - 08062011

Na calçada da fama
rasgam-se véus
mobilizam-se
céus e terras
nessas eras de mitos e fantasias
toldadas pelo ego
que prega dissonância
entre o verbo e a consciência

O pano cai e transparece
a nudez dos tempos
que atropela sentimentos

Na calçada da fama
damas e cavalheiros
peregrinos com escolta
distraídos na peleia
que lhes dá arrimo e os apruma
no caminho da arte

O bastão
de mão em mão
muda a rotina
aqui
ou na china

Coroas e lauréis
disputados nos cordéis

Espelho da vida
retrato de um tempo
sem conserto

O nada
fere com tudo
que divaga
no universo

O nada
é vaga

Um
quase nada
nos meus versos

O tudo
muda tudo
no mundo
num segundo

No trato
o fato se revela
com mazelas e dá trela
que ilustra
o andar do retrato

Sem saber para onde
corro ou me escondo
da ira ou da alegria
mas me mostro
solto o verbo
dou voz aos ouvidos
e à fala

Dou voltas no meu destino
desabrocho cada dia
rufo minhas elegias
dobro esquinas
sempre na mira e acordo
nos braços da aurora
embalada
pelo sol da liberdade

Nas asas do porvir
eu aqui
tu ali
por
vir

Na mala da vida
o desejo solfeja
num pé só.

Nety Maria Heleres Carrion

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Afago - 01062011

Sobre mim
pesam-se os meus ais

                                     Delírio mortal
                                     em partituras
                                     medievais

                                                           Sobre mim
                                                           caem aos pedaços
                                                           os destroços do nada

                                                                                              Na pele corada do sol
                                                                                              dissolvem-se
                                                                                              os sais da melancolia
                                                                                              atiçados pelo pranto jocoso
                                                                                              instalado em mim

Sobre mim
o peso dos anos oscila de leve
nos tímpanos do tempo

Sobre mim
o verdor dos tempos
desperta o esplendor
no peito desperto

                                      E o que resta de mim
                                      não é tão ruim assim

É peça que arde
sem pressa

Para mim
o agora é o tudo
e o tudo é o agora
que trago num afago
bem perto de mim

Sou pena
que tateia o mundo

A minha linguagem temporal
é arte que desfila num pé só
e não dá ponto sem nó

É voz principal
da orquestra imperial

Performance explosiva
como se não houvesse
o amanhã

É pó que viaja
na cena musical

Nety Maria Heleres Carrion