sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Teclas do porvir - 31122010

O comboio da esperança
carrega em seu bojo
as teclas do porvir

Parte em lua de mel
com a vida e nas estações recebe as rezas
das famílias e monta seu palco
com cenas revestidas
de sabedoria

Regido pelos concertos das noites de cristal
o sonho aqui e ali amealha dons
crescidos nas rotas itinerantes

Cria eventos
que vão além do pensamento

Nesta rota peregrina
o mundo brilha e brilham figuras
repletas de fantasias

No vai e vem
o comboio conduz virtudes
mescladas à sonoridade
do trem

Dirijo meus passos rumo ao espaço florido
das manhãs que se abrem e tocam
o teto do mundo

Voo em busca do espelho mágico
para que me devolva a imagem extraviada no tempo

Acerto com ele e canto e aterrisso
meus desejos sem pensar se reflete
minha alma ou meu corpo

Não mexo
nem remexo no sonho

Guardo o sonho
no baú da eternidade para que ali
cresça e amadureça

E quando estiver no ponto
solto o sonho na quadra do pensamento
que destrava e encanta os dias

O sonho acabou
mas deixou resíduo que alimenta a minha vida

O sonho abre alas
para a poesia e segue o rumo da ousadia
plantada nas fontes miraculosas do sentimento

Nety Maria Heleres Carrion


Caderno da vida - 30122010 - DG

No caderno da vida
encontrei fórmulas mágicas
para soprar palavras
de consolo e gratidão

Busquei alívio
aos males do mundo

Mumifiquei meus sentidos
para não sentir o peso das horas
nas veredas da vida

Doei meu espírito
poético

Juntei pedaços
de vida e tracei meus passos
na torre ou no cadafalso

No caderno da vida
plantei sementes e adubei
com rimas perfumadas

Criei mundos
reais ou imaginários

Ensaiei choros e risos
pintei pierrôs e colombinas
com as cores da paixão.

Nety Maria Heleres Carrion

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Despertar - 18 e 19122010 - DG

O piscar das luzes
desperta os brios da consciência
em luta corporal com as idéias do mundo
em crise

Desfere golpes
de arrimo na pranteada alma

Ressuscita valores hibernados
no tempo

Nos veios da fé
expostos às intrigas do tempo
assisto de camarote
o despertar da consciência.

Nety Maria Heleres Carrion

Onde anda você/Família Ehlers - 29122010 - DG

Estamos pesquisando sobre a Família Ehlers para fazer um livro.

Gostaria de receber informações sobre as famílias:

Dias
Ehlers
Freitas Guimarães
Hermenegildo
Menezes
Motta
Pereira
Rodrigues
Speer
Tiedemann
E outras que possuam laços familiares com os Ehlers.

O primeiro pastor luterano do RS foi Johann Georg Ehlers, que veio em 1824 para São Leopoldo.

Escreveu os primeiros livros eclesiásticos dessa comunidade, onde foram registrados os nascimentos, batismos, casamentos, óbitos e outros, por mais de 20 anos.

Nety Maria Heleres Carrion

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Natal feliz - 24 e 25 12 2010 - CP

O mais importante no Natal é analisar a data
pelo prisma espiritual e religioso

Receber carinho familiar
ganhar brinquedos e roupas novas
ter comida na mesa

Tudo isso é relevante
mas o valor do gesto é o que importa

A união de todos
tornará este Natal
muito mais feliz e fraterno.

Nety Maria Heleres Carrion

Concha da história - 22122020 - ZH

O tempo hiberna
na concha da história

Traz à tona
obeliscos da memória
nas golfadas
da imaginação

O tempo ejeta
os quatro tempos
da natureza e desfila
na passarela
com vestes ao rigor
do tempo.

Nety Maria Heleres Carrion

Natal - 23122010 - DG

É Natal e ao longe o sino range
caprichosas badaladas

É Noite de Natal

O mundo
entorna o caldo da alegria e detona
o estopim da poesia
na aquarela do pensamento

O mundo
deleta a descrença e reaviva
a centelha da esperança
que hiberna nas páginas geladas do mundo

Festas coradas na Noite de Natal

Notas da história revelada nas faces

Natal do menino Jesus
risos doces abraços lembranças
segredos brinquedos

No coração carente a merenda solidária

Na hora benta do tempo
o nascimento de Jesus

É Natal
do Menino Jesus!

Nety Maria Heleres Carrion

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Ata - 23122010

Resisto às idéias
que impelem o meu pensar
para fora do meu eixo

Invisto
nas fantasias e segredos
que estão a fim de mim e se dobram
à magia da coerência

Me volto
aos mistérios
que revelam conteúdo

Me posiciono no vértice da verdade
para não julgar e ser julgado
pela perícia despreparada

Nos corredores do mundo
verso cada verso com a polidez que me acompanha
na corrida pela verdadeira arte

Trafego pelas sinuosas ruas da sabedoria
para que esse bom senso
não deixe marcas destorcidas
nos caminhos

Não traço planos
mas aceno para promessas
que conduzem a bom termo

Envido esforços
para que o certo esteja certo e não despenque
em contradição

O pouco que sei registrei em ata
que retrata
meus passos na calçada

O pouco que sei poetisei
para que não se apague
na lufada do vento


O pouco que sei é pouco
mas me basta para quirelar minha jornada
espiralada no tempo

O pouco que sei
poderá ser quase nada se o perder
nas esquinas do tempo

O pouco que sei pode não ser tão pouco
que não possa ser captado
pelas páginas da vida

Viro
desviro a noite e solto o verbo
como quem não quer nada

Saio
 a procura do nada e nada encontro
a não ser
o soldo da noite em claro

Nety Maria Heleres Carrion

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Sonhos de Natal - 20122010

O Natal é o passaporte
para o embarque dos sonhos
que viajam a procura de realizações

No fôlego da vida
estrelas brilham mais fortes
para iluminar o longo caminho
da família e dos amigos

Nessa viagem dos sonhos de Natal
que vive em sua plenitude
nos corações

Nety Maria Heleres Carrion

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Teias do passado - 17122010

Que faço nesse espaço
onde aconchego a história e me debruço
nas teias do passado

Nesse espaço desenredo
as teias e afofo com a melodia
o fardo do presente

Que faço nestas horas de agonia
em que se agitam fantasias
enroladas no engodo da história

Que faço neste labirinto
entre verdades e mentiras
entre o ser ou não ter sido

Que faço para decifrar a charada e tecer
em quadrinhos a história do antes
do agora e o depois

O antes que elucida mistérios
da vida e o agora
que busca o ontem para entender
o hoje

O agora que traça identidades e augura
conquistas de um novo dia

Nety Maria Heleres Carrion

Ceia de natal - 10122007

Brilham céus terras mares
em grande escala

Na mala natalina hiberna
a Noite Feliz

Presépios pisca-piscas
fazem a festa

Natal Feliz diz a que veio
bendiz e traz mensagens

Abraça corações
dá lições de amor

O Bom Noel apeia nesse pago
percorre lares
saca os mimos e ilustra
a Ceia de Natal

Nety Maria Heleres Carrion

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Maravilha - 28112010

O céu se abriu
para mim e aspergiu as chamas
da inspiração

O céu
que é desvelo e que é paraíso
que se instala no coração

O céu que vibra
no compasso das horas e hospeda os apelos
do mundo sofrido

O céu
a maravilha das maravilhas
espetáculo dos astros
nos panos de teatro

Nety Maria Heleres Carrion

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Ehlers - 2002

Mesmo a família
sendo essencialmente católica
a história nos revela
que o primeiro pastor luterano
do Rio Grande do Sul
foi Johann Georg Ehlers

Veio de Hanôver em 1824
e aqui recebeu um galpão
na Feitoria de São Leopoldo
para realizar os cultos dominicais
e terrenos para o salão e o cemitério

A família de Fernando
da diocese de Olinda
e Senhorinha
do Rio Grande do Sul
era católica e seus descendentes
professam e abraçam essa religião
cada qual segundo a sua fé

Em pernambuco o bisavô Fritz
filho de Jorge Ehlers e Sophia Speer
desposou a pernambucana
Margarida Hermenegilda Pereira
os quais tiveram
quatro filhos pernambucanos
e seis gaúchos

Aos cinco anos o Fernando
veio para o Rio Grande do Sul
encontrou a Senhorinha
e a descendência iniciou

Viveu mais de oito décadas
dedicadas à navegação
à indústria e ao comércio

A sua fábrica de "Café Violeta"
foi um dos meios de ganhar o pão

Atualmente sua descendência
realiza encontros e confraterniza
conservando a sua essência

Nety Maria Heleres Carrion


História do Livro - 2002

Em 96 aflorou-me o desejo
de reunir dados da família
e assim rápida num lampejo
recorri a sua essência

Foram várias visitas
feitas aos atuais clãs
esmiuçando suas vidas
para encontrar seus talismãs

Pedi quase implorei
que me falassem dos ascendentes

Esbarrei escorreguei
mas levantei e enxerguei
belo horizonte

Um relicário na Cúria
milagrosamente encontrei
maravilhas sobre os ascendentes
e com isso me deslumbrei

Depois dessa graça alcançada
o jeito era correr contra o tempo
pois a sorte estava lançada

Nesta rápida caminhada
houve colaborações
às vezes um tanto acanhadas
mas geraram grandes emoções

Nety Maria Heleres Carrion

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ehlers - 1996

Manas Ehlers manos Ehlers
vem colher depoimentos
pra escrever um lindo livro
do avô Fernando Ehlers

O casal Oreste Lira
nunca vi casal assim
a Lira uma mocinha
o Oreste um gurizinho

O casal Carlos e Flor
formando um lindo par
depois de longos anos
vieram se encontrar

O casal Norma e Nestor
casal vinte exemplar
festejaram bodas de ouro
e continuam a se amar

Philomena tia Mena
mulher forte decidida
corajosa amigona
uma Ehlers admirada

Zildinha ou Zildão
com seus sete amores
tocando violão
alegrando os corações.

Nety Maria Heleres Carrion&Jane Beatriz Ehlers Ruiz

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Guerreira - 07032002

Tu que achaste ó Zilda
mui poucos os versos que fiz
compus de madrugada
pra te ofertar muitos mais

A tua vida transborda
de amor a São Jerônimo
e extrema confiança em Deus
transformando o chumbo em ouro

És um farol que ilumina
com tua luz a existência
e o que tocas perfumas
transformando em melodia

Teu lema é a liberdade
para andar para criar
não vives só de saudade
tu vives para voar

Ser zilda é ser guerreira
e isso nós o sabemos
é ser grande brasileira
gaúcha dos quatro ventos

Parabéns a ti Zildona
nesta bela e querida data
tu nossa grande madona
tens pomposa torcida!

Nety Maria Heleres Carrion

Jóia rara - 12122002

Zildona Zildeira Zildaço
tua vida é um hino de amor
tu andas no teu compasso
tens graça riso e cor

Nessa tua caminhada
rola ouro pelo chão
não daquele vil metal
mas o que brota do coração

Zilda tu és jóia rara
de alegria paz e amor
ao ver-te qualquer um pára
e te aplaude com calor.

Nety Maria Heleres Carrion

Euforia - 2004

Queridas agora eu venho
expressar meu sentimento
com a inspiração que tenho
não posso perder momentos

Hoje estamos empolgadas
pois aqui tem gente de raça
todas são uma parada
tem charme elegância e graça

As manas Ehlers e seu Chá
tem grande repercussão
já correu mundo o crachá
que levam ao coração

Que esses dias de euforia
permaneçam nos corações
cheios de paz e harmonia
traduzidos em canções

Vivamos felizes todos
com saúde e bem aventurança
seja jovem seja idoso
seja adolescente ou criança

Brademos entusiasmadas às manas
com viva e um vibrante olé
e à Zilda que é grande madona
convidamos para um arrasta-pé

E mais uma vez brindemos
agora em tom bem mais alto
a todos nós que viemos
a esse encontro

Um barato!

Nety Maria Heleres Carrion

Sete amores

A vida plantou para ti
um canteiro com sete flores
o jardim da existência
regaste com sete amores

A erva má do sofrimento
afogaste na coragem
colheste as flores para corbelle
usando a tua linguagem

Nem o inço da pobreza
ou a aridez que traz a fome
matou a flor da tua nobreza
e a fé do amor por teu homem.

Homenagem de Dalton José Ruiz à Zilda Ehlers
"Rainha das Zildeiras"

Hino das Manas Ehlers - 1986

Nós as manas Ehlers queremos
amor paz e união
com esses encontros que fazemos
que participamos de coração

I
Deixaremos pra nossos filhos
nosso exemplo de união
temos certeza que chegarão
com a mesma força e gratidão

II
Que este ano de 2010
seja repleto de sabedoria
muita coragem e união
é o que esperamos com alegria

III
Às manas Ehlers eu agradeço
os encontros que aqui tivemos
temos certeza permaneceremos
com a mesma força e gratidão

Nelcy Ehlers Gonçalves

Hino do VI encontro da Família Ehlers - 2002

I
Sejam todos bem-vindos
a esse encontro de amor
de todos os caminhos bem-vindos
carinho amizade e calor

Seguindo a mesma trilha
em grande demonstração
de amor por nossa família
e crescente união

Sigamos juntos pela estrada
sem desistirmos jamais
de seguir sempre as pegadas
deixadas por nossos ancestrais

Viveremos dias tão lindos
nossos rastros mostrarão
que nós estamos seguindo
sempre na mesma direção

II
É chegada a hora da partida
desde já nós sentimos saudade
sempre dói a hora da partida
é assim
mas aumenta a amizade

Levem junto o nosso carinho
sem pensar no afastamento
estaremos sempre bem pertinho
bem pertinho em pensamento

Se a nossa acolhida satisfaz
menos mal
aí então não será uma despedida
será apenas um tiau
tiau tiau tiau...

Dalton José Ruiz

Hino da Festa dos Ehlers - 1996

Esta é a Festa dos Ehlers
esta é a Festa dos Ehlers
comemorando o encontro assim
é uma alegria sem fim

A Família Ehlers unida está
com muita alegria festeja
tem jovens crianças idosos a brincar
e aqui não existe tristeza

Tem baile tem missa gincana a vencer
tem cuca cerveja churrasco
tem graça tem riso piada a contar
e aqui não existe cansaço.

Hino composto no IV encontro da FE

Primeiro encontro da Família Ehlers - 1987

Em nome deles falamos
a todos muito obrigado

Lá no cantinho do céu
eles tão apreciando
essa mensagem tão justa
que a gente está enviando

Nós temos orgulho na vida
do exemplo e da educação
por não ter nesta família
um marginal ou ladrão

No ano de vinte e três
quando em Triunfo chegava
pra melhorar sua vida
de tudo experimentava

Estava bem equilibrado
tinha indústria e navegação
por confiar nos amigos
isto foi a perdição

Tiraram tudo o que tinha
os meios de ganhar o pão
foram judas disfarçados
sem a menor compaixão

Fizeram a maior injustiça
não devia a ninguém um tostão
ele foi resignado
aceitando a situação

Passou muita necessidade
sem as ferramentas na mão
pra conseguir seu sustento
foi trabalhar de peão.

Oreste Ehlers

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Designes - 17112010

Libero a minha voz
que baila colorida pelos designes da vida

Um timbre rouco
que acorda aos solavancos
pelas paragens loucas das estâncias oníricas

No blog da vida
 busco saída
para os apertos do coração

Sacudo a poeira dos caminhos
refletida nas cordas
do pensamento

Enredo que controla o desfecho
subtraído da vida

Dedico o sol
estampado nas cores
que emblemam meu site de aconchego

Resisto às dores
que suprem as horas
esvaídas nas redes do entardecer

Sem vacilo
me vejo a comparar desejos
ambições sem remédios
nesta hora louca
em que o desvario assoma e lança tramas
com laços
revividos na soma das horas

Não me quebro
ante o espetáculo bisonho
nem me altero
na corrida pelo sonho

Só me percebo aqui desse lado
nos feitos desfeitos
nos primórdios do tempo

Em vão desvio olhar
com ar de quem nada vê
absorto em momentos que não condizem
com fatos alheios
revistos e retratados
ao longo da crucial manobra

O amanhã
se debate com o ontem e vira refém
do espetáculo dantesco
que cobre a mira do pensamento

O ontem
capengueou à procura do suporte
para dar força às horas

O amanhã
não quer rebocar o náufrago
que se desfaz em lamentações e deixa no vácuo
apelo sem choro nem vela

Quer o hoje
guiado pela sabedoria

O amanhã desponta nas paredes
com esperança de felicidade

Jovem
com promessa de quimera
surge renovado

O amanhã
que é a esperança
polvilhada de benquerença

Nety Maria Heleres Carrion





quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Paz rosada - 09112010

O barquinho azul
partiu deixando apelo cor de rosa
grifado em lágrimas servis

Quem te viu e quem te vê
espreita de perto o querer
que deságua nesse mar

Com sorriso escaneado
retorna ao cais o desbotado barco
na ânsia de encontrar a paz rosada

A mesma rosa dos seus ais
que já não voltam mais.

Nety Maria Heleres Carrion

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Conquista - 08112010

Remando contra a maré
controlo o humor
seguro gemidos
vibro com meu destino e não me dou por vencido

Solto as amarras
do pensamento e me delicio nesse evento
que sufoca o andar
mastiga olhar
censura o bojo da consciência e traz
o sabor da conquista

Remando contra a maré
me procuro me acho
converto dor em prazer
me divirto com os tropeços e saio sem dizer adeus
para que a maré construa
meu templo de lazer

Remando contra a maré
vou aos confins da terra
sem saber se lá
terá guerra ou terá paz

Carrego comigo
sol estrelas para iluminar caminhos
bordados pelo vento
da descrença

Retorno fortalecido
pelos remos da fé que empurram as marés
para o berço original

Aberto à maré dos tempos
meu livro rejeita proposta
que nao aposte na solidez da entrega total
inspirada nos desejos de bem estar
digitados pelas mentes
salpicadas de sabedoria

A linguagem do livro
fosforifica idéias malsãs e condena o espanto
à treva medieval

Nety Maria Heleres Carrion

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Passagem poética - 29102010

Mimo
o meu pensar e festejo minha passagem poética
pelo mundo florido da poesia

Mimo o meu pensar
que esteriliza rimas e conduz metáforas clandestinas
pelos veios da sabedoria
dos enlevos poéticos

Sufoco o meu pensar
para que ecloda sem mitos e ascenda com lampejos
refletidos nos poemas

Reponho peça por peça do meu pensar
para que chegue a um consenso e libere os dons
retidos nos labirintos da inspiração

Solto as gotas poéticas
no pergaminho do tempo

Dou tempo ao tempo
para juntar meus pensamentos
retidos na mágica das idéias

Carrego esses momentos
que me transportam a muitos mundos

Cada mundo é um mundo da poesia
onde flui a emoção
aureolada pelos versos

Um mundo de poesias guardadas no mundo
para o mundo

Recortes fiéis
que se encaixam nas telas universais e ao menor sinal
despencam feito frutos leitosos

Nety Maria Heleres Carrion

Graças líricas - 29102010

Me firmo no apêndice da vida
que corcoveia e registra passagem extratemporal
embutida nos planos mentalizados pelas feras da imaginação

Ergo os braços aos céus e lanço
graças líricas nos fidalgos cortejos
das liteiras do mundo

Nety Maria Heleres Carrion

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Arte futurista - 21102010

Marginal das idéias perece na pobreza
distanciada da arte futurista

Idéias marginais que não amadurecem
na ousadia das rimas

Nety Maria Heleres Carrion

Vigília poética - 21102010

Escalo os picos mais altos
em busca da arte das artes
que se banqueteia
na demência do verso e parte sem rumo
sem céu e sem chão
que abrigue e dê substância
ao seu dom

Vigio a arte e a arte
me vigia
numa vigília poética
sacudida pelas sementes da poesia
que transpassam quimeras e pousam
nos versos

Nety Maria Heleres Carrion

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Status perdido - 21102010

Sem pé nem cabeça
o herói do ontem massageia seu ego
na ânsia de encontrar acolhida aos rompantes do mal

Disfarça se esquiva nega protesta
grita para conseguir o status perdido pelos caminhos

Nety Maria Heleres Carrion

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Sonho - 20102010

Vi
com meus próprios olhos a terra balançar
sem hesitar e mover-se alternadamente
em sentidos opostos

Vi
com meus próprios olhos a transmutação

Aconcheguei os meus
à espera do fracionamento total da terra

Nety Maria Heleres Carrion

Plenitude - 19102010

O sábio
atrai a  plenitude do pensamento
para dentro do oráculo
do templo

Verte
conhecimentos e despenca
no ser ou não ser

O sábio
constrói seu estandarte
embasado na meditação que o leva
aos píncaros do deserto
onde abstrai a lógica e busca
fantasia filosófica
da questão

Vozes
descabeladas se rebelam
com as mágicas
do saber

Nety Maria Heleres Carrion

Dons - 11102020

Não escolhi

Mas recebo e agradeço
pelo resto da vida
os dons extraviados no mundo

Nety Maria Heleres Carrion

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Palavra - 13102010

A palavra chave indica a metáfora
que desembrulha as letras e forma a poesia

Decifra o enigma e abre os redutos
esclarecedores da mente

A palavra chave torna possível o encontro
com o interlocutor e dá continuidade
 ao espetáculo

Cruzo os braços quando passo
para não chamar o fracasso
delineado nos passos falsos do porvir

Atravesso os sinais
que medem o bem estar dos passantes

Nety Maria Heleres Carrion

Murais do pensamento -14102010

A noite
 acolhe fantasias e sonhos
dispersos nas horas insones e recheia
os murais do pensamento

Viaja
no carro alegórico e percorre
a intimidade da mente

O céu
se cala e a noite assume o papel
esconde o jogo de luzes
até que o sinal da aurora faça valer seu mandato
na pele do dia

A noite
acorda e desfaz os mitos
celebrados nos sonhos e dispersa
as promessas de fantasias

Desfila nas ruas
com sombras e luares

Abandona cetros e coroas
esmaece com os claros da aurora

No acender do tempo
 o sonho desmaia ou atrofia
nos vãos da realidade

O gosto da noite ressoa viril
nos planos do dia e dá sabor de fantasia
ao seu trajeto

Cantei todos os cantos
rimei todas as rimas
gastei palavras e mais palavras
fiz versos e mais versos e reuni em mil estrofes
que se mesclam aos poemas

E agora o que faço
começo pelos poemas e desarmo
estrofe por estrofe verso por verso
até chegar ao zero absoluto

Recomeço do A ou do Z

Já consumi
toda a retórica dos poemas
juntei retalhos para a colcha e dela me desfiz

Que faço

Nety Maria Heleres Carrion

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Adeus - 07102010

Está na hora de colocar para fora
o que ficou na alma e agora
quer tomar parte da vida

Está na hora de dizer adeus
ao que ficou para trás e rever o ateu
instalado nos corações

Está na hora de lançar
fluidos geradores de emoções
que iluminam o ser.

Nety Maria Heleres Carrion

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Sou do Sul - 20092010

Esperei toda a semana
para ver
o Vinte de Setembro
a céu aberto

Sou do Sul e Deus permita
que eu nunca saia daqui
pois foi neste Vinte de Setembro
que cantores e músicos
gaúchos
deram um show no palco
da RBS
aliados a espetáculos de dança
dos casais
que servirão de modelo
a toda a terra.

Nety Maria Heleres Carrion

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Notas de paz amor e união - 24092010

Achei melhor aqui do que em outro lugar

Cupim por cupim
casa velha por casa velha
melhor é aquela que foi destinada
para as manas e para mim

A casa antiga tem tanta história
nas paredes externas e internas
no chão e no teto

Períodos de infância juventude
maior idade

Histórias
de bons ou maus tempos

Lazer escola arteirice que convidam à junção
sempre que o tempo estiver a favor e no maior respeito
para nessa história deixarmos notas
de paz amor e união

Nety Maria Heleres Carrion

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Gentes minhas - 07092010

Andrajos espirram disfarces
exibidos no andar calejado
pelos sonhos desbotados

O sonho divide caminhos
corta trevas luzes e retorna diluído
nas mensagens bombadas na agudeza da vida

Espalho peças do andrajo
pelas rotas peregrinas e no casulo me alojo
com bagagem concentrada
na soma dos dias auferidos ao meu eu

Não deixo nada para trás
do meu pensar

Junto espaços vividos
no bom ou mau tempo

Esperanças e sonhos no amanhecer
das horas

Semeio o que resta no humor
do tempo e distribuo o dna das eras
embalsamadas na emoção

Não tenho pressa
tenho todo o tempo do mundo

Faço valer o segundo que se achega
sem falha e fala
com promessa de tudo

Reverto o meu tudo em versos mirabolantes
que trazem assombro e aquecem
as gentes minhas

Tenho todo o tempo do mundo
nesse paraíso moldado pelas cores e sons

Badalo o sumo da poesia e me aproximo
da alegoria poética

Quimeras no picadeiro
da fantasia

Mimo o meu pensar e diluo
as gotas da memória

Suor e lágrimas ejetados da mente
transladam sabedorias bíblicas e profanas
no cenário festivo da poesia

O choro apenado desliza preso
aos cantos das lágrimas

Salgadas no mar das ilusões
vertem dores e alegrias

Dou corda ao meu eu e transfiro o gosto
da poesia para atuar no palco

O reflexo do meu eu me acompanha
pelos caminhos e traça pegadas sem destino
em busca do cais para ancorar meus sais

Persigo o meu eu pelas esquinas
do tempo e ali deixo meus sentimentos

Nety Maria Heleres Carrion

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Prurido social - 18082010

Aguardo que o tempo
amadureça
para atender o mundo sacramentado
pelos males que circulam
nas faces sofridas
do hoje

Olhos desequilibrados
pela espera doída

Prurido social
que mancha a pele da memória
com a tinta tóxica
do desprezo
jogado pelos canais insensíveis
da elite criadora
do caos.

Nety Maria Heleres Carrion

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Uso capião - 11082010

Na barca da vida
viajante pede passagem
para o lado oposto
da margem

Alienígenas
em uso capião
despem pudor e invadem
a miopia do corpo

Alma em gozo
assiste de camarote o final
do espetáculo

Último ato de transição
do ciclo de vida

No condomínio da terra
explode a cena
restando apenas
o nada

Nety Maria Heleres Carrion

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Baganas de fantasias - 09082010

Cultivo espírito e detono
a poesia que vive
em mim

Esfarelo pensamento e concentro
a essência criadora
exaurida nas entranhas
das rimas

Sufoco andar perdido
no halo fresco da madrugada

Retorno feito mendigo
a juntar baganas de poesias
extraviadas nas rotas peregrinas
das ideias

Sigo roteiro enxertado de poesias
que se entrelaçam
no pódio da inspiração

Não sigo regras
ou métricas

Sigo ruelas amadurecidas na mente
calcada nos enlevos poéticos

O andar poético explora cenas
no palco da vida e baila solto
na réplica dos tempos

O ruído das horas mastiga o silêncio
na acústica do vento
da liberdade

O brilho da noite
incendeia os campos da mente
com mensagens repletas
de esperança

Reflete andanças geradas
nas cordas alegóricas da história
que semeia dons
atraídos pelas gotas
da felicidade

Reflete arte tempestuosa
na tela monitorada pelo sabor da hora
que atrela fantasia e destino

O poeta vive à sombra do poema
que revoluciona a mente

O poeta se desdobra
em mil e uma faces para receber
o poema

É preciso respirar o mesmo ar
do poema

É preciso sentir na pele
o tempero que espalha dom poético
no coração do mundo.


Nety Maria Heleres Carrion