exibidos no andar calejado
pelos sonhos desbotados
O sonho divide caminhos
corta trevas luzes e retorna diluído
nas mensagens bombadas na agudeza da vida
Espalho peças do andrajo
pelas rotas peregrinas e no casulo me alojo
com bagagem concentrada
na soma dos dias auferidos ao meu eu
Não deixo nada para trás
do meu pensar
Junto espaços vividos
no bom ou mau tempo
Esperanças e sonhos no amanhecer
das horas
Semeio o que resta no humor
do tempo e distribuo o dna das eras
embalsamadas na emoção
Não tenho pressa
tenho todo o tempo do mundo
Faço valer o segundo que se achega
sem falha e fala
com promessa de tudo
Reverto o meu tudo em versos mirabolantes
que trazem assombro e aquecem
as gentes minhas
Tenho todo o tempo do mundo
nesse paraíso moldado pelas cores e sons
Badalo o sumo da poesia e me aproximo
da alegoria poética
Quimeras no picadeiro
da fantasia
Mimo o meu pensar e diluo
as gotas da memória
Suor e lágrimas ejetados da mente
transladam sabedorias bíblicas e profanas
no cenário festivo da poesia
O choro apenado desliza preso
aos cantos das lágrimas
Salgadas no mar das ilusões
vertem dores e alegrias
Dou corda ao meu eu e transfiro o gosto
da poesia para atuar no palco
O reflexo do meu eu me acompanha
pelos caminhos e traça pegadas sem destino
em busca do cais para ancorar meus sais
Persigo o meu eu pelas esquinas
do tempo e ali deixo meus sentimentos
Nety Maria Heleres Carrion
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