segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Doçura da fala - 26122011

O que faço
é levado ao espaço
que me dá resposta no meio da noite

Ao som de tambores
aquece meus dias e inspira tarefas
engarrafadas na consciência demagoga
nos arredores da vida

O que me assalta são os valores
recebidos nos caminhos
que se desvirtuam a passos largos
no trem bala dos sonhos

Sigo rotas traçadas
pelo destino e me recolho ao ninho
sem pensar que por trás de tudo
desalinho meus consertos e torno a arranjá-los
de forma perfeita
como manda o figurino

São trejeitos
que não cabem no espaço em que vivo
pois dependem da arte
que transfigura os moldes da poesia
estrutura cada enlevo
mescla rotina e sabatina tudo
ao meu redor

Questiono meus versos e lanço-os
no universo
onde dão vez e voz
à doçura da fala

Nety Maria Heleres Carrion

sábado, 17 de dezembro de 2011

Abóbodas criativas - 15122011

Os mistérios que movem os seres da natureza
nos dão certeza de que verdades e mentiras
estão intimamente ligadas com o desenrolar das tabuadas
que se contradizem na esfera do pensamento

É salutar esse ser ou não ser
esse acreditar ou não acreditar
que verdades e mentiras caminham juntas
em tormentas ou estios
para chegar a um consenso da crença
em um desempate gerador da sensatez
que intercede na escolha das indagações
geradas no universo da natureza

Os feixes de luz que circulam ao meu redor
dissipam dúvidas embalsamadas nas linhas do tempo

As luzes encenam olhares
pelo mundo da fantasia e da realidade
em tons que se abrem aos ruídos
formados pelo ir e vir
do passado

As preces do entardecer liberam sons que se calam
sempre que as vozes se levantam
para sugerir ou criticar eventos
em desalinhos

Momento captado pelas imagens
que se deturpam na imensidão dos tempos e desafiam
todas as regras na vastidão das eras

Sem mais nem menos o assédio das conquistas
provoca desditas nos transparentes caminhos
da imaginação

A dor da desdita
sobressai nos clarões da conturbada lei
negociada na paz e na guerra
entre os gênios que se manifestam
 nas comédias e tragédias

Consolo
que ultrapassa os umbrais do pensamento
com mensagens estereotipadas
que lembram etapas de um todo
que não volta mais

Tudo corre ao meu redor e o sentimento
sobrepuja as falhas da fantasia
e da realidade

Nessa crendice
me deparo com espetáculo circense

De cambalhota em cambalhota chego à cena
imposta pelo desejo de rodar
rodar na corrida que embala o meu eu
para os eus centralizados no mundo das ideias

Sem misticismos

Sem coerência
mas latente
pulsando com o vento norte ou sul
exposto no aqui e no depois

O talento esvoaça
pelos canteiros da imaginação e se interlaça
nas abóbodas criativas onde o verbo
marca presença

Nety Maria Heleres Carrion

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Era digital - 05122011

A minha memória registra o tempo
que se dissolve na era digital
com apelos de todas as cores

Marcas de cada passo
registradas em voos de pirilampos
soltos numa aquarela que reluz
na auréola encantada

Versos mirabolantes
que se estendem do A ao Z

É o capricho da hora
nos repentes da madrugada
que assola as paradas do tempo
com inventos que refrescam
os momentos de lazer e tornam os dias
prazerosos e gentis

Extremos açoitados pelos dias e noites
colados nas costas do amanhã

Isso tudo me agrada e passa a ter ousadia
nos tempos da vida

Isso nada mais é do que a liberdade de criar
aquela canção que rodopia na saudade

Canção que vem e passa os contornos
ensaiados ao longo da vida
cansada ou ativa
que merece aconchego
em estilo real

Canção que reflete a paz
consoladora dos dias

Primo pelo destino
que encerra mistérios e milagres
na caixa do saber

Fraldas do tempo
que se unem às imagens e se acoplam
no rosto da aurora

Conduzem mensagens nas copas do tempo
com chiados do vento viril e despencam
com odores de primavera

É nessa esfera que revivo o esplendor dos tempos
que retinem nos tímpanos do pensamento
e alugam terrenos da memória
de tempos em tempos

Hoje o sonho foi além dos limites
da consciência

Deixou esperança
que ultrapassa a barreira do som
num tom que reflete as calorias abastadas
de sombras e luzes

Transita nas escolas do tempo
e sustenta o mundo das ideias

E isso chega de mansinho
e toma conta de tudo que se instala ao redor
sem deixar vestígio

Nety Maria Heleres Carrion

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Doce aceno - 01122011

Nesse pedaço de chão
tudo pulsa embalado
pelos ditames do coração

Pulsa o dia
pulsa a noite
pulsa o espectro solar
em sintonia com o universo

Um vai e vem de emoções
que circulam nas rodas do mundo
carregando consigo
a barca do pensamento
que atrai conquistas
esperanças

Nesse pedaço de chão
navegam mil pensamentos
e nas asas do vento
se bifurcam num doce aceno
que desperta euforia
nas horas do riso

Nesse pedaço de chão
não há tempo para lágrimas

O pensamento recheia os vãos
do universo e o resto
povoa os ares nas andanças
pelo mundo da fantasia

Nesse pedaço de chão
a casca do amanhã
envolve riso e dor e se abre
na passagem dos astros
que atropelam os vastos campos
da imaginação

Pedaços de história
que incorporam e revertem
o meu tudo
com as carícias indeléveis do tempo
que não volta mais

Pedaços soletrados
nos grãos de areia
que as intempéries registram
para a eternidade

Na vida
são as pequenas coisas
que nos impedem de voar
para outros mares

Inércia irreverente
pregos do comodismo
que nos prendem aos mistérios
de todos os tempos

Nety Maria Heleres Carrion

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Família - 17112011 - CP

A família é a base de tudo e é nossa obrigação mantê-la pelos séculos e séculos que virão, para que não percamos o sentido da vida. Por isso, o resgate da memória coletiva da família Ehlers ficou tanto mais consolidado e reprodutivo a partir do momento em que foi escrito, pois "nenhum espelho reflete melhor a imagem do homem do que as palavras".

Nety Maria Heleres Carrion

Modelo - 22/11/2011 - CP

Aqui em Porto Alegre temos muitas coisas positivas, mas também existem as negativas. A parada de ônibus em frente a um shopping center beira o Primeiro Mundo e até pede para ser fotografada para servir de modelo, pois é limpa, com bancos para aguardar o ônibus, enquanto que, em vários lugares da cidade, o passageiro espera de pé nas maltratadas paradas de ônibus.

Nety Maria Heleres Carrion

Passeio inspirador - 07112011 - ZH

Certo dia fui presenteada com uma "viagem"de 20 minutos no Catamarã. Na ida, senti falta de um guia, mostrando o que há de importante às margens de Porto Alegre. Já na volta pude visualizar a Capital, com suas arquiteturas de menor ou maior porte, suas elevações naturais e seu maravilhoso Cais do Porto. Será que um dia poderemos circular livremente pelo cais e apreciar a exuberância das águas, das terras e do céu da nossa cidade?

Nety maria Heleres Carrion

Horas mornas - 26112011 - ZH

Eu
face a face
com a febre
do pensamento
que desperdiça
imagens
e alicia
realidades
e fantasias

Doses maciças
do sol
da meia-noite
caem
na terra morna
clarinetando
aurora

Nety Maria Heleres Carrion

Prisma - 28112011

Desvio olhar
da rotina que embalsama pensamento
sem pé nem cabeça

Assento olhar
nos contornos da vida e retorno distraída
pela multiplicidade de fatores
alinhados entre o céu e a terra

Me redimo do cômodo olhar e passo a ter
liberdade de criar o meu elenco
onde tudo flui através do prisma
em que me encontro

Nesse estágio de criação
penetro no mistério
da poesia

Nety Maria Heleres Carrion

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Encontro dos Ehlers - 26/11/2011

Esta é a Festa dos Ehlers

Esta é a Festa dos Ehlers

Comemorando o Encontro assim

É uma alegria sem fim.



A família Ehlers unida está

Com muita alegria festeja

Tem jovens, idosos, crianças a brincar

E aqui não existe tristeza



Tem baile, tem Missa, gincana a vencer

Tem cuca cerveja e churrasco

Tem graça tem riso e piada a contar

E aqui não existe cansaço


Composto na gincana do "Quarto Encontro da Família Ehlers (Fernando e Senhorinha), 15, 16 e 17 de novembro de 1996, em Palmitos/SC".


Sejam todos bem-vindos

A esse Encontro de Amor

De todos os caminhos bem-vindos

Carinho amizade calor


Que sejam todos bem-vindos

A esse Encontro de Amor

Que sejam todos bem-vindos

A esse Encontro de amor


Seguindo a mesma trilha

Em grande demonstração

De amor por nossa família

E crescente união


Sigamos nossa jornada

Sem desistirmos jamais

De seguir sempre as pegadas

Deixadas por nossos ancestrais


Viveremos dias tão lindos

Nossos rastros mostrarão

Que nós estamos seguindo

Todos na mesma direção


Que sejam todos bem-vindos

A esse Encontro de Amor

Que sejam todos bem-vindos

A esse Encontro de Amor

Composto para o "Sexto Encontro da Família Ehlers/2002 em São Jerônimo/RS, pela Norma Ehlers Ruiz, neta do Fernando e da Senhorinha, bisneta do Fritz e da Margarida, trineta do Jorge Ehlers e Sophia Speer".


Nós as Manas Ehlers queremos

Amor paz e união

Com esses encontros que fazemos

Que participamos de coração


Deixaremos pra nossos filhos

Nosso exemplo de união

Temos certeza que chegarão

Com a mesma força e gratidão


Que esse ano de oitenta e seis

Seja repleto de sabedoria

Muita coragem muita união

É o que esperamos com alegria


Às Manas Ehlers eu agradeço

Nossos encontros que aqui tivemos

Temos certeza permaneceremos

Com a mesma força e gratidão

"Hino das Manas Ehlers" (Edy, Betty, Nety, Norma, Nelcy, Elisabeth e Jane), as sete filhas da Zilda e do Zeca; netas do Fernando e da Senhorinha; bisnetas do Fritz e da Margarida; trinetas do Jorge Ehlers e da Sophia Speer). Composto pela mana Nelcy Ehlers em 1986 e cantado nos "Chás das Manas Ehlers".


Sábado, 19/11/2011, a ZH publicou foto dos nossos ancestrais, Fernando Ehlers (Fritz), esposo de Margarida Pereira Ehlers, filhos e netos.

No dia 26/11/2011, esperamos todos os Ehlers no CTG 35, ao lado do Bourbon, Porto Alegre, para a nossa confraternização. Estaremos recebendo sugestões para o próximo encontro da Família Ehlers, com escolha da comissão organizadora (composta pelos descendentes do Fritz: Godofredo (bisavô do Diego), Frederico (pai de Delminda), Fernando (meu avô), Beatriz (avó de Jeanete), Irene (Brilha), Júlia (Ella), Alberto (bisavô de Anelise) Elvira (mãe de Enenive), Orphila Albertina (mãe de Lecy), Maria Philomena (mãe de Lúcia); escollha do local e data(s), com um, dois ou mais dias para o encontro.



Estamos à disposição para informações e o que necessitarem para esse Encontro - e o próximo Encontro da Família Ehlers.


"Os Ehlers fazem a diferença"!

Um grande abraço a todos

Nety, Anelise e Renata.

PS: Tragam as poesias acima, para que possamos cantá-las todos juntos!

Nety Maria Heleres Carrion

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Brinquedos - 18112011

Guardo respostas
que condizem ou não
com o momento de vida

Insiro no contexto
erigido pelo meu pensar
com aparência
de muitos ou poucos amigos
especulações
daqui e dali

E assim me volto
sem revolta
para os contornos que delineei
pra começo de conversa

Movo botões
de um lado para outro
mas não solto dos dedos
esses brinquedos
que atraem sorte
sem sortilégios e retratam
o gosto verbal
pelos temas
abstraídos da vida

Isso só é válido
se a paisagem
for clara e insinuante
no espaço giratório
do pensamento

Isso vale a pena
quando a dor serena
esfiapa as nossas penas

Então questiono
o que me rodeia e passo a ter
respostas
aos devaneios

Nety Maria Heleres Carrion

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

CONVITE PARA O ENCONTRO DOS EHLERS - 26/11/2011

A festa já começou para a Família Ehlers e em 26 de novembro de 2011, último sábado, estaremos recebendo todos os Ehlers em Porto Alegre/RS, no Restaurante e Churrascaria do CTG 35, à Avenida Ipiranga, ao lado do Bourbon Ipiranga.

Neste Segundo Encontro da Família Ehlers será lançado o segundo livro da Família Ehlers - o primeiro livro foi lançado em 2002, em São Jerônimo. O nosso objetivo é o de resgastar a História de nossa família, esquecida ao longo do tempo e deixá-la registrada para todas as gerações.

Confirmações de presença através dos emails:
Nety: netycarrion@gmail.com (51) 3338-5394
Anelise:   funideal@gmail.com (51) 3249-8591

Nety Maria Heleres Carrion

Convite para o Encontro dos Ehlers - 26.11.2011

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Coração gaudério - 07112011

O que me impele a escrever
é o grito da natureza
é o grito do meu ser
é o grito do passado
que se intala ou não
nas paredes
do pensamento

Ecoa nos vãos do tempo e retorna
num eco de luz

Desafia o menor dos seres
a uma conversa amiga
que se desfaz ou acontece
sem nada em troca

Toca as bordas do infinito
entre claves e notas
num concerto musical

Espalha melodias
sobre o dorso
da marcante noite


Tudo acontece e o estribilho
se contenta em repetir o que se sabe
criando mundos e fundos
batucados no pandeiro da alegria

Sustenta as faces
da magia
encerra surpresas nos caminhos
atapetados de espinhos

Façanha que desperta interesse
pelos vales e montes
dessa faceira arte
Combina imagens
cercadas de misticismos
num desenlace retratado
no colorido amanhã

Doces palavras
recheadas de sonhos e fantasias
manipulam as sombras
do pensamento e avivam o desejo
postado no coração gaudério

É luta
que revida a paz e satisfaz os tempos
marcados pelo badalar das ilusões
nas horas inertes da vida

Corro atrás do meu perfil
para que se mostre aqui de forma leve
transparente e deságue
na aquarela mágica
do pensamento

Noite sem apitos
sem consolo
exposta à claridade
rebate qualquer proposta
sem direção e se desmancha
em lamentações.

Nety Maria Heleres Carrion

sábado, 5 de novembro de 2011

Voto - 29102011

O voto
de Minerva
eleva ao grau
mais alto e dá ensejo
ao voto
que salva e é alvo
das multidões
de todos os cantos

Nety Maria Heleres Carrion

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Refresco das horas - 19102011

Sonho de verão
derrete o gelo
estampado na face
do tempo

Esconde o rubor
dos eternos galanteios
nas noites do pensamento

Gera intrigas
chega a consensos
no balanço pipocado
pelo cansaço do vento

Sonho que se esvai
esbarra no trem bala e dispara
em ziguezague
não sabe se retorna para a primavera
ou desce em qualquer estação

Sonho de verão
no inverno da vida

Sonho
nada mais que um sonho
que a névoa apaga
aquece
esfria
para o real

Que se achega sem licença
entra como se sua
fosse a casa
detona inquilino
toma conta de tudo

Um sonho apenas
gotas cristalinas
espelhadas
nos molhes da vida

Brisa no refresco das horas
que embala o sonho
nos serões
das madrugadas

Na marquise do tempo
o sonho roi a corda e despenca
no abismo
do pensamento

Nety Maria Heleres Carrion

domingo, 16 de outubro de 2011

Ícone

Oscar da poesia
Sabatina
Cabeça
Arejada
Recolhe

Dons
Alegrias

Paixão
Oferenda
Eixo
Sabedoria
Icone irresistível
Absoluto

Nety Maria Heleres Carrion

sábado, 15 de outubro de 2011

Traje de gala - 15102011

A festa já começou
e os convidados participam
como convivas e homenageados

A festa já começou
e é preciso preparar
nosso traje de gala

É preciso preparar
os manjares
os enfeites
as músicas
pois a festa é alegria
é convivência
é partilha de vida

Nety Maria Heleres Carrion

Gotas repetidas - 15102011

Lembranças
beliscam o meu pensar
jogam-se da caixa do pensamento
enrolam-se e despencam
ao som de notas
repetidas
sem ritmo

Coração desbotado
calado ou tempestuoso
debruça-se pelos caminhos
no espaço da imaginação

Canção para dar vida
concentrada nas asas do amanhecer
distribui-se nas gotas do meu pensar e paralisa
os tímpanos do tempo
bate contra o peito
a razão

Nety Maria Heleres Carrion

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Ponte - 04102011 - CP

São Jerônimo festejou no dia 30 de setembro seus 150 anos de emancipação e aguarda, nos encontro dos rios Taquari e Jacuí, a construção de uma ponte ligando-o a Triunfo.

Nety Maria Heleres Carrion

Aos professores - 13102011 - ZH

Aos mestres o carinho, o respeito, a gratidão pelo amor dedicado aos seus discípulos.


Pelas lembranças e os ensinamentos para a vida, colocando em nossas mãos as ferramentas que abrem novos horizontes, rumo aos ideais humanos e profissionais.


Obrigada pela doação sem limites, questionando, comungando seus conhecimentos e despertando sabedorias em todos nós.

Nety Maria Heleres Carrion

sábado, 8 de outubro de 2011

Trocadilhos - 08102011

No meu juízo
perfeito

Estreito laços
que apertam ou desatam

Compasso de espera
que se vai janela afora
espetado pelos ais
que não se conformam
dizem não e dizem sim
como quem concorda ou discorda
com atos e desatos

Empilho trocadilhos
com sotaque verde
amarelo

Na esfera em que vivo
respiro
confetes e serpentinas

Nety Maria Heleres Carrion

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Horas mornas - 28092011

Nos meus embalos
chacoalho o meu eu
para que ele se desloque
me acaricie e com agrado
me deseje tudo de bom
que o embalo tem

Pelos atalhos me equilibro
sem noção do perigo
sempre à espreita
para colher ofertas
de fantasias

Destino incerto e caprichoso
bebendo águas de rosas

Meu pensamento voa pelos ares
pelos continentes
pelos mares e dá sinal
no espaço redondo da liturgia
que empresta graça e beleza
me embriaga
com voos e piruetas

O meu ser se agita
nos serões da madrugada

Na sarjeta do tempo
entrego tudo que não me diz respeito

Entrego meu braço forte
guarnecido de coragem
que sobrepuja templos de liberdade
costurados em dupla face
na outra face
do meu eu

Eu
face a face
com a face do mundo

E o que me espera é a febre do pensamento
que desperdiça imagens e alicia
realidades e fantasias

Desenha milagres nas cachoeiras da vida
que se jogam de cabeça
entre aplausos e vaias

Despenteia a calma
das noites congeladas
no mistério encarnado

Doses maciças do sol da meia noite
com ternura e despojo
caem sobre a terra morna e rolam
clarinetando auroras

O mundo segue seu passo
não olha para trás nem para a frente
do poente ou do nascente

Metas que surpreendem
gregos e troianos

No lugar de canhões

harpas

nos tímpanos reluzentes da aurora

E assim me disperso nesse universo rico
onde cada estalo atrai palavras e consensos
para o som de todas as violas cantantes
num arrojo cadastrado nas mentes

E isso não é o fim do começo
de um sol que apaga e acende
no fundo de um lago fosforescente
que só diz respeito a mim
e ao mundo

E assim durmo e acordo
nesse mundo de fantasias
toldado pelo meu eu
e o eu daquele
que me jogou do precipício
e me amparou ao rés do chão

Agora fecho as palavras
para que não caiam em contradição
e viajem na contramão

O que é e o que não é
pode ser contado ou calado
ante o espetáculo da vida

E assim fecho o livro
e me livro das horas mornas
que incendeiam meu pensamento
e depois vão embora
sem nem sequer dar satisfação
de seus atos

Nety Maria Heleres Carrion

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Ousadias - 06092011 - DG

Que penso eu nesse trajeto
onde me alicio ao cantar do tempo

Tenho as costas largas
suporto corridas amargas ou doces
nas madrugadas

Me entretenho com as palavras
que saltam ou se enlaçam
para que o mundo me conheça
e se abasteça do que penso

Só isso me chega
e me pega de surpresa
nessa hora em que destilo ousadias
na emoção de cada dia
que começa com promessa
e finda colada a uma prece

Nety Maria Heleres Carrion

Aplausos - 26092011 - ZH

Vem de ti
todo bem
que assombra
meu querer


Vem de ti
todo bem
que se instala
na mala
do tempo e viaja
na barca
do sucesso


Dispensa
comentários
faz jus
aos aplausos
que recebe
nas estações
da vida


Nety Maria Heleres Carrion

Nobreza de servir - 26092011 - DG

Deus permita que nunca
o Mercado Gasparotto saia daqui
pois é de uma grande família
que presta serviços valiosos
à comunidade
em que está inserido
Os donos são atentos aos clientes
que os procuram pessoalmente
ou por telefone
para solicitar produtos
estes são vendidos a preços módicos
a família sabe como e está sempre
exercendo a nobreza
de bem servir.


Nety Maria Heleres Carrion

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sensatez - 21092011

A luz que alumia
minha vida
pede todo o dia
que eu decida em seguir

ou parar
ou retornar

para um tempo sem volta
que destrava
o meu caminho

Panorama
que repudia a sensatez
apoiada nas palavras

Nety Maria Heleres Carrion

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Reflexo - 13092011

Réstia de esperança
perambula por entre os escuros e claros
da memória

Deita-se ao sol
de todas as manhãs

É a última que morre
cresce
vive e transita
no dorso da alma
com previsões do tudo
ou do nada

Esperança
que aborta a descrença e aviva
a chama da fé

A pena que tateia sombras e luzes
descobre-se no reflexo das letras
e cobre as reticências da palavra

A espera é longa
chega e se apega aos andares
erigidos pelo meu pensar
que se dobra às carícias
do dia e da noite

Devolve ao mundo a doçura da vida
na mesma moeda

A noite desaparece na orla
do pensamento e dá lugar à realidade
embebida nos extratos do dia

Alvejo meus pensamentos
nos raios incandescentes
do sol do meio dia
que reflete tons e sons
do verão

Nety Maria Heleres Carrion

sábado, 10 de setembro de 2011

Verdades ou mentiras - 09092011

Vem de ti todo bem
que assombra meu querer

Vem de ti todo bem
que se instala na mala do tempo e viaja
na barca do sucesso

Dispensa comentários
faz jus aos aplausos que recebe
nas estações da vida

Falas e gestos recebem medalhas
condecoradas nas batalhas do bem e do mal

E assim

A jornada sem sal ganha tempero
ditado pelo preciso tato do autor
nesse enredo narciso

Parei no tempo

Para acolher aumento generoso
da linguagem erudita

E o que fica

É castelo de areia
cujas sílabas desmoronam
no roteiro da poesia

Verdades ou mentiras
sugadas pelas gotas da memória

Flutuantes poções mágicas
que despem pesadelos e se vestem de sonhos

Flerte com as rimas
num enlace
poético

Afofo meus dias
com a leveza da poesia
que rola colorida ou em preto e branco

Nety Maria Heleres Carrion

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Emendas - 05092011

Uma pedra só não chega
para alicerçar o meu viver
é palha que escorrega
dentro de mim

Cria limo nas veredas
deslustra o cotidiano
é dureza
é mó que rebenta
nos cotovelos da sorte

Miragem que ultrapassa
o mistério da linguagem

Reflexão amparada
na sabedoria e no misticismo

Rola de aldeia em aldeia
serpenteia andares da vida e chega
à solidez almejada
nos veios da fé

Esperança crescida
nos arrabaldes do pensamento

Corto tudo que não tem conteúdo
exorto planos centrados
no mundo das ideias

Me prostro diante do bem e do mal
desloco a seiva do mais colorido
espalho pela existência

As pedras me acompanham
nos momentos de euforia e de pesar
me ajudam a vencer medos
opressões
nesse mundo concreto abstrato
onde dou voltas e mais voltas
para não tropeçar
em suas agudezas

Elas me trazem a reflexão
de que nem tudo
são flores
e que dores e alegrias
caminham juntas
feito avesso e direito

Detalhes que posicionam
o meu eu nas escolhas

Coroam meu viver
com louros ganhos
nos repentes do pensamento

A hora é agora e a história
nem começou

A trajetória está por vir e ser passada
em pratos limpos o decidir
que bóia nas eras
esquecidas nos caminhos

A hora é agora e me lanço
sem demora
num mar de ilusões
que encrespa meu ser

Peleio os tempos idos
com vistas no depois
para que o agora me encontre receptiva
às linguagens das promessas
de consolo
de porvir

A teimosia
me conduz à esperança
mesmo que tardia

Pede porto seguro
para ancorar meu eu
e tudo que posso dar e receber

Quedo-me
diante Daquele
que me ampara
pelos caminhos difíceis

Com minhas alegrias se alegra
consola-me nas tristezas
dirige meus passos nos trilhos
da sabedoria

Aquele
que a meu lado caminha

O sopro da manhã
embeleza minha mente
com retratos sarados da natureza

Reaviva toda a beleza
contida nos contos
principescos
dantescos
pitorescos

Aventuras
romances
fábulas condecoradas
balançam a mente

Recolho metas
nas figuras de linguagem
para soltá-las aos poucos
nas emendas literárias
que conduzem suco poético
nos selos aristocráticos
da poesia

Nety Maria Heleres Carrion

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Esse mar é meu - 190711 - DG

Esse mar é meu
seu gosto entra pela boca
e massageia a pele da memória
Esse mar é meu
me toma por inteiro
fazendo de mim seu parceiro
Esse mar é meu
e o contágio das ondas
ricocheteia no lombo da noite e lança
lágrimas peroladas
sobre o dorso esvaído do sono
Esse mar é meu
se enrosca e se lança
abrindo as pedras
da imaginação

Nety Maria Heleres Carrion

Sintonia - ZH - 24082011

No espaço dimensionado
para o meu viver
deposito emoções
extrapolo sentimentos
do meu ser
Projeto minhas falas
no espelho
que as reflete
em noites de gala
Cores
que cabem na íris
em sintonia telepática
Nesse espaço
a palavra é carregada
sem destino
nos trilhos
onde compartilho
esse hino

Nety Maria Heleres Carrion

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Hora solene - 27082011

A Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do sul
abre portas e janelas de seu palco
para receber os formandos
da Ciência da Computação
Guilherme e Nicole

Na passarela
dois atores vestidos a caráter
desfilam entre aplausos e sorrisos

Alegria que contagia os pais
os parentes e os amigos
que os parabenizam
nessa hora solene

Nety Maria Heleres Carrion

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Neuroquito - 18082011

Escasseou o combustível dos neurônios
e o que resta são apenas migalhas
que não cabem nas metáforas

Migalhas que lutam por um lugar ao sol
para aquecer as sementes do verbo
encolhidas na cova do pensamento

Esforço sobrehumano da palavra
em luta corporal com a linguagem
que embala versos e estrofes

E o que resta
é a letra
é a sílaba
é a palavra
para massagear e ativar os neurônios
que despertam e na passarela revelam nuances
em tons de primavera
nas páginas brancas da vida

Resta conduzir a memória
num caminho de suor e lágrimas
até chegar ao quiquito
de melhor enredo
poético

Abrem-se alas
e por elas desfila o neuroquito
esbanjando alegrias
da conquista

Nety Maria Heleres Carrion

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Leques - 10082011

Nas lacunas
rótulos e fórmulas do meu pensar
hibernam para que ali criem raízes e liberem
sementes mágicas da mais pura linhagem

Nesse recanto de fantasia
rimas e metáforas evoluem e desprendem
seu grito de liberdade

Fórmulas
no compromisso com a linguagem

Rótulos
sem vínculos pejorativos

Obstáculos conquistas
leques
positivos à poesia

Do outro lado da linha a tábua da salvação
o beaba que transforma palavra em oração

Nos cantos da casa
encontro resistência na busca pela essência
criadora dos temas
que alicerçam a poesia

Limo as rimas
para que o gênio da poesia solte o verbo
encarnado na garrafa
encantada

Exercito minha linguagem
sem pé nem cabeça e filtro os grãos da verdade
até que se enquadrem às normas propostas
nos temas de cada dia

A noite começa para leigos e doutores
sem previsão de aumento poético

Abas de suor
que gotejam no tempo e aumentam
o peso das horas
que não me dizem respeito

Nety Maria Heleres Carrion