quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Casulo do dia - 140209

A noite principesca
amadurece
as horas

Descola
sonhos e fantasias


Circuitos voadores
ornam procelas e incendeiam
o mundo eclético


Burguês sonolento espia
o casulo do dia

Retrata
o cansaço
da pieguice medonha.


Nety Maria Heleres Carrion

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Casulo adormecido - 150407

Penso
escrevo
existo

Difundo pensamentos
idéias
para o mundo

Evolo sentimentos
que sobressaem do casulo adormecido
enclausurado nos divinais recônditos líricos


Mensagens calóricas
que desprendem tamborilantes auras juvenis
impregnadas de joviais e jubilosos anseios pueris
ritmados pelos ecos cantantes do verso ondulante revolto
dos guardados da memória

Memória exultante
plena de mitos e ritos
em busca do elo reconstrutor
nos dias elásticos supridos de imagens

Esculturas líricas
afrodisíacas
retidas nos montes
pictóricos


Pigmentos lúdicos
acenam ao mundo encantado

Fantasias ordeiras
imantadas de florais temperos
extraídos de um tempo galático
gestando corpos estelares
míticos
em ascenção cósmica


Atraídos por coros secretos
segredos multifacetados
multicoloridos
ornam orla espacial celeste
vidente
onírica
embalada por deuses e musas
extradimensionais
que planam asas peroladas
translúcidas
num castelo adormecido
pelas quimeras zodiacais
em contato com mistérios oníricos
do pensamento humano

Nuvens alvas
da alma labiríntica
burilam ocaso anodoado
que habita nostálgica página de vida gêmea
caída no pedestal emblemático
em horas celestiais
de sapiência
milenar


Crisálidas larvas do coração faiscado
pela poeira do tempo
circulam em castelos
de sonhos
redentores
andares


Degraus anelosos
sob um palco espectral
lançando fluídos enlatados
na orgia do tempo
que não pára nem vacila
não raciocina
não dorme


Avança
ceifando corações
abotoando ilusões
nas casas
da memória

O tempo dispara lentamente
solta-se ao vento em direção ao futuro
ornamentado esperançoso
que reluz
numa aura transparente


O tempo avança e pisa
no calcanhar daquele que ousa
seu passo travar

O tempo dispara sem rodeios
busca o infinito e colhe mensagens
que se dispersam no ar
atraídas pelas mentes
receptivas


O tempo amadurece as horas
molha os olhos seca os dias
resseca pensamento nublado
pelo envelhecer carcomido
da semente gélida
num lépido passar
de tempo.

Nety Maria Heleres Carrion

Fuso emocional - 120407

Dorme o mundo
dorme
a palavra
nada acontece



Flutua o lápis
na esmarelecida folha
esperança da consciência
que desperta
num fuso emocional



Despregam-se sentimentos
da meditação destoante



Quebram-se cristais
na entoante memória



Dedilham-se acordes
suspensos em horas soturnas
que invadem os porões
da saudade



Ofuscados pelo brilho
focado no translúcido volver
do pensamento
coloridos raios penetrantes
da mente esvaída de pérolas
cristalizadas
são espargidos pela aurora
no seio da terra.

Nety Maria Heleres Carrion

Cântaros de ilusões - 230307

Sorrateiramente explodem cântaros
de ilusões retidos no pulsar
das horas vespertinas


Líricas abordagens
transbordantes
efêmeras


Piscosas torrentes abrindo
mescladas imagens
da evolada memória


Místicos seres
regados
de preciosos auríferos


Suave cadente tênue
aurora da vida


Supremos mananciais cacheados
ressonância homem/deus
divino/humano regados
por luminosidades reflexivas


Pensamento boreal ermo latente ensacado
nos rosáceos tules do tempo
corroi estocadas mensagens e lança-as
aos pedaços no espaço


Sílabas flutuantes
no espaço temporal
da vida


Dança cosmopolita grotesca pinelada
ordenando saltando no vai e vem
até encontrar poético e cristalino
consenso


Mananciais
de ternura estética
floridos de simbólicos
gestos briosos
com multicores
toadas


Brilha no espaço
estrela que pisca mensagens
à natureza.



Nety Maria Heleres Carrion

Vertente de beleza - 260307

Poete-se garça poética

no rio de alma florida
que teu vôo reflete

Poete-se garça poética


nos ares das cidades
nos ares das florestas

Asas tamborilantes


paraquedas rasantes
no espaço celestial

Poete-se vertente de beleza


regue flamantes recados
balizados de esperança

Poete-se no halo silvestre


ao som da mata
na luz e nas trevas
do anoitecer ao alvorecer

Poete-se garça poética


conduza o pólen
da semente cálida
ao altar humoso

Alimente a lide campestre


na terra benfazeja
onde desabrocha e perpetua-se
a grandeza da natureza
na sede das hora
de auroras coradas.


Nety Maria Heleres Carrion

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Devaneios - 251006

Encontros antecipados de sonhos nas noites
acastelam róseos horizontes
que se juntam a outros devaneios


Devaneios lançados na imensidão dos tomos
dispostos em cântaros da saudade
repicam o andar a esmo reduzindo
correntes alienadas à sorte


Bisbilhotam o trinar dos pássaros
que ressoa lúgubre e lento ao anoitecer das horas
despertam num fuso virtual


O sentimento é traduzido
domado e mesclado
por emoções purificadoras


Disposto em camadas genéticas fenece
crivado de odes circundantes e recomeça
cálido nos brotos vegetais da mente


Surge lépido ao piscar da chama
aquecendo sombrios crivos da sorte
ejetos no mundo de sonhos abrangentes do cosmos
confiando na receptiva acolhida celestial
das odes versiculares que dominam
pontos siderais do pensamento


Lanço-me descalço e despido
de propósitos menos audaciosos à procura
da seiva saciadora do poema



Aguardo promissoras respostas aos ditames
da consciência que graça em tempo colorido e anodoa
rebocadas sucatas da hostil memória
que vive no ermitão convicto



Ermitão convicto semeia solidão
que recompensa o ser evadido
no tempo estéril da vida



À margem dos ecléticos sonhos
que rondam o mundo das idéias

Roto e carcomido debate-se o germe da felicidade
na angústia dos devaneios perdidos em meio à miríades
de exultantes dogmas que se mesclam repletos
de nuanças estelares e partem à procura
de lógica para reverter
sombras diáfanas


Sombras diáfanas impedem a geração cosmopolita
de perceber etéreas bênçãos sobre os dias de suspense
no istmo secular do verbo poético que embalsama
poemas e lança-os no estertor futuro embalado
pela melodia suprema da vida


Criatura pensante alienada se angustia
sem divisar résteas de esperança
sugada pelo latente coração
disposto em camadas
supridas de sentimento



Enclausurada pelas horas lentas sujeitas ao repicar
de um tempo inatingível e misterioso
aos olhos da consciência
que recai e abraça
disposta em lemas



Vida superposta empilhada retém e dificulta
restos populares embalados pela melodia
suprema da vida.

Nety Maria Heleres Carrion

Sabedoria vespertina - 251006

No asfalto da noite encontro sabedoria vespertina
que desperta minha alma para o alvorecer
da vida e traz prelúdios amorosos
com acordes imemoriais
de celestes odes


A aura exala perfumes do alvorecer
ao anoitecer inebriando recônditos
inexplorados das emoções
burlando sensações amadurecidas
num repente místico


Numa tonteira de ilusões desce o pano para mostrar
imperfeições que dilaceram a alma inebriada
de ritos selvagens presos a instantes


Busca de cantos seguros
ladeiam a esperança encravada no ser
diluída nas sensações que empanam
memórias complacentes

Memórias dispostas nos salões das lembranças
perpetuam-se num infindável momento
de lucidez perdida na matéria


Em fuga para quiosques meditativos
emoções latentes engalanam
crenças e evoluem na fé
que orvalha mente insegura
com raios crispantes


Fulguram crispantes raios com faróis
de ilusões espargindo e semeando
dons adormecidos no tempo


Desabrocham grãos perfumados
exultantes
à espera de receptiva e desvelada acolhida
fluindo para o verso emancipado
nato
virgem
original
num vivaz tempero tépido
aquecendo a orla romântica
dos clássicos temas
que cruzam o espaço à procura
de braços que o recebam
prazerosos

Temas libertos aptos à missão confiada de vivificar
palavras contidas na efeméride causal
abrem-se para o inusitado reprimido
despencando em cascatas
enrodilhadas de águas
cristalinas


Guturais sons lançam-se
no despenhadeiro
virtual/poético
repicando soando
marchando no compasso
cadenciado da rima
copiosa de lamentos


Murmúrios inebriantes revestidos de galardões
e místicas auréolas conduzem épicos poemas
libertos pelo elevado dom que insinua-se
como melodia num repicar de sinos
cadentes de celestes
templos.

Nety Maria Heleres Carrion

Sonhos nocauteados - 290906

Sibila o vento em marés ondulantes
eriçando sonhos nocauteados pelo alvorecer
das ilusões desnudas que ribombam nas trevas da mente


Sugando os liames do saber
em ruptura com o cosmos
pronto a eclodir no sarau do pensamento
força centrípeta forja a sabedoria do universo
cadente recluso na infinidade do tempo

O tempo redemoinha fios
enredados na aura translúcida


O tempo sublima ondas pictóricas do canto
condutor jubiloso encenando a peça da vida

Regrados de totens extra-sensoriais
em tempos dispersos nas efinges de batalhas


Centradas nos deuses de luz e saber
enclausurados na era perdida dos cavalos
de tróia voam deuses e musas

Em busca do portal das emoções
que abriga jóias da meditação


Tríades de idéias no píncaro extremado
das visões medievais
envoltas em ritos platônicos
de soberanos
metamorfoseados
com máscaras sedentas
de orgias virulentas

Dependente da fera que o cerca
o bicho-homem empobrecido de crenças
recolhia-se aos ritos de magia


Quiromancia vileza epopéica dos bruxos
que infestavam o mar das idéias

Proporções rejeitas pela galáxia
consomem a aurora perdida
no vasto ceticismo do poder


Suspira o poeta na margem das letras

Detona a maresia e rebenta a poesia


Resvalando da mente a poesia suplica
o retorno em coro efusivo e recai
no abismo deslumbrante do prisma
que se bifurca em cores

Nuanças esteladas pipocam
celestes odes engaioladas na surpresa
espocada de luzes cintilantes


Chispas dispersas no estertor cantante
envolvem poema sublime

Liberdade de canoras asas rufantes
brilham efêmeras viandantes
de ilusões eladas no degelo virtual
secretado pela esfumaçante iríade


Circundando o túnel misterioso
culcado de reflexos místicos
de todos os lados

Fluem resplandecentes


Isolados aromas musicais
num vendaval de ilusões.

Nety Maria Heleres Carrion

Seiva purificadora - 150906

A palavra sopra
na insignificante cadeia
crepuscular do mundo



Está dita
nos disciplinares da mente



Incendeia com surpresas
rotula paixões
indaga e protege



Enroladas nas carícias da meia-noite
as palavras caem lentas
nos recônditos mais profundos
da teia que tece o fio da esperança



Enrustidos de favos compenetrados
num sistema de odes versiculares
o mais alto grito assemelha-se
ao canto anônimo do melro



Grito agudo angustiante
apelo contriste
subjugado pelo repassar do tempo
que angustia pensamento
sobe e desce
para mostrar que é insano



Um sibilar tênue recoberto
pela capa do pensamento
noite e dia se insinua
modestamente
num vaguear insano
soprado pelas gotas de orvalho
que molham visões perdidas
até encontrar o elo
que traz a reconstrução



Início e fim melancólico
daquele que canta
no aconchego da alcova



Pensamentos vãos recheados de glorificações
insistem em parodiar temas
rotular mente aflita que vive na aura tenaz
subjugada pelo destemor



Até chegar ao certeiro ponto da meditação
enfurecida pelos dons que deslizam
dos dedos e precipitam-se
sobre a folha branca receptiva



A batuta compassada da pena
colore
deixa mensagens



Alcança corações abertos ao sopro
contínuo das palavras que soam
no retinir das badaladas
recebendo seiva purificadora do poema
que alardeia pensamento



Pensamento embaçado de letras
desregradas amontoadas
pede seqüência lógica
para dar respostas ao cosmos
precipitando-se no abismo incontrolável
do saber para ler e chegar ao ponto
culminante contido nas nuanças
refletidas no rio que percorre alma
congestionada pelo fluxo
elementar do saber.
Nety Maria Heleres Carrion

Balanço das emoções - 080906

Expediente fechado
selei meu pensamento
ao balanço das emoções
para que no compasso
alcem vôo



O sopro do pensamento
despenca soberbo
dos degraus do tempo
engastado pelo tik-tak enrouquecido
no silêncio noturno da cova escura
onde descansam
aturdidas horas.



Nety Maria Heleres Carrion

Frígidos disparates - 020706

Do nada frígidos disparates surgem na areia
compostos de imagens e idéias acopladas

Bombásticos sentimentos abarcam espremidas palavras
no compartimento da memória


A memória teima em aportar na receptiva alma
que dignifica o lirismo

Lirismo introspectado nas sensíveis letras aquiescentes
explode no caos das palavras


Palavras sem contorno do etéreo ao insondável
num rito de magia contido nas labaredas
rutilantes do saber

Saber reprimido pelo sopro da chama consome
ciclo lírico do pensamento


Pensamentos com redentoras sementes
num compasso lúdico engaioladas
nas lembranças

Ditosa esperança abre-se ao caos subalterno
que se apossa das sensações mundanas


Sensações infestam idéias fantasiosas
regadas de humor satírico

Irreprimíveis sensações perdem-se na vastidão do tempo
sem retorno com repentes meditativos


Cadentes estrelas rutilam chispas
incendiando os paióis da mente

Perispaços da alma

buriladas sensações de encanto e sedução


Nas veredas do pensamento rutila a poesia
presa num torvelinho

A poesia liberta-se ingenuamente e mergulha
recheada de odes fugidias e colide
nos insondáveis mistérios
do pensamento


A poesia resplandece encaracolada
de doçura e publica mensagens
impregnadas de melancolia

Beliscando as horas num tempo itinerante
sem tréguas encrespa-se a poesia


Vida fugidia engrossa aparato ostrácico
sutilmente consumido

Encrespa-se a poesia ao som das badaladas
que teimam em suceder-se sem prazos
sumindo no vácuo dos sentimentos


A folha branca irriquieta dificulta na calada da noite
a palavra que a pena teima em escrever

A palavra toma corpo para ter vida e vibrar
ao perceber olhares convergentes


Dons lampejam num vendaval de ilusões
numa fuga fugaz de uma morada
para outra unindo pensamento
palavra e a mão que assinala
o que lhe é dito

Converte o inerte em movente num ritual crescente
transvestido de alma e corpo


Nas caçambas do tempo rutilam memórias enredadas
na linha crepuscular amealhando lembranças
e saudades engastadas no pensamento

Mente orvalhada pelas gotas da memória
transpões infinitas dimensões e galga
posições cosmopolitas


Noite sem fim espargindo dúvidas e receios nas oscilações
pendulares que as nódoas do pensamento
esfumaçam.

Nety Maria Heleres Carrion

Do nada - 020906

Suspensa vagueia a imaginação
entre matéria
espírito e nas próprias utopias esconde
sementes de poesia



No silêncio o ato de escrever
traz à tona o desconhecido
o inesperado



Os horizontes explorados
do imaginário
tornam-se amplos e controláveis



Pintando-me
transformo minha escrita
em estilo de vida.



Nety Maria Heleres Carrion

Semáforo do pensamento - 070906

Piscam idéias
no semáforo do pensamento
para serem fisgadas e amadurecidas
no labirinto poético da memória

que estala fugidia na boemia
cosmopolita do sonho

A dúvida esparge receios

nas oscilações pendulares das nódoas
do pensamento em noites

sem fim

Brilham no passado

memórias espiraladas
com vozes na esteira do tempo
encaracoladas nas dobras

do pensamento
onde vibram campainhas

da consciência
embrutecida pela treva
crepuscular


Num andar vagueado
vaga o viajante contagiando vidas vãs
cercado de velozes vassalos
entre vozes videntes
ornadas de visões
verídicas que vislumbram
vozes vagas


Busco a essência empírica da poesia
enrustida na alma errante do viajor
semeando encontros com o imprevisível show
da existência


No piquete da saudade instala-se o sonho
de uma escalada futurística com aura
presa ao passado que livre exala
aromas compassados


Renascem e florescem cinzas com graça
lírica enovelando a elencar paródia
para transbordar a fluência lirical
dos dribles saltitantes da poesia


Dribles revoam e ricocheteiam nas dobras do pensamento
para desvendar o enigma das palavras peregrinas
que ateiam fogo na poesia


Driblo o pensamento numa via
de candelabros onde a luz enevoada
resguarda como jóia os sais de meditação


Dribles saltitantes burilam a seiva da palavra
num enlace de atrações empíricas
tostadas pelo sol da meia-noite.


Nety Maria Heleres Carrion

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Em boa hora - 2003

A mãe sempre me narra
que o irmão foi sem demora
buscar a senhora parteira
e que foi em boa hora


Montado em seu cavalo
a trote foi o odilom
levando um cavalo de arrasto
pra parteira trazer em bom tom


Meu nome foi escolhido
pela madrinha noely
que folheando uma revista
deu com nety ali


E para tornar oficial
esse meu nascimento
foi o avô marcírio registrar
com grande sentimento


Desse modo elevando o pensamento
ao invés de colocar ehlers
saiu sem querer heleres
e assim permanecerá
pelos séculos.


Nety Maria Heleres Carrion

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Prova de amor - 2003

Num lugar encantado
nasceu um belo guri
cresceu muito educado
e até coroinha ele foi




Pernambucano era o pai
da diocese de olinda
a mãe gaúcha daqui
uma prenda bastante linda




Dez irmãos ele tinha
e na escola passou de leve
porém não desprezou a marinha
ali ótimos cursos obteve




Em tenra idade deixou
a sua casa paterna
para o rio se transportou
lá vivendo em quarentena




Bem cedo enamorou-se
de uma linda donzela
mudou-lhe a idade e casou-se
apoderando-se da gazela




Na casa do sogro o zequinha
tocava seu bandoneon
para fisgar a menininha
como se fosse um leão




Felizes viveram algum tempo
com respeito puro etéreo
enquanto durou o casamento
foi sempre romântico e terno




De lembrança sete crianças
olvidadas pelo genitor
creditando-se esperança
à mãe grande prova de amor.




Nety Maria Heleres Carrion

Histórias encantadas - 2003

Era uma vez
um castelo de muitos reis e rainhas
ele era muito belo
tudo de bom ele tinha


Um casal daqueles reis teve prole numerosa
não era menos de seis
por tudo era venturosa


Cada príncipe em seu castelo soberano se tornou
e com a princesa no compasso
a descendência aumentou


A primeira princesa o seu príncipe avistou
e sem muita ligeireza
dois novos príncipes gerou


Depois o segundo príncipe com sua princesa casou
nascendo bela princesa
e para outro reino mudou


A terceira princesa casou com um príncipe do reino
chegaram logo dois príncipes
que os tornaram faceiros


A quarta princesa seu príncipe encontrou
dois príncipes para o bem
da família completou


Neste reino encantado um casal
de irmãos felizes
encontram com seus amados
até que virem matrizes.



Nety Maria Heleres Carrion

Formanda magistral - 2002

Garota
bastante avançada
lutando com muita garra
não querendo ficar
rodada
se diplomou
na amarra



No dia da formatura exalava imenso astral
entrando com sua turma
de maneira magistral


Foi a última da fileira e também a ser chamada
mas como disse o Senhor
a última será a primeira




Os familiares com fé
e também com muito brio
combinaram aplaudi-la de pé
com bastante assobio




Porém qual não foi a surpresa
no momento da chamada
toda a platéia coesa
levantou-se
por inteira




O orador da turma dela falando
em nome de todos enalteceu-a
com justiça mencionando-a
como exemplo




Até mesmo o Prefeito
ao proferir o discurso
destacou
com muito jeito a garota
em seu percurso




Recebeu homenagens e vivas
dos expectadores amados
posou para fotos e filmes
nesse dia tão desejado




Ao receber o diploma
alguém o surrupiou de sua mão
mas rápida e precisa retornou-o ao coração




Relíquia
tão cobiçada
por nada deste mundo
nas mãos
de qualquer que fosse
ficaria
um só segundo




Já pensa na etapa seguinte
pois parar não é seu lema
é seguir
sempre pra frente
é vencer
sem maior problema




O segundo grau foi perfeito
orgulho felicidade somente
agora é pensar na faculdade
avançar sempre pra frente




Transformada
agora em bixo
vai sofrer as conseqüências
será pintada
até no queixo
nos membros e adjacências




Os ideais da educação vai encontrar
na pedagogia e com essa vocação
formar-se-á com maestria.




Nety Maria Heleres Carrion

Donzela formosa - 2003

Algum tempo atrás não muito em algum lugar do rincão
quem sabe foi em Triunfo nascia o lindo Zildão

Veio à luz
num momento vivendo naqueles recantos
despertando sentimentos por todos os seus encantos

Cresceu formosa
a Zildinha no seio de sua família
feliz afortunadinha brincando
com suas mobílias

Aprendeu o bê-á-bá com a querida mãe
Antônia
que ministrava suas aulas a toda aquela colônia

Seus pais
comerciavam na Ilha Domingos José Lopes
ali também bailavam varões e moças de topes

E esta meiga donzela de topes e pega-rapaz

balançava corações dos jovens tirava a paz

Numa animada dança iniciou o seu namoro e jovem
quase criança casou-se em grande decoro

Partiram de sua ilha diretos pra Capital

embarcados no Vila Nova
atrás do sonho sideral

Diante do altar em Triunfo trocaram juras de amor
para a nubente um símbolo olvidadas pelo galanteador

Do casamento em tenra idade tem doces recordações

lembranças da felicidade que habitava seus corações

Quando aconteciam os nascimentos de cada uma das oito filhas

recordava esses momentos cheios de amor e fantasias

O tempo passou depressa deixando muitas saudades

dos pega-rapaz nos cabelos bailes namoros e topes.



Nety Maria Heleres Carrion

Família Ehlers - 2002

Feito com muito amor
o livro Ehlers da família
trouxe imenso calor
fazendo-nos companhia


Um livro é como um filho
com grande amor realizado
desponta com muito brilho
sendo em boa hora gerado

Nesse livro está retratada
a nossa árvore genealógica
pelos parentes organizada
dando visão muito prática


Os acontecimentos narrados
são verdadeiros são fiéis
nunca foram inventados
por isso são tão notáveis

Jorge Ehlers no extremo do mundo
com Sophia Speer decidiu
alçar vôo num segundo
para um lugar que nunca viu


Surgiram prospectos coloridos
mostrando a exuberância
dum País vasto e longínquo
o BRASIL terra de abundância

Aquela singela paisagem
da vida rural brasileira
impressionara e dera margem
a pensar na honrosa agricultura


Descreviam a nova terra o BRASIL
mostrando bela paisagem
deste País de riquezas mil
que possui muitas paragens

Para o imigrante a agricultura
era uma das mais honrosas profissões
pensavam em viver todos juntos
naquele recanto virgem felizes


Feitas as despedidas
e os soluços reprimidos
logo eles deram partida
deixando para trás gemidos

Mais de trinta dias de viagem
numa atmosfera irrespirável
somente felizes ao avistarem
a maravilhosa Rio notável!


Nety Maria Heleres Carrion

São Jerônimo - 2003

São Jerônimo o padroeiro
deu nome a essa cidade
que é feliz o tempo inteiro
esbanjando felicidade

Em trinta de setembro
a cidade se engalana
com suas festas eu me lembro
suas novenas e gincanas


Berço de Josué Guimarães
escritor de grande estilo
de Patrícia Poeta também
jornalista que é só brilho

Parabéns à valorosa
cidade de São Jerônimo
seus moradores orgulhosos
dão grandes vivas magnânimos.


Nety Maria Heleres Carrion

Estar poético: início em 2003

Deus do céu dai-me a graça de estar
sempre poeta

Que esse dom me ultrapasse
sempre em grande festa

Nety Maria Heleres Carrion

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Versos ou canção

São nove meses
de gestação
de um novo ser neste mundo
para versos ou uma canção
são necessários
segundos

Lá no fundinho da mente
os versos são retirados
emergem céleres contentes
vindo já abençoados

O que a mente contém
até agora não sabemos
mas dela é que provêm
os versos que fazemos.

Nety Maria Heleres Carrion

Badaladas

Quisera eu todo o dia ouvindo o som da natureza
transformar tudo em poesia
cantando a sua beleza


Na penumbra fiz meus versos altas horas da madrugada
rabiscando no caderno o que me vem na memória

Agora entendo o poeta falando de inspiração
é verdade não é à-toa precisamos de condição


Se a inspiração te toca de manhã tarde ou noite
é anotar agora ou nunca pois ela não tem pernoite

À noite escrevo dormindo apalpando meu caderno
de dia copio sorrindo os versos doces e ternos


Extraídos do pensamento do âmago do meu ser
refletem o sentimento
de onde vem
eu não sei

Em minha mente desperta a inspiração profunda
e pra não ficar aflita versos eu vou compondo


São versos de simplicidade extraídos de um ser
envoltos em felicidade que só a vida pode ter

Enquanto sorvem o café altas horas da madrugada
passando acordado de pé eu ouço as badaladas


São de um relógio fictício
a penumbra ver não permite
somente dá um indício de que foi embora a noite.

Nety Maria Heleres Carrion

Benesses

O hoje foi bem aproveitado
o ontem não deixou nada pra trás
o amanhã será abençoado
trará benesses pra nós

A noite é bem pequenina estranha e muito certinha
se não atendo a menina me manda
ficar caladinha


Chega de versos por hoje agora quero dormir
senão a mente em apojo
pode querer explodir

Faço versos a qualquer hora em qualquer situação
vêm sempre em boa hora com momentos de emoção


Pela manhã ou madrugada eles surgem com mais freqüência
e com os cantos da passarada
vibram todos em seqüência

Um motivo apenas é preciso para que os versos aflorem
vêm devagar até tímidos
se soltam e vão embora


Um dois cinco mil temas sugerem milhares de versos
podendo também ser poemas
que a mente solta num eco

Para compor os meus versos eu necessito de um tema
vem agora te peço vem receber
teu poema


Transmito o que eu vejo das pessoas ao meu redor
bem feliz pelo ensejo de ser poeta menor.

Nety Maria Heleres Carrion

Inspiração divina

A inspiração é divina
vem do alto vem do cosmos
é sadia sem rotina
está em mim está em todos



Diga sim à inspiração
aceite-a como ela é
não a descarte aprenda a lição
deixe-a aflorar como quer



A inspiração da madrugada
infiltra-se entusiasmada
não dá trégua nem moleza



Faça-a entrar em sua vida
ela pode ser alegre ou sofrida
mas sempre vira certeza.

Nety Maria Heleres Carrion

Pendores

Sempre que eu puder passar
deixarei os meus pendores
e sempre aonde eu chegar
os legarei aos meus amores


Também levo dentro do peito
os dons que Deus me dá
estão sempre desse jeito
não cessam querem voar


O meu manancial infinito
transborda por entre os dedos
assim não me deixa aflito
vão embora com os segredos.


Nety Maria Heleres Carrion

Talento nato

Tu guria nasceste num dia
abençoado por Deus
que te deu muita magia
e te fez crescer com os teus


Teus pais em ti acreditaram
mesmo em escassas condições
no teu talento e lançaram
sementes com boas opções


Já em época juvenil
pensavas em progredir
então muito rápida a mil
do sonho passaste a agir


Graças a esforço desmedido
também foste esteio em teu lar
onde todos são socorridos
com carinho maternal


Agora em pomposa etapa
exaltas os que te são caros
com enlevo não encapas
eleva-os ao grau mais raro.


Nety Maria Heleres Carrion

Um minuto apenas

Um minuto apenas
apenas um minuto
para estar em cena


Pra viver sem penas
pra sentir a vida
pra viver a vida


Um minuto apenas
diminuto
curto
em surto
sem alento


Um minuto apenas
lançado ao vento
ao relento


E eu tento
me rebento
para num minuto apenas
estar em cena
viver sem penas
sem dilemas
com meus poemas.


Nety Maria Heleres Carrion

Composições

Quantos versos eu farei
somente Deus poderá dizer
cinqüenta um milhão não sei
com o tempo iremos saber


As minhas composições
verdades ou semelhanças
às vezes são ficções
emaranhadas nas lembranças


Foram todas retiradas
do âmago do coração
são elas muito amadas
gerando satisfação


A intenção não é melindrar
alguém ou o feito dele
é motivo de se orgulhar
pois um dia pensei nele


A história de cada um
vou aos poucos versificando
quem sabe em três mil e um
termine o que estou pensando


Não é brincadeira não
o que encerra o meu íntimo
aflora não há senão
pode chegar ao infinito


Os versos que aqui faço
estendo-os à humanidade
assim levando um abraço
com toda a sinceridade


Pretendo agora dormir
para relaxar minha mente
amanhã ela vai fluir
trazendo belas sementes


O meu lado adormecido
acordou voltou a brilhar
talvez seja reconhecido
aqueles a quem tocar


Vou ter muito que malhar
pois isso não é brincadeira
até podem me ralhar
mas não digam que é besteira.


Nety Maria Heleres Carrion