segunda-feira, 13 de junho de 2016

VOCÁBULOS SONOLENTOS

Sob o céu lamacento
circulam clarões
com missivas

Que alteram o rumo turbulento
das eras de entendimento

Quero deslizar em fuga monitorada
pelas telas da imaginação

Eu só não quero é deixar à deriva
os vocábulos sonolentos

Retidos no picadeiro da vida

A hora bate na cara e castiga o tempo

Sublimes caminhos por onde piso
alicerçam o meu viver

Puxo as rédeas do jogo e aliso
o meu pensar
para que derreta o gelo da vida

O semblante mudo
reprime ideias e desenrola mistérios
desovados no tempo

Nety

sábado, 11 de junho de 2016

PUPURRIPOÉTICO

A lua me traz recordações
que se misturam e se entrechocam
nas alamedas do universo

Respinga suor prateado
pelas avenidas opacas
e por elas

Amontoo meus passos

Me dê as flores da vida
carinho e mão amiga
no envelhecer
das horas

Nas vias celestes
o sinal de todas as virtudes
se estende de A a Z

Repercute em todas as áreas
da imaginação

Bençãos sobre os degraus imaculados
das ondas cristalinas

Natureza que se debruça
sobre o mais ínfimo ser

Magnitude real dos concertos líricos
que envolve os pertences da alma
em dias de festa

Beleza etérea

Óbolos da esperança

Pequenas coisas da vida
que consagra os dons

Força do cosmos

Coração e liberdade de expressão
na quietude das palavras

Oceano de emoções
que subjuga pensamento

Glória
da inspiração

O mundo
é um grande teatro
com personagens
malabaristas

No show da vida desfila
o bobo da corte

Arautos
na corda bamba

Perfumes da madrugada

Noite almiscarada por ensaios
com visões novas ou idas

Carregam consigo
o ardor dos tempos
e se projeta

Feito sombra na calçada
amassada pelos passos febris
da madrugada

Do lado de cá as águas da poesia
compõem cenário de festa
aberto ao diálogo e ao riso

Cantos da natureza
que revigoram
os dias soltos na mansidão das horas
onde desliza a mão suprema
pelas cabeças pensantes

Abençoa seus passos com a esperança e a fé
que existe nos ares da inspiração

Luzes que ornam o saber
dos magos e ofertam riquezas espirituais
aos pés do mundo

Saúdam esse enredo poético
com ações calorosas

Dádivas de amor e paz
nos caminhos
da solidão

No meu recital poético
deslizam sambas e canções
renascidos das cinzas

Vestem-se com as cores
da primavera

Estreiam
entre aplausos
e vaias

E tudo é festa
quando os olhos desatam palavras algemadas
pela pausa prolongada

Que congela os sentidos

No apogeu da liberdade
a literatura renasce em mim

Cena que desperta mensagem
com padrão isolado dos demais

E eu aqui sem saber
para onde me dirijo

A sonâmbula noite esparge segredos
nas telas do dia

Exala hálito perfumado
nas paragens do amanhecer

Dia claro ou sombrio
retrata os brios das aquarelas

Recantos virtuosos da mente
veladas pelo aconchego que se contrai
ou se expande sem sinal de cansaço

Reforço perene de bem estar
no espelho das horas
repleto de humor
aquoso

Espaço redondo do pensamento
diluído no comboio da alegria

Coisas simples
da natureza

Como pode um poeta
viver fora da poesia

E deixar de orquestrar suas rimas

Um poeta que dá corda
anima e orquestra os poemas
pelas veredas da natureza

No meu céu
o mundo da poesia palpita
com vozes do pensamento

Liberta sons clandestinos
que residem nos tímpanos da aurora

Ascende o fulgor das eras
e os arrepios da emoção

Fulgura
por entre as ruas da inspiração
e se projeta no universo
da alma

Em dias de festa

Nety

POESIAS DIVERSAS

Quase
que a noite
me atropela

Fui ver ali na frente
umas caminhadas

Era o sol
que projetava sombra
dos passantes

Acordei cantando
e deixo minhas lágrimas
para sustentar
os oceanos

Eu não consigo mais falar
com as minhas pessoas

Já bebi
já comi
já paguei

Tudo
eu fiz demais

José Eduardo Carrion

sexta-feira, 10 de junho de 2016

MOLAS POÉTICAS - 24042016

Entre o ser e o não ser

Muita coisa acontece
por trás dos panos

Causa danos à consciência
de qualquer ente que jaz inerte
sobre a pedra filosofal da vida

E não consegue definir
partida nem chegada

Nessa estrada multifacetada
por pensamentos vãos

Destituídos de substância
que voa em consonância
com o cosmo

Nesse andar da carruagem
as coisas tomam prumo ignorado
pelo personagem malabarista

Que baila contrito de ser
o maior bailarino

E ali repousa sob protestos
que chegam marginalizados

Pelas veredas de um pensar
turbulento

A chama do ideal cresce
em desvario

Soma descrença nos pontos
extenuados da existência

Quem sabe o que quer mistura
o bem querer que é mantra
diluído no comboio
do sucesso

Quase me perco do meu querer
quando o borrão da vida tropeça
nos meus ensaios briosos
e me anestesio

Dos propósitos majestosos da vida
que me conduzem na trilha
do sucesso poético

Que me acrescentam
que me adubam

Que me carregam as baterias

Fontes que se misturam
às redes celulares e se multiplicam
no vasto campo imaginário e absoluto
com seu brilho ascendente

Máquina fiel de todos os tempos

Molas poéticas
que movimentam
o mundo

Nety