terça-feira, 23 de março de 2010

Dois aninhos - 23032010

Os dois aninhos cruzam os ares
sem escala


Na mala
trazem segredos
explorados nos gestos e nas falas


Nos dois aninhos rolam os votos
de saúde paz e felicidade
traduzidos em carinhos
nos abraços e beijos


E no palco Knorr
esses dois priminhos
nos seus dois aninhos
pedem bis e se irmanam
aos convidados desta festa.


Nety Maria Heleres Carrion

Sotaque verde amarelo - 23032010

Na escuridão dos teus olhos
a tempestade agasalha
é guarida que exala
preces ao mundo
nos ouvidos
da alma

Nos teus olhos escuros
desfila o perfil
da aurora

Com sotaque verde amarelo
ecoa nos feitos de outrora
pedalando sisma
carismática.

Nety Maria Heleres Carrion

domingo, 21 de março de 2010

Caixa dos sonhos - 21032010

Voo e regresso
ao ninho
com as asas repletas
de encantos e canto
o canto
dos deuses que habitam
o mundo lírico

Na caixa dos sonhos
deposito fantasias
esperanças
riquezas espirituais
segredos e crenças.


Nety Maria Heleres Carrion

Fora de mim - 21032010

Não sei o que faço
ou se faço

Passo horas conversando
com o meu eu que investiga os eus
no balanço das horas

Domestico o eu
do meu ser

Me vejo fora de mim e retorno
mais rica.

Nety Maria Heleres Carrion

Relicários - 21032010

Obedeço os ditames
da consciência e condenso
a genética dolorida
dos meus ais
nos relicários amorosos
abertos à vida.


Nety Maria Heleres Carrion

Truques - 21032010

A lua espreita meu caminho e dirige meus passos
rumo aos cordões das calçadas

Sigo as rotas traçadas na imaginação
colorida dos dias

Converso
com a vida e retiro guarida
do tronco robusto
da sabedoria

Truques para viver
a mágica do mundo

Nety Maria Heleres Carrion

Temperança - 21032010

A passagem estreita da liberdade
ecoa de leve nos portões
da eternidade
regada pelos fluidos
embalados na temperança.


Nety Maria Heleres Carrion

Pegadas - 21032010

A metade
do caminho seduz
peregrino
a seguir a luz que leva
ao seu destino

Soltam-se as amarras
das lembranças e as próximas
pegadas
mostrarão o amanhã
de braço dado
com o ontem.

Nety Maria Heleres Carrion

Jejum poético - 21032010

O jejum poético
envelhece
as rimas e mumifica
o poema

A miragem da voz reflete
mistério e camufla
pensamento
mastigado nos relevos
da vida


Nety Maria Heleres Carrion

Festa - 21032010

A festa apenas começou e já bato palmas
como se no final estivesse

Para alegria de um encontro não existe
princípio nem fim

Um decorre
do outro

A festa continua e brinda os convidados
do menor ao maior escalão

A festa se estende até o fim
dos séculos e consome
risos e gargalhadas

O cenário insiste nas cenas
lúdicas e mantém acesa
a chama da fantasia

As luzes pernoitam na festa massageiam
os atores e provocam cócegas no linguajar
cômico que envolve ator e platéia

O jejum poético envelhece
as rimas e mumifica
o poema

A miragem da voz reflete o mistério e camufla
o pensamento mastigado
nos reflexos da vida

A metade do caminho seduz peregrino
a seguir a luz que leva ao seu destino

Soltam-se as amarras das lembranças e as próximas
pegadas mostrarão o amanhã de braço dado
com o ontem

A passagem estreita da liberdade ecoa de leve
nos portões da eternidade regada
pelos fluidos embalados
na temperança

A lua espreita o meu caminho e dirige
meus passos rumo aos cordões
das calçadas

Sigo as rotas traçadas
na imaginação colorida
dos dias

Converso com a vida e retiro guarida
do tronco robusto da sabedoria

Truques para viver
a mágica do mundo

Obedeço os ditames da consciência e condeno
a genética dolorida dos meus ais
nos relicários amorosos
abertos à vida

Não sei o que faço
ou se faço

Passo horas conversando com o meu eu
que investiga os eus no balanço
das horas

Domestico o eu
do meu ser

Me vejo fora de mim e retorno
mais rica

Voo e regresso ao ninho com as asas
repletas de encantos e canto o canto
dos deuses que habitam
o mundo lírico

Na caixa dos sonhos deposito fantasias
esperanças riquezas espirituais
segredos e crenças.

Nety Maria Heleres Carrion

quarta-feira, 17 de março de 2010

Estilo - 17032010

As pedras do meu caminho dão estilo
aos meus passos
ora falsos
ora suspensos
ou inclinados

As pedras dirigem o meu destino
lento
ou em disparada

O meu olhar se junta
às pedras e vira
cambalhotas
até que a vida
nos separe

Nety Maria Heleres Carrion

Brilho próprio - 17032010

Durmo e acordo

centrado nas estradas

da alma

onde transita a poesia

com seu brilho

próprio

Nety Maria Heleres Carrion

Sussurro algemado - 17032010

Aqui nesse canto entoo minha voz
num sussurro algemado nos elos
do pensamento


Ensaio passos no espaço redondo
do palco e atravesso o cenário
preso ao recital melódico
do poema


Nety Maria Heleres Carrion

Agora - 17032010

Quero agora
fechar a hora
para que não deslize
nas águas
do esquecimento e transforme
a história
num conto de fadas

Quero a hora
agora
aos olhos do mundo
com enredos e sonhos
pitorescos

Nety Maria Heleres Carrion

Caderno da vida - 17032010

No caderno da vida encontrei fórmulas
mágicas para soprar palavras
de consolo e gratidão

Busquei alívio aos males do mundo
me extraviei e me encontrei


No caderno da vida fiz o que podia
e o que não podia fazer

Tropecei escorreguei patinei e me vi
em altos e baixos

Mumifiquei meus sentidos para não sentir
o peso das horas nas veredas da vida

Doei meu espírito poético
doei pensamentos
palavras e obras

Juntei pedaços de vida e tracei
meus passos na torre
ou no cadafalso

No caderno da vida plantei sementes
do verbo e adubei com rimas
perfumadas
dos versos


Criei mundos reais ou imaginários
ensaiei choros e risos

Pintei pierrôs e colombinas
com as cores da paixão


O que eu quero agora é fechar a hora
para que não deslize nas águas
do esquecimento e transforme
a história num conto dantesco
aos olhos do mundo

Quero uma hora aconchegante
com enredos pitorescos


Aqui nesse canto entoo minha voz
num sussurro algemado nos elos
do pensamento

Ensaio passos à procura de espaço
e atravesso cenário opaco
com a luz da poesia

Espaço redondo girando no palco
da fantasia ginga solitário preso
no recital melódico
da poesia

Durmo e acordo centrado nas estradas
da alma onde transita a poesia
com seu brilho próprio


As pedras do meu caminho dão estilo
aos meus passos ora falsos
ora suspensos

As pedras dirigem o meu destino
ora lento ou em disparada
para encontrar o meu
espaço

As pedras seguram o meu olhar
seguram o meu caminhar
seguram o meu destino

Pulamos juntas
 damos cambalhotas
até que algo
nos segure.


Nety Maria Heleres Carrion

terça-feira, 16 de março de 2010

Momentos lindos - 15032010

Vivo esse momento lindo de fantasia
que partilho com o mundo

Momentos lindos que extrapolam
o íntimo do meu ser

Vivo esses momentos lindos
cobertos pelo ouro
da poesia

Momentos abertos à imaginação
que dispara torpedos
de felicidade

Nestes momentos lindos bebo
o cálice da eternidade

Antevejo os quiosques da posteridade
que carregam visões poéticas
pelos alambrados
do mundo

Nety Maria Heleres Carrion

domingo, 14 de março de 2010

Dons da paixão - 07032010

A aurora adoça céu e terra na entrada
da primavera da vida

Enquadra céu e chão
sem divisão
bastarda

Bisbilhota dia e noite
os dons da paixão

Alimenta a hora criada num tempo
passageiro e funde pão e palavra
O facho de luz conduz até onde enxerga
o saber e controla a sabedoria dos tempos
amparada nos dogmas divinos

O peito soluça num preito místico sobre espadas
que se cruzam no conforto e na hora descola
menos de três passos de vida
no compromisso que adia

Teu destino é saber para onde vai
percebendo a carícia das ruas

Me destaco na hora consumida
que é varrida pelos cantos
do universo

Sou pastora de sons verdejantes e me inclino
no espelho das águas para rever a careta
do dia que balbucia mensagem
de amor e de fé

Descerro a candura do olhar no asfalto
orvalhado do tempo que mergulha
na sombra do esquecimento
sob um palco crivado
de emoções

Não se sabe quanto doi a ilusão
marcada nas páginas do coração

Perco o som dos cantares
beijo o céu beijo a terra
tracejados nos mares
da ilusão

Beijo tudo e nada vejo
sou pequena na escuridão
que me cega

Na correria clandestina desse mundo atraio
tudo que passa a meu lado e semeio a nata
que sobra e no gozo da lembrança
me pranteio com as cores
da fé e do amor

Me aposso das verdades extraviadas nas mentes
saturadas que desprendem os sais da liberdade
pela pele descorada nas vigílias
sedentas de paz


Entro na festa e danço
o sapateado das horas
Não sei se durmo ou acordo
com as delícias do agora
Revivo as glórias passadas
com languidez e demora
Na estréia me busco e me perco
dos horizontes centrados
nos caminhos de rosas
ou espinhos
Me acordo e me sacudo para retirar
a mordomia da pele enxaguada
pelos anos
Guardo as rosas e os espinhos
que acumulei no caminho
apreendidos no erário
do tempo
O susto me assusta
quando a surpresa
é gratuita
O susto me assusta e soma as falhas
do tempo temperadas nas rotas adiadas
pela tempestuosa história dos dias
isolados na correria
das horas
Recomponho a festa e releio as visões
do ocaso qual vassalo com as luzes
dos deserdados nos canteiros
da saudade
Ator encharcado na viola das artes
esperança recortada no metal
das madrugadas
Viola que despeja cantos liriosos
nas viagens e cantarola fantasias
nas calçadas

Nety Maria Heleres Carrion

Sabedoria dos tempos - 07032010

O facho de luz conduz
até onde enxerga
o saber e controla a sabedoria
dos tempos
amparada nos dogmas
divinos

O peito soluça num pranto místico
sobre espadas
que se cruzam
No conforto e na hora descola
menos de três passos
no compromisso
que adia

Nety Maria Heleres Carrion

Destino - 07032010

Teu destino é saber
para onde vai

Teu destino é perceber
A canseira das ruas

Nety Maria Heleres Carrion

Pastora de sons - 07032010

Me destaco na obra consumida
varrida pelos cantos
do universo


Sou pastora de sons
verdejantes


Me inclino no espelho das águas
para rever a careta do dia
que balbucia mensagens
de amor e de fé


Descerro a candura do olhar
no asfalto orvalhado do tempo
que mergulha nas sombras
do esquecimento
sob um palco crivado
de emoções


Nety Maria Heleres Carrion

Ilusão - 07032010

Não se sabe

quanto doi a ilusão

Marcada nas páginas

do coração

Nety Maria Heleres Carrion

Viola das artes - 07032010

Recomponho a festa e releio
as visões do ocaso
qual vassalo
com as luzes dos deserdados
nos canteiros da saudade

Ator encharcado na viola das artes
esperança recortada
no metal das madrugadas

Viola que despeja cantos liriosos
nas viagens e cantarola
fantasias nas calçadas

Nety Maria Heleres Carrion

Cantares - 07032010

Perco o som dos cantares
beijo o céu
beijo a terra
tracejado nos mares
da ilusão

Beijo tudo
nada vejo

Sou pequeno
na escuridão que me cega

Nety Maria Heleres Carrion

Nata - 07032010

Na correria clandestina
deste mundo
atraio tudo que passa
a meu lado e semeio
a nata que sobra

No gozo
da lembrança
me pranteio com as cores
da fé e do amor

Me aposso das verdades
extraviadas nas mentes saturadas
que desprendem sais
da liberdade
pela pele descorada nas vigílias
sedentas de paz

Nety Maria Heleres Carrion

Mandato - 07032010

Entro na festa e danço
o sapateado
das horas

Não sei se durmo ou acordo
com as delícias
do agora

Sei que o pouco esticado
não atinge nem a metade dos desejos
de cumprir este mandato
pelos caminhos serpenteados da vida

Nety Maria Heleres Carrion

Susto - 07032010

O susto
me assusta
quando a surpresa
é gratuita

O susto
me assusta e soma
as falhas do tempo
temperadas nas rotas adiadas
pela tempestuosa
história
dos dias isolados
na correria
das horas

Nety Maria Heleres Carrion

Mordomia - 07032010

Revivo as glórias passadas
com languidez e demora

Na estréia me busco e me perco
dos horizontes centrados nos caminhos
de rosas ou espinhos

Me acordo e me sacudo
para retirar a mordomia da pele
enxaguada pelos anos

Guardo as rosas ou espinhos
que acumulei no caminho
apreendidos no erário do tempo

Nety Maria Heleres Carrion