domingo, 25 de julho de 2010

Mergulho - 25072010

Mergulho
a cabeça na escuridão
para enxergar a verdade.

José Eduardo Carrion

Noite - 14062010

Quase
que
a
noite
me
atropela

José Eduardo Carrion

sábado, 24 de julho de 2010

Por que - 24072010

A fé que transita
nas entranhas da alma sacode a poeira
recostada nos becos
das paradas soberbas e despeja sabedoria
nos biombos do amanhecer

Nem tudo que reluz traz o soldo do suor
que abastece os caminhos
recortados da vida

As preces mexem
com as visões temperadas
nas mentes orladas de passagens douradas
pelo sol da temperança

Os sinos que trovam na torre do templo
deslocam melodias nos badalos
das ruas

Digito saudade
nas teclas da imaginação
com tons da emoção
no coro sacudido
da lembrança

Sento meus olhos no escuro e depuro gosto
disforme do banquete extraviado
nas bodas desfeitas

Me recosto
na festa do riso e hiberno na moita dos sonhos
onde abraço a semente retida no templo de eros
mero espectador de cenas arcaicas
nas telas mágicas
dos estágios
febris

No trem da alegoria disparo os vagões
da fantasia revestidos de cantos e magias
assumidas nos apitos sonoros

Traço
meu compasso e valso
no ritmo do tempo
que transita nos reflexos foscos
das imagens nebulosas
do verão

Doso pranto e alegria no sustenido da vida
sem saber se me conforto ou me desfio
entre o tudo e o nada
começo ou fim
da jornada

O retrato
clandestino furta imagens descoradas
nas paisagens do dia

Por que
me arrasto a teus pés

Por que
me lanço para trás e no asfalto
dormido junto espigas e debulho
as sementes da vida

Por que
me roça o gemido
fisga ferida e sopra desditas
nas corbelles da vida

Por que
o belo me evita e só a sombra
me assiste onde o sonho pendura as agruras
nos fios da ilusão

Por que
o pranto cerceia as paredes do ser e regurgita
a dor ensaiada na aquarela
do tempo

Retoco
o ambiente com as cores que transitam
no meu ser

Nety Maria Heleres Carrion


segunda-feira, 12 de julho de 2010

Apelos - 12072010

Sou toda ouvidos
aos apelos sorridentes do mundo

Sou peregrino
no espaço redondo
gerado nos ensaios mímicos
do teatro da vida

Sou a gota desidratada
que dança na pele da memória
extraindo suco poético

O semblante mudo reprime idéias
estocadas na mente

Desenrola mistérios com estampidos
musicais desovados no tempo

Nos tons frios ou quentes semeio poemas
que germinam e produzem frutos
coloridos ou esmaecidos

A minha prece é coroada
de espinhos ou rosas e destila
alegria ou tristeza pelos veios da vida

Idéias nobres ou plebéias
deslizam na corda bamba
atraídas pela melodia
da vida

A era descola multidões
entre aplausos e vaias

Lança o charme cauteloso
da criação poética
que adoça os dias virtuais
envoltos nos sonhos

Sorrir e chorar é arte
de quem parte para dentro da emoção

Arte dos opostos que se atraem
para chorar ou sorrir

O cálice transborda
nas terapias e no elenco da vida
esfacela alegrias extraviadas nos cantos

O rio bisbilhota
imagens e deixa pegadas
nas margens

Céu e mar cabem
na visão mastodôntica
do meu eu
encapuzado nas gotas
da memória

Céu e mar
 na batalha pelo eu

Nety Maria Heleres Carrion

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Ator e arte - 02072010

Ator e arte desfilam
por entre sonhos e fantasias
mesclados na escuridão do tempo

Ator em busca da arte das artes
para consolidar obra surgida do nada
parte para os domínios virtuais
com alegorias mágicas

Réu indefeso
apedrejado pelos próprios dons
mergulha no abismo da incompreensão
solta nas camadas agudas
da natureza

No templo da liberdade
coroa e cetro
ator e arte

Nety Maria Heleres Carrion

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Mistério da vida - 01072010

Original

Verdade intocável

O mistério da vida

Nety Maria Heleres Carrion