Sou toda ouvidos
aos apelos sorridentes do mundo
Sou peregrino
no espaço redondo
gerado nos ensaios mímicos
do teatro da vida
Sou a gota desidratada
que dança na pele da memória
extraindo suco poético
O semblante mudo reprime idéias
estocadas na mente
Desenrola mistérios com estampidos
musicais desovados no tempo
Nos tons frios ou quentes semeio poemas
que germinam e produzem frutos
coloridos ou esmaecidos
A minha prece é coroada
de espinhos ou rosas e destila
alegria ou tristeza pelos veios da vida
Idéias nobres ou plebéias
deslizam na corda bamba
atraídas pela melodia
da vida
A era descola multidões
entre aplausos e vaias
Lança o charme cauteloso
da criação poética
que adoça os dias virtuais
envoltos nos sonhos
Sorrir e chorar é arte
de quem parte para dentro da emoção
Arte dos opostos que se atraem
para chorar ou sorrir
O cálice transborda
nas terapias e no elenco da vida
esfacela alegrias extraviadas nos cantos
O rio bisbilhota
imagens e deixa pegadas
nas margens
Céu e mar cabem
na visão mastodôntica
do meu eu
encapuzado nas gotas
da memória
Céu e mar
na batalha pelo eu
Nety Maria Heleres Carrion
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