segunda-feira, 12 de julho de 2010

Apelos - 12072010

Sou toda ouvidos
aos apelos sorridentes do mundo

Sou peregrino
no espaço redondo
gerado nos ensaios mímicos
do teatro da vida

Sou a gota desidratada
que dança na pele da memória
extraindo suco poético

O semblante mudo reprime idéias
estocadas na mente

Desenrola mistérios com estampidos
musicais desovados no tempo

Nos tons frios ou quentes semeio poemas
que germinam e produzem frutos
coloridos ou esmaecidos

A minha prece é coroada
de espinhos ou rosas e destila
alegria ou tristeza pelos veios da vida

Idéias nobres ou plebéias
deslizam na corda bamba
atraídas pela melodia
da vida

A era descola multidões
entre aplausos e vaias

Lança o charme cauteloso
da criação poética
que adoça os dias virtuais
envoltos nos sonhos

Sorrir e chorar é arte
de quem parte para dentro da emoção

Arte dos opostos que se atraem
para chorar ou sorrir

O cálice transborda
nas terapias e no elenco da vida
esfacela alegrias extraviadas nos cantos

O rio bisbilhota
imagens e deixa pegadas
nas margens

Céu e mar cabem
na visão mastodôntica
do meu eu
encapuzado nas gotas
da memória

Céu e mar
 na batalha pelo eu

Nety Maria Heleres Carrion

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