segunda-feira, 28 de junho de 2010

Um minuto apenas - 2003

Um minuto apenas
apenas um minuto
para estar em cena

Para viver sem penas
para sentir a vida
para viver a vida

Um minuto apenas
diminuto
curto
em surto
sem alento

Um minuto apenas
lançado ao vento
ao relento

E eu tento
me rebento
para num minuto apenas
estar em cena
viver sem penas
sem dilemas
com meus poemas

Nety Maria Heleres Carrion

Devaneio poético - 2003

Mais uma vez estou poeta
nesse mundo de magia
minha alma está repleta
de sonhos e fantasias

Esse labor
é que ilumina
que me dá brilho e fascina
que me leva a madrugar
para os versos emanar

Vem impetuosos com loucura
é um trabalho incessante
porém carrega ventura
que só é dada ao viajante

Meu trabalho
nesta hora
é evolar sem demora
energia de alta emoção
quando aflora
a inspiração

Receba a humanidade
os versos que hoje faço
para que a fraternidade
una a todos num compasso

Nety Maria Heleres Carrion

Magia do milênio - 2003

Terceiro milênio
nova magia
aflorou em minha mente
com sentimento do belo a poesia
vem lançando
lindas sementes

Traz o sabor doce
do mel e com suavidade
desponta
não contém amarguras
nem fel
é inspiração de grande monta

O que carrego
no peito
deve emergir bem contente
senão implode
sem pleito
sem demanda
indiferente

Os versos
que hoje faço
poderão ser até imortais
mas seguirão seu compasso
como se fossem
filiais

Nety Maria Heleres Carrion

Versos iluminados - 2003

Ó versos iluminados
amados ao extremo
sois fonte que me acalma
me dá arrimo e sustento

Essa luz que tanto brilha e clareia
minha existência
não é sol e não é pilha
é do interior a sua essência

Vós que sempre emanais ao meu ser
tanta beleza
por certo Te encontrarás no coração
da natureza

Cá no meu ser habita um coração
engalanado
que se emociona e palpita por todos os versos
gerados

Nety Maria Heleres Carrion

Graça - 2003

Deus do céu dai-me
a graça
de estar sempre poeta
que esse dom me ultrapasse
sempre em grande festa

O meu estar
poeta
é dom que eu percebo
de continuar
sem sesta
é bebida que eu embebo

Graça é estar
nessa terra e poeta
continuar
pois esse estar me encerra dons
difíceis de aquilatar.

Nety Maria Heleres Carrion

domingo, 20 de junho de 2010

Parceria - 20062010

Penso
no que já fui e no que serei

Toco
nas cicatrizes e hiberno
nas costas do tempo

Aliso
o meu pensar para que se volte
vidrado na poesia e derreta
o gelo da vida

A rotina do pensar
embrulha os mitos da fantasia
no pergaminho hachuriado
de rimas

O branco pensar
absorve as cores e os sons
tostados nos desencontros
das horas

A memória
se agita e colabora na parceria
com os dons
soltos  nas noites insones

O espaço
carece de recheio poético
submerso nas rochas
da imaginação

Vem à tona e libera
sais criadores
da poesia dormida.

Nety Maria Heleres Carrion

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Brincando com as letras do nome - 18062010

Na fatia cativante de uma raça poética

Ela reflete luz interior agradável aos olhos

Tal qual um talismã na concha

Yncógnita da vida.

Nety Maria Heleres Carrion

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Púrpura sagrada - 17062010

A púrpura sagrada
do amanhecer
recorta paisagem silvestre
despida nas páginas
da vida

Desloca
rumores e ingressa
na história

Contando vantagem sopra miúdo
o vento da saudade e libera
extratos de felicidade

Percebo em mim
o medo
de me plagiar

Invento o novo
cuidando para que o velho
não seja caçado
de novo

Não quero
repetecos de prosas ou versos

Quero
versos debutantes
nesse mundo controverso
com ecos do porvir

Quero
versos recém-nascidos
em trajes imperiais virgens

Quero versos
acenando ao meu canto
nas horas servis
da poesia

Nos claros da lua
acomodo o meu pensar e rolo idéias
acopladas de emoções
que dão estilo
a minha pena

Nos vãos da melodia
infiltro minhas rimas e danço
a marcha alegórica da fantasia

Desperto dessa euforia
provido de teorias e teses bailantes


Me distraio
na pesca solitária
rodopio idéias e abasteço o mural
em meu entorno

Me aventuro
no mundo da poesia e me cerco
de verdades e fantasias que se debruçam
sob o dorso da mente

Um passe mágico
que agrega sons e cores
num bailado que perdura do anoitecer
ao alvorecer

Retalhos nobres
ou pobres
dispersos nas tábuas
da linguagem

Nety Maria Heleres Carrion

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Fruto jubiloso - 09062010

Com a palma da mão semeio o porvir
tatuado nas arestas das lembranças

Na palma da mão
desenho rotas peregrinas e conclamo
parceria nas rimas

Na madrugada
os passos das rimas repassam
sons e imagens

Repouso minha face
no ombro da noite e recolho
fruto jubiloso

Sublimes caminhos por onde piso
alicerçam o meu viver e me dão os sais
que patrocinam o meu labor

Sublimes caminhos
por onde rolo e crio as raízes alegóricas
do canto

Nesses caminhos de mágicas e fantasias
puxo as rédeas do jogo e me entrego
à música da vida

Nety Maria Heleres Carrion

segunda-feira, 7 de junho de 2010

PRESENÇA AGEI - 2001 - 2010

'Ela veio "se achegando" de Triunfo, de São Jerônimo, de Porto Alegre com voz poética na alma e muita vontade de qualificar essa voz para ainda mais belos cantos. Foi secretária, na Diretoria passada desta Entidade Cultural, hoje é Presença, comemorando a primeira década da AGEI'.

A festa apenas começou e já bato palmas
nesse cenário coberto pelo ouro da poesia
que massageia ator e platéia

Não sei se durmo
ou acordo com as delícias do agora

Sei que o pouco esticado
não atinge nem a metade dos desejos
de cumprir este mandato
pelos caminhos serpenteados da vida

Sou da vida o serviçal que cria e é criado
para doar sua alma

Sou serviçal sem talismãs para ofertar
sem segredos para ocultar
sem receios ou medos

Sou serviçal e me enredo nos poemas
para chorar ou cantar

Sou serviçal da poesia
sou aio sou lacaio
sou

Decido saber quem eu sou
quando passo a mão nos poemas

Visto carapuça
visto que aqui pulsa
um coração crivado de emoções

Sou pastora de sons verdejantes e me inclino
no espelho das águas para reverter
a careta do dia que balbucia
mensagens de amor e de fé

Agito as massas com loções poéticas
que desfilam em cartões postais

Penetro no portal
dos desejos e saboreio o canto do pensamento

Obedeço o ritmo
da canção e zelo pelo crivo do belo

Junto cenas no pico da aurora e faço
do mundo meu palco meu tudo

Crio personagens mudos e danço a valsa
da consolação sobre o chão
salpicado de estrelas

Expostos ao sol das rimas
encharco meus olhos no suor que aplaude
o nirvana do pensamento

Evito a desordem
das letras e sigo as linhas das rimas
estalando o chicote da inspiração

Rodo o mundo com a pena
que saboreia tudo e estudo o mundo
com tudo que ele pode dar e receber

Não revelo
o neurônio que habita o meu erário

Estão secretos e só serão descobertos
quando sílaba e rima escaparem do meu esconderijo

Não penso na consequência
qualquer que seja o desfecho

Fecho o livro tremido com a fala
que o absorve gole após gole

Engulo os farelos da fala e concluo
obra por obra

Passo fantasia chorosa

Sou a gota de felicidade que desliza
de mansinho sobre os novos tempos
à procura de um ninho
para chocar todas as verdades

Exponho o meu eu ao mundo
sem preconceitos

O meu eu tem horizontes centrados
no lirismo da poesia

Capta melodias contrastes e mescla
a sabedoria do mundo

O meu eu que é o eu do mundo
eu e o mundo

Quero agora fechar a hora
para que não deslize nas águas
do esquecimento e transforme a história
num conto dantesco

Quero a hora agora aos olhos
do mundo com enredos e sonhos pitorescos

E nesse acordo soberbo o mundo acorda
coroado pelos selos aristocráticos
da poesia

Nety Maria Heleres Carrion

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A hora - 03062010

A hora
adula o dia
faz serenata
bate na cara e castiga
o tempo

A hora
compõe melodia e nina
o pensar

A hora
destelha pensamento e retorna
na face do tempo

Nety Maria Heleres Carrion

terça-feira, 1 de junho de 2010

Patrono da VIII FL de SJ - Charles Kiefer - 12082006

Caminhando na chuva
vi uma cortina branca de rendas azuis

Um outro olhar e deparei-me com o pêndulo do relógio
e perguntei: você viu meu pai por aí?

No céu mercúrio veste amarelo
um museu de coisas insignificantes

Importava era borges que amava
estela e outros duplos

Enquanto isso os ossos da noiva
depois do elo perdido e o perdedor
e mais o escorpião da sexta-feira
numa aventura no rio escuro

nós os que inventamos a eternidade e outras
histórias insólitas vimos o guardião da floresta
com a face no abismo
usando o poncho e sendo o pintor de lembranças
com a dentadura postiça

Então a última trincheira da valsa para bruno stein
com seus dedos de pianista
poderia ser uma antologia pessoal ficcionista
dos contos escolares de quem faz
gemer a terra?

Nety Maria Heleres Carrion

Homenagem - 2007

Nada te detenha na

Energia de boa criação

Terás sempre arte e

Ymaginação em teus trabalhos

Regina Dornelli