Penso
no que já fui e no que serei
Toco
nas cicatrizes e hiberno
nas costas do tempo
Aliso
o meu pensar para que se volte
vidrado na poesia e derreta
o gelo da vida
A rotina do pensar
embrulha os mitos da fantasia
no pergaminho hachuriado
de rimas
O branco pensar
absorve as cores e os sons
tostados nos desencontros
das horas
A memória
se agita e colabora na parceria
com os dons
soltos nas noites insones
O espaço
carece de recheio poético
submerso nas rochas
da imaginação
Vem à tona e libera
sais criadores
da poesia dormida.
Nety Maria Heleres Carrion
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