quinta-feira, 17 de junho de 2010

Púrpura sagrada - 17062010

A púrpura sagrada
do amanhecer
recorta paisagem silvestre
despida nas páginas
da vida

Desloca
rumores e ingressa
na história

Contando vantagem sopra miúdo
o vento da saudade e libera
extratos de felicidade

Percebo em mim
o medo
de me plagiar

Invento o novo
cuidando para que o velho
não seja caçado
de novo

Não quero
repetecos de prosas ou versos

Quero
versos debutantes
nesse mundo controverso
com ecos do porvir

Quero
versos recém-nascidos
em trajes imperiais virgens

Quero versos
acenando ao meu canto
nas horas servis
da poesia

Nos claros da lua
acomodo o meu pensar e rolo idéias
acopladas de emoções
que dão estilo
a minha pena

Nos vãos da melodia
infiltro minhas rimas e danço
a marcha alegórica da fantasia

Desperto dessa euforia
provido de teorias e teses bailantes


Me distraio
na pesca solitária
rodopio idéias e abasteço o mural
em meu entorno

Me aventuro
no mundo da poesia e me cerco
de verdades e fantasias que se debruçam
sob o dorso da mente

Um passe mágico
que agrega sons e cores
num bailado que perdura do anoitecer
ao alvorecer

Retalhos nobres
ou pobres
dispersos nas tábuas
da linguagem

Nety Maria Heleres Carrion

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