A púrpura sagrada
do amanhecer
recorta paisagem silvestre
despida nas páginas
da vida
Desloca
rumores e ingressa
na história
Contando vantagem sopra miúdo
o vento da saudade e libera
extratos de felicidade
Percebo em mim
o medo
de me plagiar
Invento o novo
cuidando para que o velho
não seja caçado
de novo
Não quero
repetecos de prosas ou versos
Quero
versos debutantes
nesse mundo controverso
com ecos do porvir
Quero
Quero
versos recém-nascidos
em trajes imperiais virgens
Quero versos
Quero versos
acenando ao meu canto
nas horas servis
da poesia
Nos claros da lua
acomodo o meu pensar e rolo idéias
acopladas de emoções
que dão estilo
a minha pena
Nos vãos da melodia
infiltro minhas rimas e danço
a marcha alegórica da fantasia
Desperto dessa euforia
provido de teorias e teses bailantes
Me distraio
na pesca solitária
rodopio idéias e abasteço o mural
em meu entorno
Me aventuro
no mundo da poesia e me cerco
de verdades e fantasias que se debruçam
sob o dorso da mente
Um passe mágico
que agrega sons e cores
num bailado que perdura do anoitecer
ao alvorecer
Retalhos nobres
ou pobres
dispersos nas tábuas
da linguagem
Nety Maria Heleres Carrion
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