segunda-feira, 25 de julho de 2011

Hino - 25072011

No espaço
dimensionado para o meu viver
deposito emoções
extrapolo sentimentos
do meu ser

Projeto minhas falas
no espelho que as reflete
em noites de gala

Cores
que cabem na íris
em sintonia telepática

Espetáculo
de lua nova
estrela brilhante

Luz
que se renova
em cada instante

Calo
diante do espetáculo e aos pouco
me solto

Nesse espaço
a palavra é carregada
sem destino
nos trilhos onde compartilho
esse hino

Nety Maria Heleres Carrion

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Lirismo - 10072011

verso inteiro
música
letreiro

sem máscara
rima primorosa
obra-prima

lirismo
mais-que-perfeito
para sobreviver aos versos
derramados
sobre a folha e chegar
ao poema

Nety Maria Heleres Carrion

sábado, 2 de julho de 2011

Instante - 02072011

Que penso eu nesse trajeto
onde dou espetáculo ou me retenho
onde me alicio ao cantar do tempo
me posto junto ao firmamento
faço proposta
dou aposta

Tenho as costas largas
suporto corridas
amargas ou doces

Me entretenho com as palavras
que brotam descem saltam
se enlaçam
para que o mundo me conheça
se abasteça do que penso
e me rodeie
com suas bênçãos

Só isso me chega e me pega de surpresa
nessa hora em que destilo ousadias
na emoção de cada dia
que começa com promessa e finda
colada a uma prece

É só isso e isso é tudo
que me faz ficar mudo
ou me leva a gritar
pelos vales e montes onde atuo
com cenas histéricas
centradas na esfera
em que vivo

E só disso me alimento e me transformo
como se nenhum sinal distraído
se achegasse ao meu eu

Só eu sei o que me aperta
e o que desperta um ai de consolo
que destila cenas de todos os tempos

Tudo sói no palco heróico e o depois
remove lembrança que dói
mas aquece como o sol
de todas as manhãs

Bebo tudo num só gole
sem pensar em nada
para que esse manjar se incorpore
ao meu estar
nesse instante milenar

No espaço sem fim
busco a essência de todas as coisas
entre o concreto e o abstrato

Busca perene
dos estratos da alma

Divago
mas não estrago esse espaço
inserido em mim

Cresço
de dentro para fora
renasço
me acabo
ou me fortaleço

Não jogo nada fora
sem antes dar afago e guardo
no memorial dos séculos
para que sua linguagem flua
bordada de mensagens

Nety Maria Heleres Carrion

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Céu - 30062011

Quase que a noite me atropela
se não fosse o alerta do mundo
que me quer sempre alerta
ao que ocorre ao meu redor

Quase que o céu desaba
com multas e sentenças
sobre o chão escorregadio
do pensamento

E aos pedaços junto meus trapos
para que a noite não me encontre
aos farrapos e mande mensagem
desvirtuada do meu eu

Envido esforços para que nada
me pegue de surpresa e jogue na mesa
minhas alegrias ou fracassos

Enfrento de pé essa dureza
junto pedaços de histórias
coloco os pingos nos is
para que a noite me acompanhe
na jornada e carregue
meus sonhos e fantasias

Concentro meus passos
em busca do espaço
destinado às preces
que sobem aos céus e retornam
agraciadas por bênçãos

Nety Maria Heleres Carrion