quinta-feira, 31 de março de 2011

Calor da emoção - 31032011

Só às paredes
confesso
meus sonhos e fantasias
embalados na mente

Rolam macios e quentes
e se debruçam
nos patamares das ilusões
com previsões
do tudo
ou do nada

Voam
além do infinito

Posso falar às paredes
o tudo
que acontece
no meu mundo

Atraente desfile
pelo palco da memória

Nascimento do poema

Seus primeiros passos
evolando emoção e fantasia

Corrida ao infinito
com promessas de tudo
que gera poesia

Diante do espetáculo
encenado pela mente

 A platéia

Na passarela dos versos

Aplaude o ator
no calor
da emoção

Nety Maria Heleres Carrion

quinta-feira, 24 de março de 2011

Delírio- 2004

Canto nesse instante
em prosa e verso
porque meu ser
insiste

Rio nesse momento
com sentimento
para meu ser
que exige

E meu delírio
é elevado aos céus
sem amargura
nem fel

Doce como o mel

Sem alienação
extravagância
dispersão

Mas com fragrância
essência
obstinação

Nety Maria Heleres Carrion

Gênese - 2004

Tu guria
nasceste num dia
abençoado por Deus
que te deu muita magia
e te fez crescer
com os teus
 
Teus pais
em ti acreditaram
no teu talento
 
Mesmo em escassas
condições
 
E lançaram sementes
com boas opções
 
Já em época
juvenil
pensavas em progredir
então muito rápida
a mil
do sonho
passaste a agir
 
Graças a esforço
desmedido
também foste esteio
em teu lar
onde todos são socorridos
com carinho
maternal
 
Agora
em pomposa etapa
exaltas
os que te são caros
com enlevo
não encapas
eleva-os
ao grau mais raro
 
Nety Maria Heleres Carrion
 

domingo, 20 de março de 2011

Frutos do porvir - 20032011

Colho os frutos
do porvir
e os aconchego na arca
do pensamento

Lanço ao céu
a boa semente
Com suas fantasias
e sua luz interior
Para que entre em sintonia
com o universo

E retorne
com suas verdades

Nety Maria Heleres Carrion

terça-feira, 15 de março de 2011

Nichos de sonhos - 13032011

Nessa hora perdida
em nichos
cobertos de sonhos
disparo o alarme
da consciência
que extrai sabedorias
no refúgio alto
da noite

Nessa hora onde a ventania
sopra os males
para dentro
e para fora do peito
o ser se esvai
em lamentações

Que se juntam
ao pensamento
e se elevam
nos recheios dos sonhos

Não dá para desviar
as desditas

Muros altos
se contrapõem às cascatas
nebulosas

Que desencadeiam
torvelinhos de emoções
guiadas
pelo bom senso
instalado
nas porções da vida

Estoques de ilusões
pelas sendas abertas
na escuridão
do tempo

De nada vale
o pensar roto
sem começo
nem fim

O que vigora
é o retrato colorido
das estações da vida
onde o louro
é ouro
e é sol
que descortina
e clareia os tempos

O que vale
é o maná da esperança
que perpassa
as portas do sentimento

O que vale
é o hálito redondo
da paisagem
revestido de lauréis
que acenam ao mundo
esfarrapado

Quero o verdor dos tempos
registrado
nos livros da fantasia
assediando às mentes
com fluidos regeneradores
refletidos na arena
das idéias

Nety Maria Heleres Carrion

Deleites dos versos - 20022011

O vento rodopia
nos salões do tempo

Faz traquinagens
com mensagens
de todos os cantos

Nas aragens
deixa frescor
de primavera

Busco o sol
nas madrugadas insones
com neurônios ativos
campeando a semente do verbo

Mente aberta
 aos deleites dos versos
para que se casem com as rimas
do pensamento

Nety Maria Heleres Carrion

Fio eterno - 13022011

Desfio o fio eterno

Emendo cada etapa
como quem não quer nada
em luta com o depois
que virá
sem promessas
com bálsamos
cujo teor se reveste
de encantos
e fantasias

O fio eterno
que não se desfaz
que não se quebra
que se une
para ornar a terra

O fio eterno
que eterniza o tempo
tridimensional
gerado pela semente
do verbo

O fio eterno
sem começo
nem fim
que se estende ao infinito
e conserva o gozo
da juventude eterna

Juventude
sem infância nem velhice

O fio eterno

O fio da verdade

O fio eterno

Face voltada para a emoção
dos momentos vividos
na paz
ou na contradição
da eterna poesia

Ando para a frente
em desabalada correria
ou a passos lentos
sem desviar
os sentidos

Não retrocedo

Cedo ou tarde a caminhada
me trará medo
ou segurança
nos solavancos
da estrada

Piso firme e me seguro
sem molestar a visão
ou detonar explosivos
da emoção

Corro ou paro
quando me deparo
com as barreiras
do pensamento

Saio em socorro
do débil pensamento
e reforço
as entradas de luz

Na hora calada
me busco
me perco
sento o peito
em volta dos pertences
rasuro aquarelas
e me aventuro no mundo
da poesia

Nesta arte
que parte para a fantasia
eu
e a bagagem
do mundo

O sopro da vida
sopra segredos
geridos no sopro
das horas

O sopro da vida
é guarida
cantada nas mazelas
do dia

O sopro da vida
criação de verdade e fantasia
enfeita mundo
grisalho
no colorido do tempo

Sopro perfumado
nos cantos do mundo
retorna agraciado
nas rosas
da vida

Nety Maria Heleres Carrion

Misticismo e sabedoria - 10022011

A noite
rasteja a meus pés

Voz grampeada
promete tudo
e nada faz

Promete o mundo
e dele se desfaz

Conta segredos
alavancados
das trevas

A noite reluz
nas toadas
da aurora

Mundos e fundos
nos claros do dia
pedem
o habite-se

A noite
apaga estrelas
troca pensares
e não chega a lugar algum

Noite e dia
rivalizam atenções e carinhos

Despem rancores
até o limite
de seu tempo

A treva acabou
e a noite
se insinua
sem remorso

Descansa em paz
e passa os sonhos
sonhados
ao dia
que se inicia
travestido de obras
e ações

A noite
nem ri
nem chora

Passa o fardo
num ritual
de misticismo e sabedoria

Nety Maria Heleres Carrion