terça-feira, 15 de março de 2011

Fio eterno - 13022011

Desfio o fio eterno

Emendo cada etapa
como quem não quer nada
em luta com o depois
que virá
sem promessas
com bálsamos
cujo teor se reveste
de encantos
e fantasias

O fio eterno
que não se desfaz
que não se quebra
que se une
para ornar a terra

O fio eterno
que eterniza o tempo
tridimensional
gerado pela semente
do verbo

O fio eterno
sem começo
nem fim
que se estende ao infinito
e conserva o gozo
da juventude eterna

Juventude
sem infância nem velhice

O fio eterno

O fio da verdade

O fio eterno

Face voltada para a emoção
dos momentos vividos
na paz
ou na contradição
da eterna poesia

Ando para a frente
em desabalada correria
ou a passos lentos
sem desviar
os sentidos

Não retrocedo

Cedo ou tarde a caminhada
me trará medo
ou segurança
nos solavancos
da estrada

Piso firme e me seguro
sem molestar a visão
ou detonar explosivos
da emoção

Corro ou paro
quando me deparo
com as barreiras
do pensamento

Saio em socorro
do débil pensamento
e reforço
as entradas de luz

Na hora calada
me busco
me perco
sento o peito
em volta dos pertences
rasuro aquarelas
e me aventuro no mundo
da poesia

Nesta arte
que parte para a fantasia
eu
e a bagagem
do mundo

O sopro da vida
sopra segredos
geridos no sopro
das horas

O sopro da vida
é guarida
cantada nas mazelas
do dia

O sopro da vida
criação de verdade e fantasia
enfeita mundo
grisalho
no colorido do tempo

Sopro perfumado
nos cantos do mundo
retorna agraciado
nas rosas
da vida

Nety Maria Heleres Carrion

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