Emendo cada etapa
como quem não quer nada
em luta com o depois
que virá
sem promessas
com bálsamos
cujo teor se reveste
de encantos
e fantasias
O fio eterno
que não se desfaz
que não se quebra
que se une
para ornar a terra
O fio eterno
que eterniza o tempo
tridimensional
gerado pela semente
do verbo
O fio eterno
sem começo
nem fim
que se estende ao infinito
e conserva o gozo
da juventude eterna
Juventude
sem infância nem velhice
O fio eterno
O fio da verdade
O fio eterno
Face voltada para a emoção
dos momentos vividos
na paz
ou na contradição
da eterna poesia
Ando para a frente
em desabalada correria
ou a passos lentos
ou a passos lentos
sem desviar
os sentidos
os sentidos
Não retrocedo
Cedo ou tarde a caminhada
me trará medo
ou segurança
ou segurança
nos solavancos
da estrada
da estrada
Piso firme e me seguro
sem molestar a visão
ou detonar explosivos
da emoção
ou detonar explosivos
da emoção
Corro ou paro
quando me deparo
com as barreiras
com as barreiras
do pensamento
Saio em socorro
do débil pensamento
e reforço
e reforço
as entradas de luz
Na hora calada
me busco
me perco
me busco
me perco
sento o peito
em volta dos pertences
em volta dos pertences
rasuro aquarelas
e me aventuro no mundo
da poesia
e me aventuro no mundo
da poesia
Nesta arte
que parte para a fantasia
que parte para a fantasia
eu
e a bagagem
do mundo
e a bagagem
do mundo
O sopro da vida
sopra segredos
geridos no sopro
das horas
geridos no sopro
das horas
O sopro da vida
é guarida
cantada nas mazelas
do dia
cantada nas mazelas
do dia
O sopro da vida
criação de verdade e fantasia
enfeita mundo
grisalho
grisalho
no colorido do tempo
Sopro perfumado
nos cantos do mundo
retorna agraciado
retorna agraciado
nas rosas
da vida
da vida
Nety Maria Heleres Carrion
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