No caderno da vida encontrei fórmulas
mágicas para soprar palavras
de consolo e gratidão
mágicas para soprar palavras
de consolo e gratidão
Busquei alívio aos males do mundo
me extraviei e me encontrei
No caderno da vida fiz o que podia
e o que não podia fazer
No caderno da vida fiz o que podia
e o que não podia fazer
Tropecei escorreguei patinei e me vi
em altos e baixos
Mumifiquei meus sentidos para não sentir
o peso das horas nas veredas da vida
o peso das horas nas veredas da vida
Doei meu espírito poético
doei pensamentos
palavras e obras
palavras e obras
Juntei pedaços de vida e tracei
meus passos na torre
ou no cadafalso
meus passos na torre
ou no cadafalso
No caderno da vida plantei sementes
do verbo e adubei com rimas
perfumadas
perfumadas
dos versos
Criei mundos reais ou imaginários
Criei mundos reais ou imaginários
ensaiei choros e risos
Pintei pierrôs e colombinas
com as cores da paixão
O que eu quero agora é fechar a hora
para que não deslize nas águas
do esquecimento e transforme
a história num conto dantesco
aos olhos do mundo
Quero uma hora aconchegante
com enredos pitorescos
Aqui nesse canto entoo minha voz
num sussurro algemado nos elos
do pensamento
Ensaio passos à procura de espaço
e atravesso cenário opaco
com a luz da poesia
Espaço redondo girando no palco
da fantasia ginga solitário preso
no recital melódico
da poesia
Durmo e acordo centrado nas estradas
da alma onde transita a poesia
com seu brilho próprio
As pedras do meu caminho dão estilo
aos meus passos ora falsos
ora suspensos
As pedras dirigem o meu destino
ora lento ou em disparada
para encontrar o meu
espaço
As pedras seguram o meu olhar
seguram o meu caminhar
seguram o meu destino
Pulamos juntas
damos cambalhotas
até que algo
nos segure.
Nety Maria Heleres Carrion
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