Do nada frígidos disparates surgem na areia
compostos de imagens e idéias acopladas
Bombásticos sentimentos abarcam espremidas palavras
no compartimento da memória
A memória teima em aportar na receptiva alma
que dignifica o lirismo
Lirismo introspectado nas sensíveis letras aquiescentes
explode no caos das palavras
Palavras sem contorno do etéreo ao insondável
num rito de magia contido nas labaredas
rutilantes do saber
Saber reprimido pelo sopro da chama consome
ciclo lírico do pensamento
Pensamentos com redentoras sementes
num compasso lúdico engaioladas
nas lembranças
Ditosa esperança abre-se ao caos subalterno
que se apossa das sensações mundanas
Sensações infestam idéias fantasiosas
regadas de humor satírico
Irreprimíveis sensações perdem-se na vastidão do tempo
sem retorno com repentes meditativos
Cadentes estrelas rutilam chispas
incendiando os paióis da mente
Perispaços da alma
buriladas sensações de encanto e sedução
Nas veredas do pensamento rutila a poesia
presa num torvelinho
A poesia liberta-se ingenuamente e mergulha
recheada de odes fugidias e colide
nos insondáveis mistérios
do pensamento
A poesia resplandece encaracolada
de doçura e publica mensagens
impregnadas de melancolia
Beliscando as horas num tempo itinerante
sem tréguas encrespa-se a poesia
Vida fugidia engrossa aparato ostrácico
sutilmente consumido
Encrespa-se a poesia ao som das badaladas
que teimam em suceder-se sem prazos
sumindo no vácuo dos sentimentos
A folha branca irriquieta dificulta na calada da noite
a palavra que a pena teima em escrever
A palavra toma corpo para ter vida e vibrar
ao perceber olhares convergentes
Dons lampejam num vendaval de ilusões
numa fuga fugaz de uma morada
para outra unindo pensamento
palavra e a mão que assinala
o que lhe é dito
Converte o inerte em movente num ritual crescente
transvestido de alma e corpo
Nas caçambas do tempo rutilam memórias enredadas
na linha crepuscular amealhando lembranças
e saudades engastadas no pensamento
Mente orvalhada pelas gotas da memória
transpões infinitas dimensões e galga
posições cosmopolitas
Noite sem fim espargindo dúvidas e receios nas oscilações
pendulares que as nódoas do pensamento
esfumaçam.
Nety Maria Heleres Carrion
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