segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Era digital - 05122011

A minha memória registra o tempo
que se dissolve na era digital
com apelos de todas as cores

Marcas de cada passo
registradas em voos de pirilampos
soltos numa aquarela que reluz
na auréola encantada

Versos mirabolantes
que se estendem do A ao Z

É o capricho da hora
nos repentes da madrugada
que assola as paradas do tempo
com inventos que refrescam
os momentos de lazer e tornam os dias
prazerosos e gentis

Extremos açoitados pelos dias e noites
colados nas costas do amanhã

Isso tudo me agrada e passa a ter ousadia
nos tempos da vida

Isso nada mais é do que a liberdade de criar
aquela canção que rodopia na saudade

Canção que vem e passa os contornos
ensaiados ao longo da vida
cansada ou ativa
que merece aconchego
em estilo real

Canção que reflete a paz
consoladora dos dias

Primo pelo destino
que encerra mistérios e milagres
na caixa do saber

Fraldas do tempo
que se unem às imagens e se acoplam
no rosto da aurora

Conduzem mensagens nas copas do tempo
com chiados do vento viril e despencam
com odores de primavera

É nessa esfera que revivo o esplendor dos tempos
que retinem nos tímpanos do pensamento
e alugam terrenos da memória
de tempos em tempos

Hoje o sonho foi além dos limites
da consciência

Deixou esperança
que ultrapassa a barreira do som
num tom que reflete as calorias abastadas
de sombras e luzes

Transita nas escolas do tempo
e sustenta o mundo das ideias

E isso chega de mansinho
e toma conta de tudo que se instala ao redor
sem deixar vestígio

Nety Maria Heleres Carrion

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