segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Coração gaudério - 07112011

O que me impele a escrever
é o grito da natureza
é o grito do meu ser
é o grito do passado
que se intala ou não
nas paredes
do pensamento

Ecoa nos vãos do tempo e retorna
num eco de luz

Desafia o menor dos seres
a uma conversa amiga
que se desfaz ou acontece
sem nada em troca

Toca as bordas do infinito
entre claves e notas
num concerto musical

Espalha melodias
sobre o dorso
da marcante noite


Tudo acontece e o estribilho
se contenta em repetir o que se sabe
criando mundos e fundos
batucados no pandeiro da alegria

Sustenta as faces
da magia
encerra surpresas nos caminhos
atapetados de espinhos

Façanha que desperta interesse
pelos vales e montes
dessa faceira arte
Combina imagens
cercadas de misticismos
num desenlace retratado
no colorido amanhã

Doces palavras
recheadas de sonhos e fantasias
manipulam as sombras
do pensamento e avivam o desejo
postado no coração gaudério

É luta
que revida a paz e satisfaz os tempos
marcados pelo badalar das ilusões
nas horas inertes da vida

Corro atrás do meu perfil
para que se mostre aqui de forma leve
transparente e deságue
na aquarela mágica
do pensamento

Noite sem apitos
sem consolo
exposta à claridade
rebate qualquer proposta
sem direção e se desmancha
em lamentações.

Nety Maria Heleres Carrion

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