A noite
acolhe fantasias e sonhos
dispersos nas horas insones e recheia
os murais do pensamento
Viaja
no carro alegórico e percorre
a intimidade da mente
O céu
se cala e a noite assume o papel
esconde o jogo de luzes
até que o sinal da aurora faça valer seu mandato
na pele do dia
A noite
acorda e desfaz os mitos
celebrados nos sonhos e dispersa
as promessas de fantasias
Desfila nas ruas
com sombras e luares
Abandona cetros e coroas
esmaece com os claros da aurora
No acender do tempo
o sonho desmaia ou atrofia
nos vãos da realidade
O gosto da noite ressoa viril
nos planos do dia e dá sabor de fantasia
ao seu trajeto
Cantei todos os cantos
rimei todas as rimas
gastei palavras e mais palavras
fiz versos e mais versos e reuni em mil estrofes
que se mesclam aos poemas
E agora o que faço
começo pelos poemas e desarmoestrofe por estrofe verso por verso
até chegar ao zero absoluto
Recomeço do A ou do Z
Já consumi
toda a retórica dos poemas
juntei retalhos para a colcha e dela me desfiz
Que faço
Nety Maria Heleres Carrion
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