exponho sentimento
sempre na mira do asfalto
Me atiro nessa arte
cheia de surpresas
durmo na grota da esperança
Com medo ou sem medo
balanço a rudeza
de tempos em tempos
De nada adianta ficar
de tocaia
mesmo que dali saia
o remendo
que tapará a miséria
do ser ou não ser
gerado nas rotas peregrinas
sem apoio
que segure essa parada
vazia de argumentos
Proposta que cheira
a tempo bom e traz
suspense e agito
na sombra do meu eu
que soluça ao vento
com sotaque
de todas as cores
Ouço a voz do violão
que me convida
a um bate-papo musical
com direito à balada
sacudida por notas
cheias de estilo
Brilho
que chega a todo o vapor
Mostra
que sob o manto das estrelas
ainda soa uma canção
no gozo austero
da manhã
Clama
pelo duelo da paz
onde o nada impera e o tudo
carcome a vida a passos largos
Os desejos
se confundem e o mistério
continua e se alicerça
na teia de cristal
que pende
sem eira nem beira
Emana da mente
clara e objetiva
o presságio
vivido nas florestas virgens
que encrespa
sons e ares
O ser vaga
sem pousada e na curva da alegria
recebe sinal amigo
Na luxúria do tempo
sujeita à intempérie
dos passos falsos do porvir
o tolo anda sem consolo
Na reta e na curva
comete dolos
sem pena
sem pé
nem cabeça
Salamaleques do pensamento
Grude na tela da vida consome o dia
na passagem estreita
de folhas de rosas
Estampido de vozes
burla a quietude da alma
A ponta mais fraca do fio
se desfaz e cria nó
facetado em mil partes
Aponta luzes
com ramos camuflados.
Nety
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