quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Néctar da poesia - 28012010

A palavra reside no olhar
fechado ou aberto
que se inclina para o objeto e seduz
viajante peregrino
passageiro
da ordem primata

Corpo e alma descem
pelos caminhos celestes
da vida

As dádivas da natureza caem nos braços
do homem e corcoveiam quando atacadas
pelo seu espírito destruidor

A fúria selvagem da natureza dá seu recado
de amor aos filhos e lança ósculos de judas
aos que a destroem sem piedade

A glória da natureza
está em dar e receber
carinhos
de seus filhos

Encharco meus olhos com a poesia
embutida nos comentários

Desço do palco da poesia onde encontro
sabedoria para saudar os gênios
que me saúdam


Sorvo o néctar
da poesia
gerada ao relento e alimento
com a música das rimas
solta na doçura peregrina
dos tempos

Medito no ápice
da melodia que desprende
rituais poéticos
crivados das cores e sons
do mundo

Perscruto olhar ganancioso na alma
que existe entre o ceu e a terra

Boleio os caminhos que conduzem ao festival
emanado pelos veios poéticos

Na alta madrugada 
besunto o meu saber com óleos poéticos
 para extrair ritmos musicais
dos pensamentos

Na calada da noite abro o jogo e me jogo
de cabeça nas entranhas da inspiração
para colher frutos poéticos

Absorvo sobras
nas fontes poéticas e lapido
fantasias e quimeras
que colidem nos andares místicos
das horas e borda
o lado majestoso
da poesia

Abraço a poesia e me atiro sem pestanejar
aos seus puros desejos
de sublimação

Refugo idéias
sem conteúdo

Enxerto as horas de todos os tempos
com ideais balizados nas águas
cristalinas da inspiração

Que transborda vida e noite
emoções e carícias

Folga o céu
bordado de estrelas

A terra de aromas e a lua
ósculos na areia

No campo florido da mente a semente
produz frutos melodiosos

Terra sol lua eternizados
no aconchego das rimas

No teatro da vida
percorro platéias com palmas
risos e deleto a gordura malsã
do ir e vir poético

Ofertório que diviniza
o ator

Exponho o meu eu ao mundo
sem preconceitos

O meu eu tem horizontes centrados
na poesia e no seu lirismo

O meu eu abriga o eu do mundo
num compromisso poético

O meu eu capta as melodias e os contrastes
do mundo

O meu eu que é o eu do mundo e mescla
a sabedoria do mundo em ascenção

Eu e o mundo

Percorro o caminho
mais curto
para chegar à poesia

Desvio medos e ilusões
cargas de emoções e desço
nos labirintos onde encontro
figuras de estilo para ornar
as piscosas poesias.


Nety Maria Heleres Carrion

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