quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Gula - 041209

No espanto da madrugada busco o ontem
mensageiro atrás de resposta alvissareira
que desponta colada ao sol
da imaginação

Retoco o soneto da madrugada 
com as rimas crescidas na vanguarda
que desperta e renasce
no sopro das sílabas
do compasso e segue nas notas musicais
quebrando a melodia nos tímpanos
do pensamento

Na sombra dos desejos a gula invade e beija
restos de perfumes que deslizam da retina
e pelos caracóis dão um toque
final às notas surdas

Bate o coração
no peito aberto à reflexão
bate e carrega as rimas dos ares

Bate no peito e na sarjeta
esparrama melodiosos caprichos
de salto alto
dos altos pedregulhos
balançando à deriva
até encontrar o apoio do leitor
que não deixará cinza
sobre cinza e juntará
sílaba por sílaba e viverá
a imortalidade
do poema.

Nesse trajeto milenar vai suar o corcel
que galopa sobre o céu e o mar
das ilusões

Nesse trajeto milenar com as velas
da ilusão mil verdades vão brilhar

Nesse trajeto milenar a vida há de reinar
no troféu da emoção

Nesse trajeto milenar
não há penas para aparar
não há chão pra descansar
não há teto pra sonhar

Só asas para voar num céu de liberdade
sem começo nem fim.

Nety Maria Heleres Carrion

Nenhum comentário: