O facho de luz conduz até onde enxerga
o saber e controla a sabedoria
dos tempos amparada
nos dogmas divinos
O peito soluça num pranto místico
sobre espadas que se cruzam
no conforto e na hora descola
menos de três passos
no compromisso
que adia
Teu destino é saber para onde vai
percebendo a carícia das ruas
o saber e controla a sabedoria
dos tempos amparada
nos dogmas divinos
O peito soluça num pranto místico
sobre espadas que se cruzam
no conforto e na hora descola
menos de três passos
no compromisso
que adia
Teu destino é saber para onde vai
percebendo a carícia das ruas
Me destaco na obra consumida
que é varrida pelos cantos
do universo
Sou pastora de sons verdejantes e me inclino
no espelho das águas para rever
a careta do dia que balbucia
mensagem de amor e de fé
Descerro a candura do olhar no asfalto
orvalhado do tempo que mergulha
nas sombras do esquecimento
sob um palco crivado
de emoções
Não se sabe
quanto dói a ilusão
marcada nas páginas
do coração
Recomponho a festa e releio
nas visões do ocaso
qual vassalo
com as luzes dos deserdados
nos canteiros
da saudade
Ator encharcado na viola das artes
esperança recortada no metal
das madrugadas
Viola que despeja cantos liriosos
nas viagens e cantarola
fantasias nas calçadas
Perco os sons dos cantares
beijo o céu
beijo a terra
tracejados nos mares
da ilusão
Vejo o nada e nada vejo
sou pequeno na escuridão
que me cega
Na correria desse mundo atraio tudo
que se passa a meu lado e semeio
a nata que sobra e no gozo
da lembrança me pranteio
com as cores da fé
e do amor
Me aposso das verdades extraviadas
nas mentes saturadas que desprendem
os sais da liberdade pela pele
descorada nas vigílias
sedentas de paz
Entro na festa e danço
o sapateado das horas
Revivo as glórias passadas
com languidez e demora
Na estréia me busco e me perco
dos horizontes centrados
nos caminhos de rosas
ou espinhos
Me acordo e me sacudo para retirar
a mordomia da pele enxaguada
pelos anos
Guardo as rosas ou espinhos
que acumulei no caminho
apreendidos no erário
do tempo
O susto me assusta quando a surpresa
é gratuita
O susto me assusta e soma as falhas
do tempo temperadas nas rotas
adiadas pela tempestuosa
história dos dias isolados
na correria
das horas
Entro na festa e danço
o sapateado
das horas
Não sei se durmo ou acordo
com as delícias
do agora
Sei que o pouco esticado
não atinge
nem a metade
dos desejos
de cumprir este mandato
pelos caminhos serpenteados
da vida
Nety Maria Heleres Carrion
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