domingo, 20 de dezembro de 2009
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Reflexão - 241109
Repouso meus lábios
Na face corada
Da noite
Pensamento atraído para os dons
Retidos nos relicários perdidos
Nos desertos da vida
Escolho o caminho mais curto
Do esquecimento que arrasa
Olhos e percorre
Longa estrada
Chego à tenda dos troféus
Arrebito o andar trôpego e alço voo
Na corrida pela reflexão íntima
Na face corada
Da noite
Pensamento atraído para os dons
Retidos nos relicários perdidos
Nos desertos da vida
Escolho o caminho mais curto
Do esquecimento que arrasa
Olhos e percorre
Longa estrada
Chego à tenda dos troféus
Arrebito o andar trôpego e alço voo
Na corrida pela reflexão íntima
Nety Maria Heleres Carrion
Coração de Papel - 231109
Meu coração é de papel
Amassa
Embola
Voa
Tropeça nas figuras
De estilo e rodopia o brilho do destino
Alado ao vento da esperança
Que tudo pode e tudo faz.
Amassa
Embola
Voa
Mas retorna
Com o listel de sua era
Com o listel de sua era
Tropeça nas figuras
De estilo e rodopia o brilho do destino
Alado ao vento da esperança
Que tudo pode e tudo faz.
Nety Maria Heleres Carrion
Calvário da noite - 231109
O assoalho do pensamento
está machucado pelas asperezas
da sola gananciosa
que a escola enrijecida apregoa
na rotina dos dias
A tocha da ilusão incendeia
corações que deslizam
na passarela da paixão
Espreita os caminhos
da verdade
Esconde o calvário da noite na garrafa
das lembranças e joga nos destroços
sem ida nem volta
Escolho o som da natureza
que resvala nos condutos
perfumados da existência e se une
ao balanço ritmado dos trejeitos
amendoados da emoção
crescida nos arrabaldes
Nety Maria Heleres Carrion
Nety Maria Heleres Carrion
Sabor da fantasia - 161109
Em vão invado o teu olhar
a procura de não sei o que
e o que encontro
não me satisfaz
a procura de não sei o que
e o que encontro
não me satisfaz
Melhor seria
nem sequer te ver
A sombra que ofusca o teu olhar
apaga a carícia e o desejo
de te mimar
Guardo na retina
o sabor da fantasia.
Nety Maria Heleres Carrion
Máscara da face - 161109
De cabeça quente enquadro
redomas de cristal
aquecidas nos biombos estressados
do universo
Versos que escapam das algibeiras
num bailado esvoaçante
nas lisuras das asas
de borboletas
Dependurada nas cordas da inspiração
a máscara da face titubeia
ante o colorido da platéia e tateia
sorrisos e aplausos
Nety Maria Heleres Carrion
Poemas do amanhecer ao anoitecer - 121109
Estou poeta e meu tema
é fazer poema
do amanhecer ao anoitecer
Crio cenas
no cenário
Furto cenas
extraio lemas dos emblemas
Bisbilhoto a rotina
das aquarelas
E na jogatina dos dias
sabatino o tempo.
é fazer poema
do amanhecer ao anoitecer
Crio cenas
no cenário
Furto cenas
extraio lemas dos emblemas
Bisbilhoto a rotina
das aquarelas
E na jogatina dos dias
sabatino o tempo.
Nety Maria Heleres Carrion
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Seção de Autógrafos 2009
Serviçal da poesia
Cavoco sentimentos
Pra massagear meu ego
Não nego nem renego
Os instrumentos que me fazem
Rir ou chorar com inventos
Que me dão arrego nos abismos
Carregados de luz
Derreto as horas congeladas
No silêncio da madrugada e aparo
As gotas que driblam o momento
Cego o cérebro percorre vielas
Ate o portal das noites que decifram
Contos amassados no ritual
Majestoso do sonho
Volto e me debato nas teias
Alicerçadas no pensamento
Fito ocultos momentos e sinto o gosto
Do verbo que habita a mansão do saber
Tateio sombras e luzes
Faço figas e cruzes
Abuso das rimas e conserto
Minhas elegias
Sou serviçal da poesia
Lua dos meus desejos - 091109
A lua dos meus desejos
exala luares milenares
se embola na tela
do firmamento
se faz filete
faz chorar
faz sonhar
faz sorrir
faz chorar
faz sonhar
faz sorrir
A lua dos meus desejos
esconde a face e vira mistério
esconde a face e vira mistério
A face da hora
devora a roda da vida e atrofia
devora a roda da vida e atrofia
o esplendor dos tempos.
Um chão de forças
evoca sons e imagens
no palco da vida
Dissipa os ventos da solidão
traz consolo agita o andar
é rochedo e aguarda
o sinal para passar
Um chão de forças tem partituras
de fé e ramalhetes de emoções
curtidas na pele pelo frio
pelo sol e pelo sal
do tempo
Escuta e modifica ecos e sons
nomes e verbos
Ondula
olhos e boca
olhos e boca
Indaga e se afoga
Entre alicerces e torres
Um chão de forças desembrulha
sombras humanas atadas
aos cordões de um tempo
que não houve e conversa
com o hoje e o amanhã.
As ruas do meu destino
marcadas pelo tempo
são conselheiras
na solidão
na solidão
Desafogam credos
temores e ansiedade
Nas ruas do meu destino
hibernam sentimentos
sonhos e fantasias
sonhos e fantasias
idéias e ideais
As ruas do meu destino
gastas ou ainda cruas
mastigam falas
ocultam segredos
disparam milagres.
A madrugada bizarra
voa
em busca do nada
Fala ao vento
numa comunhão cósmica
com hospedes que incendeiam
com hospedes que incendeiam
o universo da mente
Bruma sonolenta
sacode o coração
aos tropeços
Passos falsos
num chão de arabescos.
num chão de arabescos.
Nety Maria Heleres Carrion
sábado, 1 de agosto de 2009
Gula do tempo - 070309
Desligo a sirene
do tempo e rasgo fantasia
no rosto da ilusão
A gula do tempo se afoga
na histeria do vento
Mascara o espelho dos dias
Sentimento favorável
no espelho da vida.
Nety Maria Heleres Carrion
Música das horas - 200109
Ciladas da glória
inventam histórias
de príncipe encantado
A música das horas
de príncipe encantado
A música das horas
magnetizada
em tempos virtuais embala
caminhos atapetados
pelas pétalas
em tempos virtuais embala
caminhos atapetados
pelas pétalas
dos sonhos
Histórias
Histórias
supridas de encantamento
Doses maciças
Doses maciças
de felicidade
Tempero das emoções
Tempero das emoções
que liberam ósculos
nas paredes caiadas
do dia.
Nety Maria Heleres Carrion
Colírio dos tempos - 200109
Entrave na esfera da saudade
busca o combate secretado nos poros
busca o combate secretado nos poros
da alma e conduz na palma do sentimento
Colírio dos tempos
Colírio dos tempos
orquestrado pelos sons e pelas cores
da memória enlaçada na berlinda do cosmos
Miçangas esvoaçantes de paz e amor
Doce encontro
Miçangas esvoaçantes de paz e amor
Doce encontro
com a esfera rubra do sentimento
embalado nos molhes do pensamento
transita no dorso da alma em festa.
Nety Maria Heleres Carrion
Confissões - 200109
No calendário da vida confissões
medos espertos degredos
expostos ao tempo
Venenos soletrados à margem do corpo
sedentos de rimas coloridas
Anseio palpável extraído na hora atropela
o mito do sonho gerado nas cordas
Nety Maria Heleres Carrion
medos espertos degredos
expostos ao tempo
Venenos soletrados à margem do corpo
sedentos de rimas coloridas
Anseio palpável extraído na hora atropela
o mito do sonho gerado nas cordas
rebeldes do pensamento
Espelho curioso olhar incendiado
na luz do amanhã
Pretexto erguido no pódio
da diluída esperança.
Espelho curioso olhar incendiado
na luz do amanhã
Pretexto erguido no pódio
da diluída esperança.
Nety Maria Heleres Carrion
Gueixa mentora de tramas
Gueixa mentora
de tramas
Quimono na roça
esperta
metamorfoseia fruto
meloso
No tripé do best-seller
espia
mundo secreto e no banquete
cria oásis de beleza
para cenário
enfadonho
Arte da natureza.
Nety Maria Heleres Carrion
Anomalia - 140109
Mergulho na arena trançada de cores
sons amores
Recorto as idéias nas flamas e espalho sementes
na roça esperta do dia
Anomalia caiada nas sombras.
sons amores
Mergulho nas frestas caiadas nas dores
borrifo as candeias
sombras e luzes
Recorto as idéias nas flamas e espalho sementes
na roça esperta do dia
Recolho fruto exausto maneado na era burocrática
que sacode o pensamento
na escada do tempo
Anomalia caiada nas sombras.
Nety Maria Heleres Carrion
Por trás dos montes - 140109
Por trás dos montes
existe uma ponte
onde brilha avessa
às torturas
Por trás dos montes
desponta história mal sucedida
encardida no tempo
espesso da vida
História engendrada
no luto caipira
desfia lágrimas num mundo
aos pedaços e pede
pedágio
Gesta sementes
nas prateleiras da memória
Peças que hibernam
na alcova
do pensamento
Enxertos de saudades
maculada no espaço florido
da idéia.
Nety Maria Heleres Carrion
Palavra - 170509
Exploro as cores do dia e recomponho
os passos da paixão
No palco enrubescido solto a palavra
que rebenta iluminada pelas luzes
do coração.
Nety Maria Heleres Carrion
Grandeza - 170509
Eu tenho tanto que lhe falar
mas as palavras
tropeçam nos astros e sucumbem
diante da tua grandeza
Empalideço e penso
no sufoco desse mundo
oco.
Nety Maria Heleres Carrion
Magia - 160609
Voos dissecam as sombras
do céu e espalham
sombras e luares
Nety Maria Heleres Carrion
do céu e espalham
sombras e luares
Magia dos cantares
erigidos no arraial
da boa vontade.
Nety Maria Heleres Carrion
Arraial da boa vontade - 160609
O arraial da boa vontade encara
restos de fantasias esmagados
na correria do dia
O arraial se arrasta na praça e consome
a graça dos costumes paridos na era
de espetáculos gigantes
sob o céu leitoso
Sufoca o andar mastigado da trupe e desenha
cascatas de girassóis nos refugos da noite.
Nety Maria Heleres Carrion
Mesmice - 200609
Norteio meus passos e canto
até cair no cansaço
Viro a página das lamúrias que arde
nos cantos e jogo nas alegorias
do esquecimento
Prego o prego da paz e amontoo
bênçãos promissoras
Brinco com o norte da sorte e da morte
esqueço os ferros em brasa
Dentro da asa do porvir navego me embalo e me enterro
nas euforias da casa à espera de um céu que arrasa
E no acorde da fantasia me acordo
na mesmice do dia.
Nety Maria Heleres Carrion
Alegorias - 200609
Subo nos ares da existência
pelos degraus maculados do tempo
Sacudo o pó da tristeza e pinto
alegorias dos andares
Nas asas da sabedoria
pego carona e voo
no carro florido da felicidade.
Nety Maria Heleres Carrion
Revelações piramidais - 180609
Amarro-me
dentro de mim e percorro os tomos
dilatados do coração
Existência febril
nas frestas da alma goteja diluída
num sopro de luz
Penetro na agonia
dos ventos da sorte
Encaro a noite da vida
na corrida pelo espaço
clandestino
Desato os nós
da existência e desfio as cordas
do pensamento
Me atiro nas águas
gulosas da saudade e me entrego
às revelações piramidais.
Nety Maria Heleres Carrion
Encontros - 050509
Encho meus olhos
com o espectro
da luz e colho
da luz e colho
as cores do amanhã
A noite cai e a imaginação viaja
atrelada à memória
A noite cai e a imaginação viaja
atrelada à memória
em busca do verbo que habita as cavernas
do pensamento e rasga a loucura
mergulhada no tempo
Despenca a saudade
do pensamento e rasga a loucura
mergulhada no tempo
Despenca a saudade
espiralada no pensamento e estuda tudo
num mundo absurdo
Fala
num mundo absurdo
Fala
com as lembranças e os sonhos
Na febre
Na febre
suga encontros.
Nety Maria Heleres Carrion
Extrato da noite - 050509
O extrato da noite
tocou o solo
espargiu mensagens e seguiu na aragem
O extrato da noite
buscou asilo
nas horas mortas
postas nas covas
do pensamento
Buliu
na esfera do tempo
Rasgou quimeras
dispersas nas eras
do entendimento
sedento de auras geradas
no aconchego da alcova
ebriada de sonhos.
Nety Maria Heleres Carrion
Enxame de letras - 050509
Luz do querer
sopra o manto sereno
do alvorecer e pranteia
o amanhã voalizado
É hora de bater asas
voar no tempo e acolher as dicas
do vento
pra desatar as nódoas
do pensamento
É hora de rasgar e dar lugar
ao enxame de letras
exalado pelo verbo.
Nety Maria Heleres Carrion
Verbo aos pedaços - 250309
O verbo habitou entre nós e na pele
da alma fez morada
Verbo aos pedaços pelo espaço
à procura de braços se debruça
no compasso do tempo
O verbo se fez rubro e pintou auroras
na tela da imaginação
Sorveu o breu da existência e irrigou
o campo das idéias.
Nety Maria Heleres Carrion
Que rei sou eu - 010409
Que rei sou eu
sem palácio sem coroa
vivendo à toa
vida má nem boa
à espera do novo
a bicar a casca do ovo
para entrar
em cena e devorar
em cena e devorar
estátuas empertigadas
A jorrar personagens
com idéias e ideais
A imolar o mundo da fantasia
no fundo de um palco fosforescente
onde se transfigura a criatura
Que rei sou eu
que toda a noite se veste
com as cores da ilusão e desfila
na passarela do sonho
Que rei sou eu
que pernoita na plataforma
afrodisíaca do pensamento
onde colhe mensagens
que liberam ósculos da liberdade
retidos nas malhas do universo
pelo portal soberano dos deuses
Que rei sou eu
lacaio dos próprios desejos
estocados no balaio do pensamento
Que rei sou eu
na magreza dos dias
coleira de ouro rasgada
puída pela nobreza
Vegetando no silêncio
na solidão do asfalto
cadafalso da noite estrábica
no mar da desilusão
cadafalso da noite estrábica
no mar da desilusão
Que rei sou eu
astro que vira capacho
da arte dramática
espelho da desordem
espelho da desordem
num mundo vesgo
Estrela fosforescente que anda
na lua e retorna aos farrapos
até cair no cansaço do mundo oco
Massacre
de ídolos dourados.
Nety Maria Heleres CarrionE-mail em 09/01/2009, de DKK: "QUE REI SOU EU". É isso, é isso! Muito bom... obrs assim é que me dão a esperança de que o "VOO" não seja somente um "salto", mas sim um ÍCARO DESTEMIDO, afinal, independência se conquista com qualidade...
domingo, 1 de março de 2009
Sem anéis - 071106
Vivo em meio a papéis sem anéis
mas anelada em meio
a pensamentos
Vivo desse ou daquele jeito
nada é perfeito
mas me ajeito
Nety Maria Heleres Carrion
mas anelada em meio
a pensamentos
Vivo desse ou daquele jeito
nada é perfeito
mas me ajeito
Insuflo o peito
daquele ou desse jeito
Vivo peregrino
sobre a terra sem morada permanente
Hóspede
que nada tem a ver
com os negócios do mundo.
Nety Maria Heleres Carrion
Palavras esdrúxulas - 050907
Versos de cunho lírico
solfejos de sons e réplicas
acordes em si melódicos
invadem mundo estrábico
Doces palavras esdrúxulas
despem-se lentas ao crepúsculo
rodeiam o mundo elíptico
soltando o verbo encíclico
Nety Maria Heleres Carrion
solfejos de sons e réplicas
acordes em si melódicos
invadem mundo estrábico
Nas claves de sol clássicas
prelúdio musical estático
Doces palavras esdrúxulas
despem-se lentas ao crepúsculo
rodeiam o mundo elíptico
soltando o verbo encíclico
É rima apocalíptica
é melodia lúdica
é solfejo espasmódico
na clave de sol empírica.
Nety Maria Heleres Carrion
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Casulo do dia - 140209
A noite principesca
amadurece
as horas
Descola
sonhos e fantasias
Circuitos voadores
ornam procelas e incendeiam
o mundo eclético
Burguês sonolento espia
o casulo do dia
Retrata
o cansaço
da pieguice medonha.
Nety Maria Heleres Carrion
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Casulo adormecido - 150407
Penso
escrevo
existo
Evolo sentimentos
que sobressaem do casulo adormecido
enclausurado nos divinais recônditos líricos
Memória exultante
plena de mitos e ritos
em busca do elo reconstrutor
nos dias elásticos supridos de imagens
escrevo
existo
Difundo pensamentos
idéias
para o mundo
Evolo sentimentos
que sobressaem do casulo adormecido
enclausurado nos divinais recônditos líricos
Mensagens calóricas
que desprendem tamborilantes auras juvenis
impregnadas de joviais e jubilosos anseios pueris
ritmados pelos ecos cantantes do verso ondulante revolto
dos guardados da memória
Memória exultante
plena de mitos e ritos
em busca do elo reconstrutor
nos dias elásticos supridos de imagens
Esculturas líricas
afrodisíacas
retidas nos montes
pictóricos
Pigmentos lúdicos
acenam ao mundo encantado
Fantasias ordeiras
imantadas de florais temperos
extraídos de um tempo galático
gestando corpos estelares
míticos
em ascenção cósmica
Atraídos por coros secretos
segredos multifacetados
multicoloridos
ornam orla espacial celeste
vidente
onírica
embalada por deuses e musas
extradimensionais
que planam asas peroladas
translúcidas
num castelo adormecido
pelas quimeras zodiacais
em contato com mistérios oníricos
do pensamento humano
Nuvens alvas
da alma labiríntica
burilam ocaso anodoado
que habita nostálgica página de vida gêmea
caída no pedestal emblemático
em horas celestiais
de sapiência
milenar
Crisálidas larvas do coração faiscado
pela poeira do tempo
circulam em castelos
de sonhos
redentores
andares
Degraus anelosos
sob um palco espectral
lançando fluídos enlatados
na orgia do tempo
que não pára nem vacila
não raciocina
não dorme
Avança
ceifando corações
abotoando ilusões
nas casas
da memória
O tempo dispara lentamente
solta-se ao vento em direção ao futuro
ornamentado esperançoso
que reluz
numa aura transparente
O tempo avança e pisa
no calcanhar daquele que ousa
seu passo travar
O tempo dispara sem rodeios
busca o infinito e colhe mensagens
que se dispersam no ar
atraídas pelas mentes
receptivas
O tempo amadurece as horas
molha os olhos seca os dias
resseca pensamento nublado
pelo envelhecer carcomido
da semente gélida
num lépido passar
de tempo.
Nety Maria Heleres Carrion
Fuso emocional - 120407
Dorme o mundo
dorme
a palavra
nada acontece
Flutua o lápis
na esmarelecida folha
esperança da consciência
que desperta
num fuso emocional
Despregam-se sentimentos
da meditação destoante
Quebram-se cristais
na entoante memória
Dedilham-se acordes
suspensos em horas soturnas
que invadem os porões
da saudade
Ofuscados pelo brilho
focado no translúcido volver
do pensamento
coloridos raios penetrantes
da mente esvaída de pérolas
cristalizadas
são espargidos pela aurora
no seio da terra.
Nety Maria Heleres Carrion
Cântaros de ilusões - 230307
Sorrateiramente explodem cântaros
de ilusões retidos no pulsar
das horas vespertinas
Líricas abordagens
transbordantes
efêmeras
Piscosas torrentes abrindo
mescladas imagens
da evolada memória
Místicos seres
regados
de preciosos auríferos
Suave cadente tênue
aurora da vida
Supremos mananciais cacheados
ressonância homem/deus
divino/humano regados
por luminosidades reflexivas
Pensamento boreal ermo latente ensacado
nos rosáceos tules do tempo
corroi estocadas mensagens e lança-as
aos pedaços no espaço
Sílabas flutuantes
no espaço temporal
da vida
Dança cosmopolita grotesca pinelada
ordenando saltando no vai e vem
até encontrar poético e cristalino
consenso
Mananciais
de ternura estética
floridos de simbólicos
gestos briosos
com multicores
toadas
Brilha no espaço
estrela que pisca mensagens
à natureza.
Nety Maria Heleres Carrion
Vertente de beleza - 260307
Poete-se garça poética
no rio de alma florida
que teu vôo reflete
Poete-se garça poética
nos ares das cidades
nos ares das florestas
Asas tamborilantes
paraquedas rasantes
no espaço celestial
Poete-se vertente de beleza
regue flamantes recados
balizados de esperança
Poete-se no halo silvestre
ao som da mata
na luz e nas trevas
do anoitecer ao alvorecer
Poete-se garça poética
conduza o pólen
da semente cálida
ao altar humoso
Alimente a lide campestre
na terra benfazeja
onde desabrocha e perpetua-se
a grandeza da natureza
na sede das hora
no rio de alma florida
que teu vôo reflete
Poete-se garça poética
nos ares das cidades
nos ares das florestas
Asas tamborilantes
paraquedas rasantes
no espaço celestial
Poete-se vertente de beleza
regue flamantes recados
balizados de esperança
Poete-se no halo silvestre
ao som da mata
na luz e nas trevas
do anoitecer ao alvorecer
Poete-se garça poética
conduza o pólen
da semente cálida
ao altar humoso
Alimente a lide campestre
na terra benfazeja
onde desabrocha e perpetua-se
a grandeza da natureza
na sede das hora
de auroras coradas.
Nety Maria Heleres Carrion
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Devaneios - 251006
Encontros antecipados de sonhos nas noites
acastelam róseos horizontes
que se juntam a outros devaneios
Devaneios lançados na imensidão dos tomos
dispostos em cântaros da saudade
repicam o andar a esmo reduzindo
correntes alienadas à sorte
Bisbilhotam o trinar dos pássaros
que ressoa lúgubre e lento ao anoitecer das horas
despertam num fuso virtual
O sentimento é traduzido
domado e mesclado
por emoções purificadoras
Disposto em camadas genéticas fenece
crivado de odes circundantes e recomeça
cálido nos brotos vegetais da mente
Surge lépido ao piscar da chama
aquecendo sombrios crivos da sorte
ejetos no mundo de sonhos abrangentes do cosmos
confiando na receptiva acolhida celestial
das odes versiculares que dominam
pontos siderais do pensamento
Roto e carcomido debate-se o germe da felicidade
na angústia dos devaneios perdidos em meio à miríades
de exultantes dogmas que se mesclam repletos
de nuanças estelares e partem à procura
de lógica para reverter
sombras diáfanas
Sombras diáfanas impedem a geração cosmopolita
de perceber etéreas bênçãos sobre os dias de suspense
no istmo secular do verbo poético que embalsama
poemas e lança-os no estertor futuro embalado
pela melodia suprema da vida
Nety Maria Heleres Carrion
acastelam róseos horizontes
que se juntam a outros devaneios
Devaneios lançados na imensidão dos tomos
dispostos em cântaros da saudade
repicam o andar a esmo reduzindo
correntes alienadas à sorte
Bisbilhotam o trinar dos pássaros
que ressoa lúgubre e lento ao anoitecer das horas
despertam num fuso virtual
O sentimento é traduzido
domado e mesclado
por emoções purificadoras
Disposto em camadas genéticas fenece
crivado de odes circundantes e recomeça
cálido nos brotos vegetais da mente
Surge lépido ao piscar da chama
aquecendo sombrios crivos da sorte
ejetos no mundo de sonhos abrangentes do cosmos
confiando na receptiva acolhida celestial
das odes versiculares que dominam
pontos siderais do pensamento
Lanço-me descalço e despido
de propósitos menos audaciosos à procura
da seiva saciadora do poema
Aguardo promissoras respostas aos ditames
da consciência que graça em tempo colorido e anodoa
rebocadas sucatas da hostil memória
que vive no ermitão convicto
Ermitão convicto semeia solidão
que recompensa o ser evadido
no tempo estéril da vida
À margem dos ecléticos sonhos
que rondam o mundo das idéias
Roto e carcomido debate-se o germe da felicidade
na angústia dos devaneios perdidos em meio à miríades
de exultantes dogmas que se mesclam repletos
de nuanças estelares e partem à procura
de lógica para reverter
sombras diáfanas
Sombras diáfanas impedem a geração cosmopolita
de perceber etéreas bênçãos sobre os dias de suspense
no istmo secular do verbo poético que embalsama
poemas e lança-os no estertor futuro embalado
pela melodia suprema da vida
Criatura pensante alienada se angustia
sem divisar résteas de esperança
sugada pelo latente coração
disposto em camadas
supridas de sentimento
Enclausurada pelas horas lentas sujeitas ao repicar
de um tempo inatingível e misterioso
aos olhos da consciência
que recai e abraça
disposta em lemas
Vida superposta empilhada retém e dificulta
restos populares embalados pela melodia
suprema da vida.
Nety Maria Heleres Carrion
Sabedoria vespertina - 251006
No asfalto da noite encontro sabedoria vespertina
que desperta minha alma para o alvorecer
da vida e traz prelúdios amorosos
com acordes imemoriais
de celestes odes
Memórias dispostas nos salões das lembranças
perpetuam-se num infindável momento
de lucidez perdida na matéria
Temas libertos aptos à missão confiada de vivificar
palavras contidas na efeméride causal
abrem-se para o inusitado reprimido
despencando em cascatas
enrodilhadas de águas
cristalinas
Nety Maria Heleres Carrion
que desperta minha alma para o alvorecer
da vida e traz prelúdios amorosos
com acordes imemoriais
de celestes odes
A aura exala perfumes do alvorecer
ao anoitecer inebriando recônditos
inexplorados das emoções
burlando sensações amadurecidas
num repente místico
Numa tonteira de ilusões desce o pano para mostrar
imperfeições que dilaceram a alma inebriada
de ritos selvagens presos a instantes
de ritos selvagens presos a instantes
Busca de cantos seguros
ladeiam a esperança encravada no ser
diluída nas sensações que empanam
diluída nas sensações que empanam
memórias complacentes
Memórias dispostas nos salões das lembranças
perpetuam-se num infindável momento
de lucidez perdida na matéria
Em fuga para quiosques meditativos
emoções latentes engalanam
crenças e evoluem na fé
que orvalha mente insegura
com raios crispantes
que orvalha mente insegura
com raios crispantes
Fulguram crispantes raios com faróis
de ilusões espargindo e semeando
dons adormecidos no tempo
Desabrocham grãos perfumados
exultantes
exultantes
à espera de receptiva e desvelada acolhida
fluindo para o verso emancipado
nato
virgem
original
virgem
original
num vivaz tempero tépido
aquecendo a orla romântica
dos clássicos temas
que cruzam o espaço à procura
de braços que o recebam
prazerosos
que cruzam o espaço à procura
de braços que o recebam
prazerosos
Temas libertos aptos à missão confiada de vivificar
palavras contidas na efeméride causal
abrem-se para o inusitado reprimido
despencando em cascatas
enrodilhadas de águas
cristalinas
Guturais sons lançam-se
no despenhadeiro
no despenhadeiro
virtual/poético
repicando soando
repicando soando
marchando no compasso
cadenciado da rima
copiosa de lamentos
cadenciado da rima
copiosa de lamentos
Murmúrios inebriantes revestidos de galardões
e místicas auréolas conduzem épicos poemas
libertos pelo elevado dom que insinua-se
como melodia num repicar de sinos
cadentes de celestes
templos.
templos.
Nety Maria Heleres Carrion
Sonhos nocauteados - 290906
Sibila o vento em marés ondulantes
eriçando sonhos nocauteados pelo alvorecer
das ilusões desnudas que ribombam nas trevas da mente
O tempo redemoinha fios
enredados na aura translúcida
Regrados de totens extra-sensoriais
em tempos dispersos nas efinges de batalhas
Em busca do portal das emoções
que abriga jóias da meditação
Dependente da fera que o cerca
o bicho-homem empobrecido de crenças
recolhia-se aos ritos de magia
Proporções rejeitas pela galáxia
consomem a aurora perdida
no vasto ceticismo do poder
Detona a maresia e rebenta a poesia
Nuanças esteladas pipocam
celestes odes engaioladas na surpresa
espocada de luzes cintilantes
Liberdade de canoras asas rufantes
brilham efêmeras viandantes
de ilusões eladas no degelo virtual
secretado pela esfumaçante iríade
Fluem resplandecentes
Nety Maria Heleres Carrion
eriçando sonhos nocauteados pelo alvorecer
das ilusões desnudas que ribombam nas trevas da mente
Sugando os liames do saber
em ruptura com o cosmos
pronto a eclodir no sarau do pensamento
força centrípeta forja a sabedoria do universo
cadente recluso na infinidade do tempo
O tempo redemoinha fios
enredados na aura translúcida
O tempo sublima ondas pictóricas do canto
condutor jubiloso encenando a peça da vida
Regrados de totens extra-sensoriais
em tempos dispersos nas efinges de batalhas
Centradas nos deuses de luz e saber
enclausurados na era perdida dos cavalos
de tróia voam deuses e musas
Em busca do portal das emoções
que abriga jóias da meditação
Tríades de idéias no píncaro extremado
das visões medievais
envoltas em ritos platônicos
de soberanos
metamorfoseados
com máscaras sedentas
de orgias virulentas
Dependente da fera que o cerca
o bicho-homem empobrecido de crenças
recolhia-se aos ritos de magia
Quiromancia vileza epopéica dos bruxos
que infestavam o mar das idéias
Proporções rejeitas pela galáxia
consomem a aurora perdida
no vasto ceticismo do poder
Suspira o poeta na margem das letras
Detona a maresia e rebenta a poesia
Resvalando da mente a poesia suplica
o retorno em coro efusivo e recai
no abismo deslumbrante do prisma
que se bifurca em cores
Nuanças esteladas pipocam
celestes odes engaioladas na surpresa
espocada de luzes cintilantes
Chispas dispersas no estertor cantante
envolvem poema sublime
Liberdade de canoras asas rufantes
brilham efêmeras viandantes
de ilusões eladas no degelo virtual
secretado pela esfumaçante iríade
Circundando o túnel misterioso
culcado de reflexos místicos
de todos os lados
Fluem resplandecentes
Isolados aromas musicais
num vendaval de ilusões.
Nety Maria Heleres Carrion
Seiva purificadora - 150906
A palavra sopra
na insignificante cadeia
crepuscular do mundo
Está dita
nos disciplinares da mente
Incendeia com surpresas
rotula paixões
indaga e protege
Enroladas nas carícias da meia-noite
as palavras caem lentas
nos recônditos mais profundos
da teia que tece o fio da esperança
Enrustidos de favos compenetrados
num sistema de odes versiculares
o mais alto grito assemelha-se
ao canto anônimo do melro
Grito agudo angustiante
apelo contriste
subjugado pelo repassar do tempo
que angustia pensamento
sobe e desce
para mostrar que é insano
Um sibilar tênue recoberto
pela capa do pensamento
noite e dia se insinua
modestamente
num vaguear insano
soprado pelas gotas de orvalho
que molham visões perdidas
até encontrar o elo
que traz a reconstrução
Início e fim melancólico
daquele que canta
no aconchego da alcova
Pensamentos vãos recheados de glorificações
insistem em parodiar temas
rotular mente aflita que vive na aura tenaz
subjugada pelo destemor
Até chegar ao certeiro ponto da meditação
enfurecida pelos dons que deslizam
dos dedos e precipitam-se
sobre a folha branca receptiva
A batuta compassada da pena
colore
deixa mensagens
Alcança corações abertos ao sopro
contínuo das palavras que soam
no retinir das badaladas
recebendo seiva purificadora do poema
que alardeia pensamento
Pensamento embaçado de letras
desregradas amontoadas
pede seqüência lógica
para dar respostas ao cosmos
precipitando-se no abismo incontrolável
do saber para ler e chegar ao ponto
culminante contido nas nuanças
refletidas no rio que percorre alma
congestionada pelo fluxo
elementar do saber.
Nety Maria Heleres Carrion
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