sábado, 1 de agosto de 2009

Que rei sou eu - 010409

Que rei sou eu
sem palácio sem coroa
vivendo à toa
vida má nem boa
à espera do novo
a bicar a casca do ovo
para entrar
em cena e devorar
estátuas empertigadas

A jorrar personagens
com idéias e ideais


A imolar o mundo da fantasia
no fundo de um palco fosforescente
onde se transfigura a criatura
Que rei sou eu
que toda a noite se veste
com as cores da ilusão e desfila
na passarela do sonho



Que rei sou eu
que pernoita na plataforma
afrodisíaca do pensamento
onde colhe mensagens
que liberam ósculos da liberdade
retidos nas malhas do universo
pelo portal soberano dos deuses

Que rei sou eu
lacaio dos próprios desejos
estocados no balaio do pensamento

Que rei sou eu
na magreza dos dias
coleira de ouro rasgada
puída pela nobreza

Vegetando no silêncio
na solidão do asfalto
cadafalso da noite estrábica
no mar da desilusão

Que rei sou eu
astro que vira capacho
da arte dramática
espelho da desordem
num mundo vesgo


Estrela fosforescente que anda
na lua e retorna aos farrapos
até cair no cansaço do mundo oco

Massacre
de ídolos dourados.
Nety Maria Heleres Carrion

E-mail em 09/01/2009, de DKK: "QUE REI SOU EU". É isso, é isso! Muito bom... obrs assim é que me dão a esperança de que o "VOO" não seja somente um "salto", mas sim um ÍCARO DESTEMIDO, afinal, independência se conquista com qualidade...


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