O que faço
é levado ao espaço
que me dá resposta no meio da noite
Ao som de tambores
aquece meus dias e inspira tarefas
engarrafadas na consciência demagoga
nos arredores da vida
O que me assalta são os valores
recebidos nos caminhos
que se desvirtuam a passos largos
no trem bala dos sonhos
Sigo rotas traçadas
pelo destino e me recolho ao ninho
sem pensar que por trás de tudo
desalinho meus consertos e torno a arranjá-los
de forma perfeita
como manda o figurino
São trejeitos
que não cabem no espaço em que vivo
pois dependem da arte
que transfigura os moldes da poesia
estrutura cada enlevo
mescla rotina e sabatina tudo
ao meu redor
Questiono meus versos e lanço-os
no universo
onde dão vez e voz
à doçura da fala
Nety Maria Heleres Carrion