Sinto o clamor do mundo
subir pelas paredes da casa
pedindo passagem de ida e volta
Um leve roçar
que tritura pensamento
derrete a geleira do sentimento
e se vangloria de dar o passo
maior que a perna
Um clamor
que assobia nas frestas
do tempo pra reverter o quadro
congelado nos domínios da consciência
E tudo isso acontece
na penumbra do ser
na letargia da vida
E agora resta tocar o comboio
sem olhar para trás e paginar o depois
com os resíduos do ontem
Me vejo ajustada
a essa era de luz própria
Dádivas que habitam
essa nave flutuante
Num giro apoteótico
coberto de gemas cristalinas
Que absorvem o brilho do tempo
e perpetuam os segredos
dessa esfera
zodiacal
Mimada pelas naves celestes
embarco e rodopio pelos salões celestiais
onde recebo os mais belos prêmios
Apólices poéticas
nas teclas dos meus concertos
Nety
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