domingo, 12 de outubro de 2008

Cordéis do pensamento - 071106

Gosto do gosto de mexer
com os cordéis do pensamento
que inebriam
minha alma

Posso do poço sugar sais
que originam a poesia

Peso o peso do poema e sinto
a leveza do que escrevo

Leio e bamboleio poemas
até cairem no sossego

Saco e ensaco na memória temas
que despertam dos adormecidos dons

Endeuso deuses e orno
os mistérios do pensamento

Envolvo sarapatel com fios de ouro
da rosa branca que desperta atapetando
caminhos bailados pelo leve roçar
de plumas esvoaçantes

Auréolas encantadas sublimam
andares cautelosos à espreita
de vazias peregrinações
dos sonhos.

Apelando aos súditos da liberdade
respinga a poesia sob o véu que turva
a noite e insiste em unir
palavras pingadas

Que desabrocham e amadurecem
na suprema poesia





O desejo orvalhado na penumbra
do sono explode em cântaros perfumados
forma a poesia e parte sem rumo
pelo mundo da fantasia.

Perambulando nas sensações turbulentas
das pendulares horas tardias sinto-me junto
aos escassos trinares que ressoam
viris sob a púrpura de um visor
clandestino que invade
e glorifica tempos
virtuais cobertos
de sonhos

Esquecidos no limiar compassado
das horas gastas na vida

Guloseimas do amor vitrificadas
na senda abismal cercam
de dúbios sentimentos


Irrigam e desaguam na essência voraz
visão turbulenta do caos meditativo
que assola mundos estáticos

Nety Maria Heleres Carrion

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