quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Gêneses da semente - 310308

Na maré da vida enceno olhar
desato meus nós viro pó
nas estrelas

Tormentas do tédio
estilhaçam e voam

Miçangas do amor nos obeliscos
dos sonhos

O espectro do amor rola
nas geleiras da solidão

Palma patina e rompe o lacre
da saudade enredada
no centro da noite

Tambores a rufar pelas ruas
dos dias
Coração peregrino escolta galeras
da opulência sobre a cálida frequência
Melodia crua no dorso arfante
da aurora

Nos destinos dos astros brindes
de luares cingidos pelas pérolas
dos cantares

Doces aves desmancham
ninhos
Tédio da figura
insegura


Atrelo no perau da solidão a música
solidária da paixão

Sulco as horas solitárias e aporto
nos castelos dos desejos vacina
que imuniza coração

Nos obeliscos da alegria tremulam
arestas do pensamento

Em basculantes manobras deslizam
no chão vermelho do coração.

Vênus alvejou a terra e teceu brilho
de primavera nos fecundos grãos

Adornos de quimeras soltas
nos vazios das covas

Aquecidos por raios prateados
pranteiam a gênese
da semente

Perambulam nas hóstias do tempo
em busca do ósculo da liberdade
no cárcere redimido
da vida.

Nety Maria Heleres Carrion

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