Na maré da vida enceno olhar
desato meus nós viro pó
nas estrelas
Tormentas do tédio
estilhaçam e voam
Miçangas do amor nos obeliscos
dos sonhos
O espectro do amor rola
nas geleiras da solidão
Palma patina e rompe o lacre
da saudade enredada
no centro da noite
Tambores a rufar pelas ruas
dos dias
dos dias
Coração peregrino escolta galeras
da opulência sobre a cálida frequência
da opulência sobre a cálida frequência
Melodia crua no dorso arfante
da aurora
Nos destinos dos astros brindes
de luares cingidos pelas pérolas
da aurora
Nos destinos dos astros brindes
de luares cingidos pelas pérolas
dos cantares
Doces aves desmancham
ninhos
Tédio da figura
insegura
Doces aves desmancham
ninhos
Tédio da figura
insegura
Atrelo no perau da solidão a música
solidária da paixão
Sulco as horas solitárias e aporto
nos castelos dos desejos vacina
que imuniza coração
Nos obeliscos da alegria tremulam
arestas do pensamento
Em basculantes manobras deslizam
no chão vermelho do coração.
Vênus alvejou a terra e teceu brilho
de primavera nos fecundos grãos
Adornos de quimeras soltas
nos vazios das covas
Aquecidos por raios prateados
pranteiam a gênese
da semente
Perambulam nas hóstias do tempo
em busca do ósculo da liberdade
no cárcere redimido
da vida.
Nety Maria Heleres Carrion
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