Gosto do gosto de mexer
com os cordéis do pensamento
que inebriam minha alma
Posso do poço sugar sais
que originam a poesia
Peso o peso do poema e sinto
a leveza do que escrevo
Leio e bamboleio poemas
até cairem no sossego
Saco e ensaco na memória temas
que despertam dos adormecidos dons
Endeuso deuses e orno
os mistérios do pensamento
Envolvo sarapatel com fios de ouro
da rosa branca que desperta atapetando
caminhos bailados pelo leve roçar
de plumas esvoaçantes
Auréolas encantadas sublimam
andares cautelosos à espreita
de vazias peregrinações
dos sonhos.
Apelando aos súditos da liberdade
respinga a poesia sob o véu que turva
a noite e insiste em unir
palavras pingadas
Que desabrocham e amadurecem
na suprema poesia
O desejo orvalhado na penumbra
do sono explode em cântaros perfumados
forma a poesia e parte sem rumo
pelo mundo da fantasia.
Perambulando nas sensações turbulentas
das pendulares horas tardias sinto-me junto
aos escassos trinares que ressoam
viris sob a púrpura de um visor
clandestino que invade
e glorifica tempos
virtuais cobertos
de sonhos
Esquecidos no limiar compassado
das horas gastas na vida
Guloseimas do amor vitrificadas
na senda abismal cercam
de dúbios sentimentos
Irrigam e desaguam na essência voraz
visão turbulenta do caos meditativo
que assola mundos estáticos
Nety Maria Heleres Carrion