terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Delírios cósmicos - 17012014

Eu tenho tanto
que lhe falar
mas as palavras se perdem
no labirinto
que circunda o meu viver
 
E nesse meio tempo
junto pedaços
de mim
 
Ideias tortas
que se dizem minhas amigas
ou se rebelam contra mim
 
Que me desejam coisas
que refuto dispensáveis por se mostrarem
sem o sal da sabedoria
ou tônus da alegria
nesse momento em que os opostos
se atraem e passam
de uma face para outra
sem permissão
como se fossem donos
da situação
e eu um ser meramente
ilustrativo
 
Que não vê
não sabe ou não escreve
 
Desligado do exterior
por centelhas de ideias que vestem
os meus dias
 
Togas parasitas
do meu ser
que transitam soberbas
num aquário de ilusões
onde mergulho à cata de respostas
 
Volto à tona
provida de sons alentadores
 
Velejo no barco
do pensamento onde retiro
transpiração
 
Sigo a rota
apontada pelo destino da poesia
 
O meu envoltório
perdeu o elã da partida desses dons
que temperam o viver
 
Parei
olhei
mas não acreditei
que tudo que vivi cresceu
de dentro para fora
e de fora
para dentro
e só me acrescentou
 
E tudo é majestoso
e tudo
é imperdível
e tudo
não tem preço
 
Rola de graça e com graça
enlaça o meu ser
que recebe essas dádivas
encadernadas
que dormem na minha pele poética
 
Não tem outra
é essa dica mesmo
que conserva e orna os tesouros
 
Que brilham ao meu redor
e piscam matizes
de todas as cores e sons
para pintar
aquarelas de poesias
nas paredes caiadas
de emoções
 
Não tem outra e essa
precisa ser lapidada com o brilho
da inspiração
 
Cintila
em todas as direções
com mensagens de polo a polo
num leva e traz
para as gentes
minhas
 
Nos vãos do amanhecer
natureza em festa
 
Delírios cósmicos
da eterna
poesia
 
Nety

Nenhum comentário: