Do nascente ao poente enfileiro rimas
para rimar com pontos extraviados
nas matas virgens das idéias
No encalço das rimas os percalços
barram meus passos
Rolam tempos de sonhos robustos
na gruta do pensamento
Encaro tudo que vier com a polidez
que me rodeia e semeio frutos
que adoçam freguês guloso
Venha de onde vier o verso
será alvo de aplauso
Átomos silábicos se chocam
entre rimas e despencam
no verso
Brincadeira silábica na coqueluche
das horas incorpora e festeja entrada
nos versos com os fogos
da emoção
Não revelo o neurônio que habita
o meu erário
Estão secretos e só serão descobertos
quando sílaba e rima escaparem
do meu esconderijo
Neurônios e versos tem ligação
íntima e despertam no universo
a paz que foge ao controle
Ligam emoções e mergulham
nas canções poéticas
O sono me passou
a perna e me deixou
palerma
Paguei mico
nesta noite rica em que o mundo
fica a girar
de pernas pro ar e balança as idéias
congestionadas
no retrovisor da mente
Mundo insone e louco
mundo magnífico
É o grito da noite
que destelha mente e não vê saída
É o regalo
do cantar do galo
que anuncia sono extraviado
nas cortinas da noite
É o cantar do galo
que libera poesias virgens
aos filhos do mundo
Nety Maria Heleres Carrion
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