sábado, 8 de janeiro de 2011

Moldes da poesia - 08012011

Descolo a memória
do papel da mente e me vejo
frente a frente com recordações que sobressaem
por trás dos panos coloridos

Não recuo diante do espetáculo
encenado pela mente

Preciso estar atento e ir adiante
para não sobrar nada
que atrapalhe o bom senso
de chegar à essência perdida na escuridão
do pensamento

É tarde para relaxar o encontro
com a posse dessas idéias que se apossam
da mente e explodem entre os cantares da vida

Não adianta
retroceder sem objetivo previsto

É preciso ceder ao pensamento e conduzir
as propostas com esmero e retidão
para que a clareza de tudo espelhe nas águas
cristalinas do tempo e reflita o interior
num templo de sabedoria

E nesse vira e mexe
da consciência
desponta o dom que completa o caminho
nos moldes da poesia

Encontro solidão e abandono
nos cantos da casa e perambulo pelos becos sem saída

Me delicio
com o suor que exala guarida
nas rotas peregrinas
que assolam as paragens perdidas
do tempo

Me retiro sem ressalva deste recanto
adormecido e me deparo com histórias da carochinha
que rondam minhas horas e refletem mensagens
nas águas do pensamento

Histórias longas ou curtas
de heróis ou de vilões

Histórias que agasalham ou ameaçam
amordaçam ou desatam os nós da consciência

Histórias
que bailam nos castelos da mente
produzem sementes ricas ou sem sentido
vestem sonhos e ilusões com as cores das horas
que sintetizam desejos e ambições
do cosmos

Nety Maria Heleres Carrion

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