sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Madeixas sonoras - 260907

Dançam águas nos gelados ares
da inspiração

Solta desfia-se e solta o lacre da imaginação
crepita e abre
a poesia
com madeixas sonoras



Pomba na calçada
cisco migalhas de poesias

Nutro eras de alegorias
tiro o chapéu
dou graças
sou menestrel da alegria
Essa trilha dedilho e dedico às multidões
que dobram a esquina



Acendo velas do pensamento
reacendo perfumes



Nesse entrevero entrevejo o bamboleio
dos acordes da fama

Quando passo na palhoça
súditos parceiros exaltam obreiro
de alma crua
na tempestuosa rua



Tom brejeiro
adocicado no mel dos insossos
tempera o gosto cristal da têmpera
desponta na ampulheta
brinca e cobre a poesia
que hiberna na treva
da inspiração e reacende
com o farol da alegoria
o sabor poético




Desligo o véu da criação
na trama colho rasa rama
que rebenta nos botões da mente



Sussuro
dedilho flamas pichadas
de pigmentos machucados



Estendo braços e abraço
dou graças quando passo
na praça dos desejos ordeiros

Poemas de era noturna
no aconchego gustativo e lépido
das dobras do pensamento
Versos sapateiam nos sonhos
colcheteiam clarins e trançam
rimas.

Nety Maria Heleres Carrion

Um comentário:

Angélica disse...

Mamy,
Como sempre, és motivo de orgulho para teus filhos.
Parabéns pela iniciativa do blog e por teus belos poemas.
Grande beijos,
Maria Angélica