sábado, 4 de abril de 2020

ÉTER DAS PALAVRAS - 04042020.

Nessas horas de quarentena
eu aqui ou ali a bordar
o tapete mágico
da paz

Para alçar voo sem destino
sem parada no universo
sem fim

Eu ali cheia de propósitos magistrais
absorta nos prognósticos
de cura do corona

Que infesta o mundo

E lá naquele mundinho distante
prolifera o jugo dos mortais
sem dó nem piedade

Prolifera a ambição
de dominar o mundo
que Deus fez para mim
para ti para todos

Ambição desmedida de querer
sempre mais laçar o mundo para si
e aquecer a ânsia do ter
do poder

Isso tudo me tira do sério e me lança
um carrossel de conjecturas
dos propósitos reais de espalhar
vírus e mais vírus no mundo

De testar as cobaias do mundo
para ter o prazer de ver o mundo rodopiar

Aprisionar o ser humano
na caverna dos dias
dos meses
dos anos

Aprisionar a fala
o convívio social

Que embala as criaturas criadas
por Deus para dignificar a raça humana
sem menosprezar esse ou aquele

Alienação social/física/mental
numa quarentena desproporcional

Exílio

Viajo pela casa
em companhia da  clausura

Reviro os guardados à procura da cura
para reverter os males que infestam
pensamentos obras ações

Os neurônios vagueiam pelo universo
em busca de um sinal de cura
que pernoita no mundo
das ideias

Mundo desgarrado do universo

Nesse universo sem fim
o que seria de mim
sem o abraço
do mundo

Palavras num voo pelos rios
pelas matas virgens das ideias
para encontrar o elo que sustenta
o pensamento

Nessa guerra biológica
nesse torvelinho de emoções
um eco de paz

Retiro o éter das palavras e jogo
para o alto para depois ordená-las
de maneira singela e doce

Extraio o suco das palavras
e dou destino ignorado

Para que se esforcem e retornem
cheias de estilo e glamour

Na quarentena me visto de ilusões
para mascarar as desditas

 E perpetuo
minhas emoções

Nety.

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