quarta-feira, 4 de maio de 2011

Poesia empírica - 03052011

Mexo e remexo nos meus guardados
maltratados pelas traças e traço perfil de raça
com direito à taça da liberdade

Para mim me basta
que recuperem a vida que lhes dei um dia
e que percorram caminhos redentores
no mundo da fantasia

A mim me basta que acreditem
em suas majestades e que suas penas
deixem recados forjados na emoção
nos enlevos poéticos

Percorro os sete mares
em busca da arte que pernoita
nos andares mais altos
da poesia

Escalo degrau por degrau dos andares
que me conduzem ao pico desta arte

Reviro meus guardados
maltratados pelas traças
recomponho peça por peça
ato por ato e lhes dou trato
para que adquiram brilho próprio

Empergaminho os guardados e ato
com laço de ouro

Se não me falha a memória
essa história descarrilou e ascendeu aos ares
aportando poesias de estrela em estrela

Alguma coisa me diz que as coisas que fiz
chegaram feitas para serem depositadas
nas folhas brancas e voarem
pelo mundo da fantasia

As coisas que fiz aqui
pertencem a ti

O espaço tombado
pela arquitetura empírica da poesia
libera construção
do profano ou sacro
do lírico ou popular
no atelier receptivo e livre
à canção poética

Nety Maria Heleres Carrion

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