Sob um céu lamacento fulguram
sonhos coloridos
Fantasias geradas na solidez
do tempo
Sob o céu lamacento o espírito
arraigado de idéias desmonta
cenário fora de moda
Sob o céu lamacento fulguram
os clarões da aurora com missivas de fiéis
que alteram o rumo turbulento das eras do entendimento
Me insiro no contexto erigido
pelo meu pensar
Percorro o espaço sideral e desafio
regras e conceitos
Os traços xerocados nos tablados da mente
são sementes vivas que descolam
rimas e do nada geram a poesia
nos momentos de lucidez
Com asas da liberdade
voo em busca
do meu eu
que rejeita togas do saber
usos de vernáculos e concordâncias
enraizadas na língua
Quero o meu verbo
de encontro
ao meu eu e ao eu do mundo
sem preconceitos
Quero a caixa de estruturas poéticas
extraídas do meu ser
Quero perseguir o caminho da glória
que antecede os meus ais de peregrinações
pela história e despe imagens
refletidas nos ensaios
pela história e despe imagens
refletidas nos ensaios
da vida
Quero deslizar
em fuga monitorada pelas telas
da imaginação
O que eu quero é cantar
é chorar
é viver no cenário
aristocrático da poesia
Quero ziguezaguear a história e violar
a era de espetáculos bisonhos
onde o palhaço ri e chora
gargalha
extrapola sentimentos e muda
o curso da cena
Quero estar no palco
despida de vaidades
Alar meus versos
no topo do universo e lançar
gotas silábicas
sobre o manto da terra
Eu só não quero é deixar a poesia à deriva
sem salvo conduto pois é meu arrimo
é parte de mim e eu
sou parte dela
Eu só não quero me enclausurar em versos
malversados pela obediência cega
aos rituais impostos pelas
tábuas demagógicas
da linguagem
O oscar da poesia desprende sais de alegria e paixão
que induz o poeta na marcha em busca da perfeição
do absoluto e do belo que propõe a poesia.
Nety Maria Heleres Carrion
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