quinta-feira, 13 de abril de 2017

VAGÃO DA ESPERANÇA - 22112016

Ando devagar para não quebrar
o ritmo do tempo

Sem desviar a rota do destino
sem saltar janelas ou varar portas

No vazio da alma aconchego
os pontos coletados pelo caminho

Dou rédeas ao tempo

Me derreto feito gelo seco
condenso os acontecimentos
atraio o espetáculo da vida

Percorro na contramão
com pés sonolentos balanço
a preguiça e o pensar

Ideias desencontradas
nos burburinhos dos dias
macerados pelas desditas

Banalidades da vida
à mercê de coisas vãs

Que agregam dúvidas aos desacertos
e não levam a lugar algum

Lábios secos pelas palavras não ditas
ouvidos fechados ao badalar do tempo
olhos cerrados às belezas do mundo
perfumes dissolvidos nos bueiros
da sorte entre luzes e trevas

É dia de ser feliz
de ver o mundo florescer
ver a luz penetrar nos corações
janelas abertas às letras
à dança e à música

Palavras colorindo frases

Eu sou a luz das estrelas
o trem que viaja nas ondas da felicidade
e vai juntando doações da natureza

Para colorir os vagões da existência

Nessa viagem de muitas paradas
e solavancos o trem da esperança
conduz o vagão da paz

Da alegria e da generosidade

Nety

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