Ando devagar para não quebrar
o ritmo do tempo
Sem desviar a rota do destino
sem saltar janelas ou varar portas
No vazio da alma aconchego
os pontos coletados pelo caminho
Dou rédeas ao tempo
Me derreto feito gelo seco
condenso os acontecimentos
atraio o espetáculo da vida
Percorro na contramão
com pés sonolentos balanço
a preguiça e o pensar
Ideias desencontradas
nos burburinhos dos dias
macerados pelas desditas
Banalidades da vida
à mercê de coisas vãs
Que agregam dúvidas aos desacertos
e não levam a lugar algum
Lábios secos pelas palavras não ditas
ouvidos fechados ao badalar do tempo
olhos cerrados às belezas do mundo
perfumes dissolvidos nos bueiros
da sorte entre luzes e trevas
É dia de ser feliz
de ver o mundo florescer
ver a luz penetrar nos corações
janelas abertas às letras
à dança e à música
Palavras colorindo frases
Eu sou a luz das estrelas
o trem que viaja nas ondas da felicidade
e vai juntando doações da natureza
Para colorir os vagões da existência
Nessa viagem de muitas paradas
e solavancos o trem da esperança
conduz o vagão da paz
Da alegria e da generosidade
Nety
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