Mordo a isca
mesmo sem saber
o que ela indica
Se é petisco
ou tem outro qualquer
desperdício
Me refaço
nesse espaço restrito
onde acomodo o meu ser e deixo
que as palavras se entrelacem
num doce balanço
Nessas andanças quase me perco
dos meus objetivos
Circulo em redor deles
dou voltas e mais voltas
Persigo o meu pensar
até que estacione
na galeria das ideias
e nela me deixo ficar
Me extasio
com o cantar do tempo
Prendo minhas energias
para que criem limo e depois as libero
certa de que vão me trazer óbolos
nessa marcha cheia de surpresas
Que se confundem
com os mistérios que envolvem
o mundo dos eus
No meu recinto poético
tudo é paz
tudo é emoção
tudo é vida
cercada de bons fluidos
Tudo isso me acompanha
extrapola o tempo
percorre os campos
da imaginação e reforça
tudo de bom que viceja
na natureza
Nesse meu andar
sem parada
sem volta
andar macio
ao som de cantares
Um sapateado
que balança as estruturas
do meu eu
Um eu que delira
com as rimas
que se dispõem
a saltar do peito
e rodar
rodar
Rodar pelo mundo afora
sem tempo de previsão e voltar
ao aconchego da mente
Emprego os meus dons
e os vigio
para que não se percam
pelos andares da vida
e o tiro do vento
os conduza de volta
com recheios místicos
do meu pensar
Nety
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