Libero a minha voz
que baila colorida pelos designes da vida
Um timbre rouco
que acorda aos solavancos
pelas paragens loucas das estâncias oníricas
No blog da vida
busco saída
para os apertos do coração
Sacudo a poeira dos caminhos
refletida nas cordas
do pensamento
Enredo que controla o desfecho
subtraído da vida
Dedico o sol
estampado nas cores
que emblemam meu site de aconchego
Resisto às dores
que suprem as horas
esvaídas nas redes do entardecer
Sem vacilo
me vejo a comparar desejos
ambições sem remédios
nesta hora louca
em que o desvario assoma e lança tramas
com laços
revividos na soma das horas
Não me quebro
ante o espetáculo bisonho
nem me altero
na corrida pelo sonho
Só me percebo aqui desse lado
nos feitos desfeitos
nos primórdios do tempo
Em vão desvio olhar
com ar de quem nada vê
absorto em momentos que não condizem
com fatos alheios
revistos e retratados
ao longo da crucial manobra
O amanhã
se debate com o ontem e vira refém
do espetáculo dantesco
que cobre a mira do pensamento
O ontem
capengueou à procura do suporte
para dar força às horas
O amanhã
não quer rebocar o náufrago
que se desfaz em lamentações e deixa no vácuo
apelo sem choro nem vela
Quer o hoje
guiado pela sabedoria
O amanhã desponta nas paredes
com esperança de felicidade
Jovem
com promessa de quimera
surge renovado
O amanhã
que é a esperança
polvilhada de benquerença
Nety Maria Heleres Carrion