A dor ensina a gemer e o gemido ressoa
como alerta para o sonho que se vai
espetado pelos espinhos
da vida
E nesse voo tão alto o fato se revela
atrelado às vozes que o repelem
Sons imagens num percurso extremo
das barbeiragens do tempo
A dor ensaia gemido pelos caminhos
grisalhos da alma
Rejeita consolo e jaz no agouro
das preces
Virtuoso gemido no queixo tremido
da sofrida alma
Dor e gemido lado a lado parceiros
de tudo consome gemido
em greve com a terra
Gemido sofrido prescrito no olhar
abastece carinho
O resto da dor ecoa de leve
no gemido
A doçura no olhar perdura
no tempo e derrama suor
nas teclas do pensamento
No mundo insano olhos abertos
reclamam habite-se no recinto
orfeônico
Olhos abertos queixo tremido
reclama vida calcada nos anos
Lençol de lamúrias lágrimas
pensantes descem da fonte
seca
Corpo rijo e cheio de ilusões
desperta para a maciez
da vida
A soneca habita o corpo
da boneca e desperta
com as notas musicais
Reclama pedido de auxílio
extraviado nas trevas
do sentimento
Nety Maria Heleres Carrion
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